16.02.18
O 37º Congresso do PPD/PSD marca a despedida de Pedro Passos Coelho e a tomada de posse de Rui Rio...
Há muito que não tinha tanto interesse num Congresso Social-Democrata, esse partido que sempre foi o meu, e do qual me fui afastando ao longo dos anos.
Neste momento tão importante, num certo resgatar da Social-Democracia, será necessário a Rui Rio saber liderar, destrinçar entre aqueles que estão disponíveis para o combate e aqueles que se acantonarão esperando as suas derrotas para aparecer.
Nesta difícil equação, importará não se perder por entre palavras amáveis, sorrisos disfarçados ou promessas vãs.
Pedro Passos Coelho, por uma vez terei de o elogiar, com gosto o faço, soube sair, soube com dignidade percorrer este tempo, entre as eleições internas e o Congresso, sem mácula, com imensa honra.
Sempre divergi de Passos Coelho, não no aspecto humano, como pessoa, pois jamais combato aqueles de divirjo pelo lado pessoal, mas sempre através das ideias, com as ideias, pelas ideias.
Foi por elas que sempre critiquei e criticarei Pedro Passos Coelho, o rumo que escolheu seguir e essencialmente a descaracterização que a sua liderança trouxe ao partido.
O seu discurso de despedida, será também um momento de oportunidade, para reerguer e resgatar tantos e tantos que do partido se afastaram.
Depois da despedida de Passos, o discurso de Rui Rio...
Rio fez um grande discurso, o seu primeiro neste Congresso, carregado de ideias, das suas ideias, ideologicamente resgatando os valores Sociais-Democratas, fazendo lembrar um outro tempo, outros Congressos, sem medo de analisar o Partido e o País.
Rio falou das reformas do Sistema de Justiça, de pactos importantes de Regime, da Democracia e do descrédito que a ameaça, da demagogia e populismo crescente, enfim, da distância entre o Partido e as pessoas...
Falou da necessidade de reformar e reformular, de aproximar e manter, de acreditar e fazer.
Rio esteve muito melhor do que se esperava, do que eu que sempre o defendi, esperaria.
Rui Rio conseguiu empolgar a plateia, mesmo aqueles que ali se encontravam com um ar de frete, mais preocupados em disfarçar a azia da despedida de Passos, do que preocupados com o futuro...
O futuro do Partido e do País.
Citando Sá Carneiro:
" Primeiro o País, depois o partido e só depois as nossas circunstâncias."
Esperemos que neste futuro que se aproxima, todos no PSD se recordem destas palavras e as saibam entender.
Quanto a Rio...
Boa sorte!
Filipe Vaz Correia