17.09.18
Olho para as estrelas...
Só.
Com o cair da noite, vislumbro em cada uma delas pequenos momentos tão meus, alguns que esforçadamente gostaria de esquecer mas que se avivam, assim como, aviva a tamanha dor que se prende à memória, desgostosamente reluzente em cada pedaço de luz que nessa noite me preenche.
Mas também sorrisos, momentos imprecisos, melodias desafiantes, beijos asfixiantes, abraços inebriantes, querer...
Esse querer que apenas naquele momento, nesse pedaço de tempo em que suspenso parece estar o mundo, soletra devagarinho um silêncio profundo transformado em ruído...
Silencioso ruído dos nossos corações.
Como parece simples escrever, deixar o coração soletrar estas palavras...
Este conjunto de frases que insistem em soltar-se e nelas esvoaçar a imensa vontade de dizer que te amo.
Olho para as estrelas...
Só.
Sorrindo desmedidamente somente porque na minha memória permanece intacto esse cheiro teu, esse sabor teu, esse entrelaçar tão nosso.
E nessa memória...
Tudo será intemporal, meu amor.
Filipe Vaz Correia