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Caneca de Letras

19.12.20

 

 

 

Sinto-me desprotegido;

Em cada esquina, um inimigo,

Em cada pessoa, um perigo,

A cada dia, sem abrigo,

A cada noite, menos um amigo...

 

Sinto-me desamparado;

Em cada imagem, assustado,

A cada grito, desesperado,

A cada tiro, desanimado,

Na minha casa, enjaulado...

 

Sinto-me a esmorecer;

Sem saber para onde correr,

Todos os dias a reviver,

Esses pesadelos, que queria esquecer,

Mas que insistem em aparecer...

 

E por entre dedicatórias;

Anotadas nesta história,

Feita de mortes, sem glória,

Para sempre na memória,

Desta terra,

Vitória!

 

 

07.10.19

 

Noite eleitoral carregada de surpresas, talvez não, num misto de derrotas vitoriosas e vitorias amargas.

O PS vence as eleições, ao contrário de há quatro anos, sem maioria absoluta, num cenário “pantanoso” mas que irá colocar à prova os dotes de negociante de António Costa.

O PS submerso nessa arrogância típica dos Socialistas, Mário Centeno foi a face dessa característica na campanha eleitoral, vê assim, com estes resultados, uma resposta dos Portugueses a tamanha altivez argumentativa.

O outro lado da “Geringonça” não vence mas também (não) perde, ou seja, o PCP perde expressão parlamentar, aliado à derrota autárquica, denotando um desgaste acentuado na sua base eleitoral, irá temer a reedição dessa “Geringonça”, sabendo também que a negação desse caminho poderá lhe custar um preço na História.

O Bloco que praticamente mantém o mesmo resultado que anteriormente havia tido, certamente, se vê desiludido tendo em conta as expectativas criadas por todas as sondagens ou essa boa imprensa que tanto”acarinha” os Bloquistas, deixando um enigma na líder Catarina Martins...

Assegurar a renovação da solução Governativa ou pelo contrário evitar a sua reedição?

O Bloco tudo fez para garantir que o PS não conseguiria a maioria absoluta, tentando assim aumentar o seu círculo de influência, porém, convém observar cada passo Bloquista, cada escolha de um partido com dores de crescimento.

E o PAN?

Um caso de ponderação...

O grande vencedor da noite.

Voltando à direita...

O PSD perdeu as eleições, não com o estrondo anunciado mas com uma contestação evidente dessa sua penitência amargurada após os anos da Tróika.

Rio parecia ter vencido esta eleição tal o excitamento com que apareceu diante dos jornalistas, certamente, influenciado pelas sondagens “predadoras” que há muito o tentavam devorar.

O PSD teve um resultado negativo mas muito superior àquele que muitos antecipavam...

Dará este resultado para evitar uma luta interna fratricida?

Duvido...

O CDS?

Bem, o CDS é a expressão maior de uma hecatombe, sendo o maior derrotado da noite, encurralado entre o surgimento de novas forças eleitorais à direita, Iniciativa Liberal ou o Chega, e as incongruentes posições da sua líder e frágil estrutura.

Cristas abandonou, num gesto com imensa dignidade, contrastando com a maioria do seu populista percurso político.

Os novos partidos que chegam à Assembleia da República, Chega, Iniciativa Liberal, Livre, trazem novas ideias ou falta delas, novos pontos de discussão, novas pontes ou batalhas...

Veremos quantos destes partidos permanecerão ao fim de uma legislatura.

Duas notas de pesar:

A morte política do sempre rebelde Santana Lopes e a despedida da queridíssima Heloísa Apolónia, colocada num distrito de impossível eleição pela estrutura Comunista numa purga carinhosa e sem direito a teatralismos.

Num tempo de discussões ecológicas o PCP assassina a líder histórica dos Verdes, o que não deixa de carregar de ironia o destino da Extrema-Esquerda Comunista, neste tempo de clima e Gretas. 

Vem aí mais uma legislatura...

Com Geringonça?

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

11.06.19

 

 

 

Meus caros amigos, nunca fui uma pessoa capaz de imparcialidades desportivas, de me sentar a ver um jogo de Futebol Inglês sem torcer por uma equipe, de assistir a uma corrida de Fórmula Um sem ter um piloto preferido, de ver uma partida de ténis sem ter um jogador como meu...

A vida toda assim foi.

De pequenino torcia por Ivan Lendl contra Boris Becker ou Edberg, depois veio o tempo em que sofria por Agassi nessa disputa mítica com Peter Sampras, até à eternidade.

Depois o vazio...

Até que um miúdo chegava ao ATP, ali pelos idos de 2004, de vestes meio desgarradas, tentando competir com os melhores, com o novo Rei que se afigurava senhor do "futuro".

Todos eram adeptos de Roger Federer, o Suíço que deslumbrava o mundo do Ténis, pelo talento, elegância, capacidade de inovar...

Eu não.

Torcia por Rafa Nadal, por esse menino Espanhol que chegado à alta roda do Ténis prometia lutar por cada ponto como se fosse o último.

Por estes dias Nadal alcançou a vitória número 12 em Roland Garros.

Sim...

12!

Palavras escasseiam para caracterizar esta garra, este nível, esta demonstração de superação constante de alguém que sendo especial, único, lutou nos últimos anos com demasiadas lesões, contrariedades.

Nadal é isso mesmo...

Exemplo de atleta, de superação.

E eu aqui permaneço como adepto, orgulhoso daquele menino de outrora, curioso por esse próximo passo que nos surpreenda, nos arrebate até deixar sem palavras.

O Olimpo do Ténis Mundial encontrará um lugar especial para tamanho atleta, sem deixar esquecer a desmedida superação do Touro ♉ Espanhol.

Gracias Rafa.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

10.06.19

 

 

 

O dia de Portugal chegou mais cedo...

A 9 de Junho a Selecção Portuguesa deu início às comemorações do 10 De Junho.

Portugal venceu a Liga das Nações, a primeira da História, cravando indelevelmente o nome desta nossa Nobre Nação nos anais do mundo do Futebol.

Todos ficarão para a História mas Rúben Dias, Bernardo Silva, Rui Patrício, Gonçalo Guedes e Cristiano Ronaldo irão para sempre cintilar mais do que quaisquer outros...

Ronaldo sempre ele, de braçadeira no braço marcando o compasso de tão bela sinfonia.

E Fernando Santos...

Criou uma equipa que não joga espectacularmente bem, não encanta pela beleza do seu jogo, do seu futebol mas vence, conquista, enche de orgulho a velha Nação Lusitana.

Obrigado Selecção...

Parabéns Portugal!

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

26.05.19

 

Vencemos...

Um jogo emocionante, impregnado de esforço e dedicação Leonina, numa mistura de suor e lágrimas recompensadas com o sorriso maior da conquista.

O Sporting não venceu apenas a Taça de Portugal, na final de ontem, naquele relvado o SCP resgatou um pedaço da sua identidade, uma parte da sua alma, o direito a encerrar um momento que ainda pairava sobre o Leão.

Ali...

Por entre as luvas de Renan e os pés de Luiz Phylippe regressei à minha meninice, também eu reencontrei a alegria de poder gritar...

Sporting!

Obrigado a todos os jogadores pois sem a garra demonstrada, nada disto teria sido possível.

Por fim, salientar a presença de Adrien e Rui Patrício, principalmente a do Rui que será sempre um exemplo de atleta para mim.

Viva o Sporting

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

02.10.17

 

O PS e o CDS foram os grandes vencedores da noite eleitoral, o PSD e a CDU os grandes derrotados da mesma...

Vou-me concentrar no PSD por razões especiais e particulares, numa expectativa imensa de poder recuperar esse Partido que já foi o meu.

Pedro Passos Coelho trouxe o Partido até aqui, isolando-o, despedaçando o legado, a influência, a militante esperança que sempre norteou o destino do PPD/PSD...

Este rumo escolhido pela liderança Social-Democrata, esbarrou na vontade popular, na distanciação do Partido com os seus eleitores, dizimando sem memória, qualquer expectativa de continuidade desta desgastada liderança.

Pedro Passos Coelho parece, no entanto, querer esperar, aguardar para reflectir, ou seja, de maneira incompreensível arrastar este desesperante martírio, até ao congresso marcado para daqui a alguns meses...

O líder do PSD não compreendeu que o seu caminho findou, como não o havia compreendido há dois anos atrás, ao contrário de Paulo Portas, e assim insiste numa narrativa catastrófica para o centro-direita Português.

Pedro Passos Coelho é o principal responsável por este trágico resultado eleitoral, e caso não se demita as bases Sociais-Democratas terão a obrigação de tomar em mãos, o futuro político deste grande Partido...

Caso isso não aconteça, e ao invés tenham lugar os normais taticismos, por parte daqueles que continuam escondidos, então todos, mesmo todos, serão responsáveis pela vulgarização do Partido de Francisco Sá Carneiro.

É chegado o momento do confronto, das decisões, da disputa franca por uma liderança essencial ao futuro deste nosso País...

Portugal e o nosso destino, necessita de um PSD determinado, com um projecto alternativo, honesto e impregnado de uma esperança que devolva às pessoas, a vontade de acreditar numa alternativa credível a esta Geringonça.

Por todas estas razões, será impossível disfarçar a derrota eleitoral que o PSD sofreu, talvez a maior de todas, no entanto, poderemos olhar para este momento, como uma infindável oportunidade para reconstruir o futuro Social-Democrata...

Pois fazer pior, é impossível.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

11.02.17

 

Schumi, carinhosamente tratado por tantos, como eu, que dele gostavam, gostam, admiram, marcou sem dúvida, uma geração de pilotos de fórmula 1, talvez mesmo, toda a história desse desporto.

Eu era um admirador de Nélson Piquet, piloto brasileiro, que fazia as delicias da minha imberbe infância...

Não tenho memória, das suas vitórias na Brabham, mas guardo com a mesma intensidade aquele louco ano, com Nigel Mansell, na Williams Honda, que levou ao seu terceiro titulo mundial, de fórmula 1.

Piquet foi o meu primeiro ídolo, por quem chorei, praguejei, torci, de maneira fervorosa, volta após volta, adversário após adversário...

E eram muitos, de qualidade, desde o novato Ayrton de Senna, Nigel Mansell, Alan Prost entre outros, sempre empenhados em circuitos míticos, alucinantes, por entre voltas emocionantes e desfechos imprevisiveis.

Quando em 1991, Piquet resolveu abandonar o Circo da fórmula 1, um vazio ameaçava este menino de 14 anos, orfão desse ídolo que deixava o seu lugar, reservado na história do automobilismo...

Superior a ele, até então, só Fangio com os seus cinco títulos mundiais.

No entanto, um jovem, começava nos velhinhos Jordans, aparecia na cena automobilistica, chegando até à Benetton, última equipa de Piquet...

Parecia mais um, mais um nome, um prodigio como tantos outros, que entretanto por ali tinham passado, só que ao entrar no cockpit do seu carro, voando pelo asfalto daqueles circuitos, daquelas tardes de corrida, tudo mudara...

Senti logo uma imensa ligação, uma intensa admiração por aquele menino que enfrentava Senna, Prost, sentado no seu carro, lutando sem medo contra esses monstros que aprendera a ver no seu televisor.

Esse jovem Schumacher, pontuou pela primeira vez em Spa, voltou lá mais tarde para vencer pela primeira vez e depois brilhou, anos sem fim, numa dança permanente com as curvas desse labirintico destino.

Acompanhei todas as corridas, todos os momentos, todo o percurso que o guiou até aos seus sete titúlos mundiais.

Os carros menos seguros, o trabalho exaustivo, a busca constante pela perfeição que acabava por sobressair em cada paragem na box, em cada pingo de chuva que teimava em cair.

Schumi, à chuva distanciava-se dos demais, tal como Senna o fazia, porque nesse instante, apenas o talento poderia servir de vantagem em relação ao medo, à imensa insegurança de ser melhor.

Aprendi a segui-lo, continuei a admirá-lo, rejubilei com cada vitória...

No fim de toda a história, emocionei-me na sua retirada, nunca reencontrando a paixão por este desporto, que acabou por esmorecer em mim, com a inevitável despedida de uma época.

Quando apareceu pela primeira vez, esse rapaz desconhecido, ninguém esperaria que ao se despedir, o faria no patamar superior da galeria dos intocáveis, o mais intocável entre iguais.

Até aos dias de hoje, nesta luta pela vida que agora trava, mantenho-me fielmente como mais um Tiffosi, acreditando que na última curva, no derradeiro momento, ele vencerá...

E aí, voltarei a emocionar-me, recordando cada vitória, cada lágrima, diante da pequena televisão do meu quarto, onde podia voar através das rodas do seu Ferrari, pelo sucesso de um eterno campeão.

Boa sorte Schumi!

 

 

 

09.02.17

 

Sinto-me desprotegido;

Em cada esquina, um inimigo,

Em cada pessoa, um perigo,

A cada dia, sem abrigo,

A cada noite, menos um amigo...

 

Sinto-me desamparado;

Em cada imagem, assustado,

A cada grito, desesperado,

A cada tiro, desanimado,

Na minha casa, enjaulado...

 

Sinto-me a esmorecer;

Sem saber para onde correr,

Todos os dias a reviver,

Esses pesadelos, que queria esquecer,

Mas que insistem em aparecer...

 

E por entre dedicatórias;

Anotadas nesta história,

Feita de mortes, sem glória,

Para sempre na memória,

Desta terra,

Vitória!

 

 

 

07.02.17

 

Estes dias temos visto o rosto de um Brasil, que entristece, assusta, enfim demonstra a agonia em que se encontra, este extraordinário país.

As imagens que todos os dias nos chegam, sinalizam a anarquia vigente no estado do Espírito Santo, em particular na capital Vitória,  demonstrando um horror incalculável, mas acima de tudo, uma impotência absolutamente indiscritível para quem naquele local habita...

Como se pode compreender todo um sistema policial, que deve proteger milhões de pessoas, se torne inoperante, inexistente, em direto, ao vivo, deixando as ruas se tornarem numa lotaria, numa arena para o crime organizado, para o terror desgovernado semear o pânico perante os cidadãos inocentes que se veem envolvidos neste turbilhão de assaltos e mortes.

Em quatro dias, pelo menos 62 mortos e milhares de saques, em ruas, lojas, autocarros, que entretanto pararam de circular...

Escolas e universidades fechadas, pessoas trancadas em suas casas, pedindo aos Deuses que ninguém lhes roube o direito de viver, tudo filmado e transmitido para o mundo, perante a estupefacção de todos aqueles que de fora assistem incrédulos a este cenário dantesco.

O Brasil é há muito vitima de uma desmedida corrupção, inerente à sua elite política, desde Collor a Lula, de Temer a Cunha, desde o Mensalão ao Lava Jato, formada por gente sem escrúpulos, sem a noção do bem público ou do bem estar geral, permitindo que este regime brasileiro se transformasse neste saco de gatos sem pudor ou vergonha.

A política brasileira está podre, desgraçadamente sem soluções, sem esperança e isso leva a um imenso sentido de impunidade que gera essa revolta constante, que se vê nas cadeias e nas ruas, nos polícias e deputados, sobrecarregando assim, o cidadão comum, aprisionado a este paradigma de um país perdido...

O Brasil que nos envolve a alma, finta como Péle ou Garrincha, canta como Caetano ou Betânia, representa como Lima Duarte ou Bibi Ferreira, encanta como Elis Regina ou Roberto Carlos, compõe como Carlos Drummond de Andrade ou Vinicius de Moraes, amarra-nos às gargalhadas de Jô Soares, à voz de Martinho da Vila ou Chico Buarque, à beleza de Luanna Piovanni.

Este é o Brasil dos meus sonhos, tão pouco representado neste triste espetáculo que insiste em prevalecer, por entre o sol e o carnaval que celebrizam as terras de Vera Cruz.

Ao ver aquelas imagens lembrei-me do enorme Cazuza e desta música, celebrizada no genérico da novela Vale Tudo, e que tanto representou para aquele momento, na vida desse imenso Brasil...

Parece que voltámos atrás no tempo, retrocedendo quase 40 anos, até ao grito de revolta, plasmado na voz desse intemporal intérprete:

"Não me elegeram para chefe de nada, O meu cartão de crédito é uma navalha, Brasil mostra a tua cara, Quero ver quem paga para a gente ficar assim"

"Brasil, qual é o teu negócio, O nome do teu sócio, confia em mim"

Diante deste percurso torto, enviesado, construido ao longo de tantas décadas, está na hora de voltar a ouvir Cazuza e encontrar por fim, um caminho que permita a este Brasil mostrar a sua verdadeira cara, aquela que está escondida por debaixo de tamanha corrupção.

Brasil, não tenhas medo, de mostrar a tua cara! 

 

 

Filipe vaz Correia

 

 

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