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Caneca de Letras

19.07.18

 

Donald Trump viajou pelo Continente Europeu, num périplo carregado de inconveniências, deslizes, faltas de educação e uma constante boçalidade inerente ao personagem.

Estes dias foram marcados por gaffes habituais, misturadas com aquele estilo cowboy popularucho que caracteriza o Presidente do Estados Unidos.

Em primeiro lugar a visita ao Reino Unido...

O comportamento de Trump com a Rainha Isabel II, a falta de conhecimento do protocolo, as palavras endereçadas à Primeira-Ministra Britânica, sugerindo que esta fosse substituída pelo anterior Ministro dos Negócios Estrangeiros, numa clara ingerência em assuntos internos da política Britânica, foram apenas alguns apontamentos deste tresloucado "rapazola".

A sugestão para que Theresa May processasse a União Europeia,  em vez de com ela negociar o Brexit, ao mesmo tempo em que se sentava na poltrona de Churchill, durante a visita que fez à casa Museu dedicada ao Estadista Inglês, apimentavam ainda mais o incomodo e a fúria Inglesa.

"How Dare You"...

Gritou o Daily Mirror, através da sua primeira página, libertando assim a revolta e indignação existente na maioria dos cidadão Britânicos.

As palavras sobre os parceiros da Nato, num conflito aberto contra os Estados Europeus, persiste e guia cada vez mais os Estados Unidos a um isolamento histórico e sem paralelo, junto de aliados que sempre foram de uma estratégica importância.

Por fim, a cimeira com Putin...

Um Trump diferente, com uma postura submissa, encolhida e aprisionada, parecendo refém do enquadramento geopolítico que marcou todo este encontro.

Ali, em Helsínquia, Trump não se insurgiu ou barafustou com Vladimir Putin,antes pelo contrário, concordou com o Presidente Russo, mesmo que isso significasse pôr em causa os Serviços Secretos Americanos e a sua veracidade...

Em Helsínquia, Trump sorriu, ouviu, desfez-se em delicadezas e vergou-se, acicatando ainda mais as dúvidas sobre esse seu servilismo Russo.

Nos Estados Unidos, em choque com tamanha vergonha ou um acumular de vergonhas, Democratas e Republicanos saíram à rua, numa onda de choque que já obrigou o "traquinas" Trump, vir a terreiro desmentir o que anteriormente havia dito e certamente o que no futuro voltará a dizer.

Pois com Donald Trump tudo é instável, nada é controlável e acima de tudo...

Tudo é desmedidamente grosseiro.

Desmedidamente vergonhoso.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

20.07.17

 

Meio ano decorreu desde as eleições Americanas e com este tempo esfumou-se também alguma esperança que pudesse existir, numa mudança de atitude do atual Presidente Donald Trump...

As trapalhadas têm sido muitas, envolvidas em suspeitas, confundidas com Tweets, entrelaçadas com a emergente ignorância vigente na Casa Branca.

Donald Trump não conseguiu ainda substituir o Obamacare, algo que prometeu fazer no primeiro momento após tomar posse, não conseguiu ainda iniciar a obra para a construção do tão famoso muro, que supostamente os próprios Mexicanos iriam pagar...

Não conseguiu que a sua lei anti-ilegais, tivesse efeito em muitos dos Estados que se negaram a cumpri-la e por último, não conseguiu afastar a desconfiança cada vez maior, de uma conivente relação com Vladimir Putin.

Aliás, as últimas revelações que envolvem o seu filho e uma advogada muito próxima do Kremlin ou até o secreto encontro na cimeira do G20, colocam este Presidente Americano num patamar de descrédito indescritível e nem mesmo o Partido Republicano consegue confortavelmente, apoiar esta espécie de incontinente verbal, que debita vezes sem conta idiotices misturadas com irrefletidas e irreais afirmações.

No caso da ingerência Russa e mais concretamente nos encontros de Donald Trump Jr. poderemos estar perante um caso de traição, o que certamente levaria o atual Presidente Americano muito para lá do Impeachment...

Assim seis meses depois escasseia dignidade, elevação, verdadeiras políticas ou medidas que melhorem a vida dos Americanos e do mundo, no entanto, sobram anedotas, imbecilidades, gaffes, imprudências, decisões erradas e noticias falseadas...

E assim continua Donald Trump a percorrer o seu caminho rumo ao abismo.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

27.03.17

 

 

O clima que se vive nos dias que correm na Rússia, demonstram completamente, o enviesamento que sofre a actual democracia Russa...

O que aconteceu ontem, aos opositores de Putin, naquela manifestação que denunciava a corrupção latente naquele país, evidencia sem dúvida o totalitarismo e autoritarismo vigente, em terras do antigo Czar.

A sociedade Russa, nunca conseguiu ultrapassar a queda do império soviético, e a sua crescente perda no panorama internacional, além da grave crise económica que ao longo dos anos de Ieltsin se fez sentir, através de um enorme despesismo e corrupção gritante, em beneficio de alguns oligarcas...

O povo então suspirou, saudosista, lembrando-se daqueles gloriosos anos, que distantes pareciam mais românticos, mais embelecidos pela memória dos muitos que não os viveram, deixando que assim surgisse na penumbra dessa saudade, escondido num qualquer gabinete de assessoria em São Petersburgo, essa figura central da política Russa, chamado Vladimir Putin.

O que Putin trouxe à Rússia, nada mais é do que a sensação de Império erguido novamente, de forma diferente, de maneira completamente distinta, mas que no entanto importa para o ego daquele povo, essa sensação de grandeza aprisionada às imagens guardadas na história dos seus antepassados.

Os oligarcas mantêm-se, o despesismo também, a corrupção resiste desde o interior das paredes do Kremlin, mas a mão pesada, instalada com firmeza e autoridade pelo Presidente, quase Czar, essa cala e mata aqueles que se atrevem a contrariar esse destino traçado.

Denunciar Medvedev ou Putin, na Rússia actual é um acto corajoso e patriótico, com resultados evidentes, por entre o inúmero rol de mortos espalhados pelo mundo, desde Londres a Kiev, de opositores exilados do regime que por bala ou veneno, vão desaparecendo, sem espanto nem escândalo.

O mundo assiste calado, talvez segredando, sem relevo, o que se desconfia sabendo, ou o que se sabe desconfiando...

E assim Putin, estende agora a sua influência através de eleições noutros países, tentando criar cenários que permitam à Rússia voltar a ser potência dominante numa Era, em que a ameaça Chinesa lhe poderia retirar a influência que sempre sonhou reerguer, e que tanto tenta construir na mente daqueles que são os seus.

Putin não passa de um ditador férreo e demagogo que através de discursos populistas condiciona a vida dos seus cidadãos, reconstruindo o orgulho soviético em cada momento e a cada momento...

Estes opositores abandonados em parte, pelas democracias ocidentais, lutam para denunciar junto da comunidade internacional e nacional, os desmandos e abusos constantes sob o regime implantado naquele país, sendo que em muitos casos não passam de nota de rodapé...

Por isso da minha parte, aqui vai o meu solidário texto, homenageando aqueles que corajosamente combatem, os Sovietes disfarçados de democratas.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

16.02.17

 

A verdade sobre as eleições americanas está cada vez mais evidente, aos olhos daqueles que incrédulos ouviam os rumores, sobre uma ingerência Russa concertada com a campanha do candidato Trump.

Seria possível que o Kremlin tivesse em marcha um plano, para interferir nas escolhas, destas sociedades ocidentais, com o intuito de as tornar instáveis e ingovernáveis?

Não me restam, muitas dúvidas...

Parece que sim!

O que se tem vindo a descobrir, através dos serviços secretos norte-americanos, mostra o quão vulnerável está o mundo, perante os hackers Russos (Escola KGB) que escondidos sob o anonimato das redes sociais vão lançando boatos e factos alternativos, atingindo os alvos especificos que não estejam alinhados com os seus interesses...

Todo um novo cenário se levanta, nestas democracias ocidentais, desgastadas com a crise económica e os escandâlos sucessivos de fraudes e corrupções.

A demissão de Michael Flynn, demonstra aos olhos da opinião pública as enviesadas ligações existentes entre o Staff de Trump e a Rússia, adivinhando-se outros nomes nessa balança controlada a partir de Moscovo.

Se em França os rumores, que começam a circular, visando Emmanuel Macron, tiverem como se desconfia, as mesmas fontes, poderemos estar perante a réplica do que aconteceu nos Estados Unidos, o que representaria uma espécie de queda do Muro de Berlim, mas que desta vez, destruiria muito provavelmente a União Europeia.

É o momento de se combater esta influência, que urge denunciar, e que só se poderá combater com a denúncia permanente, elucidando os cidadãos para este novo tempo que enfrentamos.

Putin não agirá sozinho, conta com a fraqueza das instituições europeias, assim como, contou com esse mesmo enfraquecimento do outro lado do Atlântico, mas acima de tudo conta com a ignorância, a revolta e o medo de certos quadrantes, destas mesmas sociedades.

Assim, torna-se cada vez mais importante, a descoberta destas matrioskas americanas e o seu envolvimento em todo este processo, que levou Donald Trump até à Casa Branca  e que acredito depois de Michael Flynn, outras pequenas matrioskas serão descobertas.

Porque se ficarmos aprisionados neste limbo sensacionalista, nunca mais conseguiremos resgatar a governação, do populismo desmedido que vencerá sempre no terreno da manipulação e demagogia, pois estas são precisamente, o alimento da sua subsistência...

Que venham então, as pequenas matrioskas escondidas, no seio da administração Trump e que com elas se possa saber, mais em concreto, quais os desejos do Czar, Vladimir Putin.

 

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

24.01.17

 

O mundo parece avançar a um ritmo vertiginoso para um abismo, inebriado por uma vozeria trauliteira, que a todo o custo, urge evitar.

A eleição de Donald Trump, as eleições Francesas que estou convicto se travarão entre Le Pen e Fillon, a posição Russa nas manobras que envolvem hoje em dia o panorama estratégico no Médio Oriente e claro está o império Chinês, cada vez mais preparado para impôr a sua vontade, caso a isso, seja obrigado...

E a Europa...

Quo vadis, Europa?

Como poderá responder um aglomerado de países, União Europeia, que caminha sem liderança, sem rumo há mais de década e meia?

O projecto Europeu não foi colocado em causa pelo Brexit, confirme-se ou não, foi precisamente a falta de rumo desse projecto que potencializou a vitória desse movimento.

Assim como nos Estados Unidos, a revolta de muitos cidadãos está a minar o processo democrático, fragilizado pelo abrandar de muitas economias e com isso o degradar da vida desses mesmos cidadãos.

Se por algum motivo a Europa não conseguir responder a estes inquietantes sinais e deixar degradar cada vez mais, a relação dos seus cidadãos com as instituições que os representam , então Donald Trump terá razão e o fim deste projecto Europeu será inevitável.

Marine Le Pen, Farage, Victor Orban e outros populistas que começam a crescer de maneira avassaladora, não o fazem indicando as soluções para os problemas que tanto afectam as respectivas populações, mas sim indicando os males que afectam realmente essas sociedades democráticas envolvidas em escândalos sem fim, desacreditadas entre os seus pares.

Por isso insta repensar este modelo, estas prioridades que sendo lógicas para o Status Quo de Bruxelas, são incompreensíveis para as respectivas populações e que fazem aumentar o descontentamento em pessoas que votarão no desespero ao invés do mesmo encurralado sistema.

Os conservadores cristãos terão neste processo um papel fundamental, na minha opinião, pois em parte, partirá desse espectro político a solução que possa fazer frente à demagogia populista que hoje crassa em grande medida pelas mais variadas democracias.

A Direita Cristã ou Conservadora tem de revitalizar os seus princípios fundadores, recuperando a ligação com as pessoas e demonstrando uma genuína preocupação em construir as pontes necessária entre aqueles que se consideram excluídos e as novas gerações sedentas por uma incontornável globalização. 

Isso só poderá ser alcançado com a melhoria da vida das pessoas, com o sentimento de bem-estar fundamental para que os avanços não esmaguem a esperança e os desejos inerentes à condição humana.

Assim espero que a Europa possa mudar o seu rumo e ver neste extremar de posições que nos chega do outro lado do Atlântico, uma oportunidade para ser ela a liderar os acontecimentos e não os acontecimentos a ditarem o seu destino.

Isso será determinante para o caminho Europeu, consciente das diferenças nacionais que sempre existirão, mas inclusivo, global, integrante, com valores Humanistas que certamente nos guiarão ao encontro de um futuro onde a Europa possa resgatar a importância que sempre teve.

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

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