27.11.17
A Monarquia Britânica é provavelmente a mais tradicionalista e ritualista do mundo, carregada de história e memórias que perduraram, por entre os seus séculos de existência...
O anuncio do casamento real entre o Príncipe Harry e Meghan Markle, veio quebrar mais um pedaço de história cristalizada pelo tempo, demonstrando uma capacidade de evolução, inimaginável, há algumas décadas atrás.
Não é necessário recuar até aos anos 30, altura em que Eduardo VIII renunciou ao trono por se ter apaixonado por uma mulher divorciada, o que acabaria por abanar os alicerces da Monarquia Inglesa.
Este facto e a sua abdicação, trouxeram-nos até aos dias de hoje...
A um mundo diferente, desmesuradamente diferente.
Este casamento romperá barreiras inimagináveis, não só porque Meghan Markle é divorciada, não só porque é actriz, não só por ser mais velha do que o seu noivo, como também por se tratar de uma Norte-Americana...
Afro-Americana.
Esta mistura de barreiras, todas elas derrubadas por este amor, em jeito de conto de fadas, traz um lado de modernidade, de romantismo, de singularidade, a todos os títulos extraordinário.
Este casamento marcará certamente um tempo, mudará com certeza costumes e abrirá sem dúvida portas e janelas, trancadas há muito, muito tempo.
Ao fim de quase 70 anos de Reinado, o legado que Isabel II deixará para os vindouros, será um misto entre a formalidade inerente à História Britânica, aliado a uma espécie de revolução cultural, muito para lá do que se poderia imaginar...
E assim, observando a noticia do dia, celebra-se um noivado, aguarda-se um casamento, mas essencialmente notam-se os ventos de mudança que renovam uma velha Instituição.
Filipe Vaz Correia