16.08.18
A Senhora Le Pen, afinal, não vem à Web Summit em Lisboa...
Pelos vistos a Organização do evento considera que seria desrespeitador para o País que acolhe o evento, Portugal, a presença da dita Senhora preferindo assim retirar o convite, anteriormente, feito.
Ora vejamos...
Nada me liga a Marine Le Pen e ao seu discurso Ultra-Nacionalista, género Putin ou Orban, no entanto, para ser coerente com os meus valores, jamais poderei entender aqueles que saltam em gritos contra a presença da líder da Frente Nacional em Portugal.
Num País que julgo Democrata, de vez em quando surgem uns assomos de Autoritarismo "Vermelho" que se tornam difíceis de suportar.
Mas porque razão não poderia Marine Le Pen estar na Web Summit discursando sobre o que pensa para a Europa e para o Mundo e podem estar no Parlamento Português, Partidos a votar menções honrosas de apoio a ditadores como Assad, Fidel, Chavez, Maduro ou Kim Jong-Un...
Não consigo entender.
Ou será que ditadores alicerçados em discursos, igualmente populistas, xenófobos e demagogos, mas que partam da ponta oposta do espectro político merecem deste nosso Regime uma diferente forma de relacionamento?
Parece que sim.
Hugo Chavez não visitou Portugal?
Qual a diferença de postura entre um e outro?
Nenhuma.
Este caso fez-me recordar a proibição de uma conferência na Universidade Nova de Jaime Nogueira Pinto por considerarem que esta promovia uma ideia de Extrema-Direita...
Não será esta atitude anti-democrática?
Cerceadora da liberdade de expressão?
Uma coisa é discordar, criticar, ferozmente antagonizar com os discursos de Marine Le Pen e os seus propósitos, combater essa ideia do ponto de vista da argumentação, outra é querer banir o pensamento de outrem de acordo com aquilo que são os nossos ideais, utilizando para isso aquilo que tanto criticamos...
O silêncio imposto.
E eu...
Com silêncios impostos não compactuo.
Filipe Vaz Correia