17.06.20
Poema, poesia
contraditória superação
na inglória vontade
deste entrelaçado coração
que sobe e desce
corre e sussurra
tropeça e cresce
sem saber
que atrás se esconde
outra vez
o mesmo abismo.
Um, dois, três
escrevinha o poeta
de pena ao vento
despejando a secreta
forma de tormento
que esmaga e penetra
o tortuoso sofrimento.
vai voando
por entre a imaginação
a doce melodia
buscando a entoação
no piano, velharia
encostado ao canto da janela.
vai voando
sem parar
vai sonhando
a cantar
vai voando
mais perto do sol
dos Deuses
do nada que se transforma na imensidão de tudo.
vai voando
pequeno poeta
sem medo de voar
pois a queda será certa
tão certa como derradeiro esvoaçar.
vai voando.