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Caneca de Letras

Caneca de Letras

O Desenho De Tantas Vidas...

Filipe Vaz Correia, 09.08.19

 

Não sei explicar, não consigo gritar, não se entrelaça esse expressar que poderia desenhar cada palavra deste texto.

Música ao fundo, silenciosamente tocando, olhos cerrados, meio perdidos em mim, por entre, aquela voz interior que soletra desapegadamente o sentir maior, tão maior como a imensidão da esperança, aquela inocente esperança, outrora inexpugnável, agora despida de crença, amarrada a feridas, sabedorias doridas, de estranhas caídas ilusões.

O palco montado, as luzes presentes, o brilho tornado verdade, numa misturada saudade que não quero perder...

Estranha saudade esta que parece resgatar a palavra, cada palavra, cada dor ardente, amor que se sente, ardor que desmente a tamanha crueldade.

Já me perdi no meio das vírgulas e pontos que se intrometem por este texto, me desencontrei com os prometidos encontros que ficaram nesse passado, esquecido, desmentido, cravado naquele horizonte que já não vislumbro.

Abro os olhos...

Finjo não perceber que a tinta da pena se extinguiu, que se perdeu o rosto e o tempo, transformado em desgosto e tormento, tempero preciso para tão impreciso caminho, árduo caminho de um desatinado destino.

Em cada linha, por cada destemperada linha de um secreto texto, se completa o desenho de tantas vidas.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

Ruidosos Silêncios...

Filipe Vaz Correia, 12.05.19

 

Este silêncio que me consome, consumindo sem calar, desde a mais profunda inquietação arrepiada, numa encruzilhada de sentimentos despidos de cor, como se a espera constante de um reencontrado reencontro fosse maior do que esse degelo anunciado, desesperadamente gelado.

Contradições inquietas, palavras incertas, vozes e querenças diluídas no tempo, por um momento sedento de solidão.

Nada fica, se eterniza para além do testemunho cinzento daqueles pedaços de vento que esvoaçam por entre as almas mortais de todos nós.

Quantos dias e noites se perderam por entre lágrimas e sorrisos, risos de pouco siso, adivinhando os sombrios tempos que certamente chegarão.

Videntes descrentes, soltas imprecisões, cartas interpretadas de tristezas magoadas, dores cantadas e jamais navegadas, escondidas e guardadas nos doces recantos da alma.

Este silêncio...

Tantos silêncios, aguardando o tempo em que nada mais subsista do que o ruidoso som desse vazio.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

No Caneca Com... Luísa De Sousa!

Filipe Vaz Correia, 21.02.19

 

Viva a vida plenamente, hoje!

 

"Deveriam contar-nos, logo no início das nossas vidas, que estamos a morrer.

Assim, poderíamos viver a vida ao máximo, a cada minuto de cada dia. Faça isso! O que quer que deseje fazer, faça-o agora! Temos uma quantidade limitada de amanhãs."

                                                                                                           Michael Landon

 

 

Muitas pessoas adiam a alegria e a felicidade durante toda a vida.

Muitas pessoas fixam objetivos, e só depois de os alcançarem, serão capazes de desfrutar da vida em toda a sua plenitude.

É muito importante fixar objetivos, ajudam-nos a ter um sentido de direção e de foco, mas temos de nos empenhar constantemente para viver cada dia, gozando toda a alegria que pudermos, a cada momento.

A verdade é que se decidirmos sermos felizes agora, alcançaremos, automaticamente mais coisas.

 

Experimente tudo!

Seja excêntrico!

Saia e viva até não poder mais!

Conheça mais lugares!

Cheire as rosas pelo caminho!

Divirta-se!

 

Cuide de si!

Cuide dos seus amigos!

Cuide dos seus familiares!

Ame-os!

 

Ouse cometer mais erros!

Seja mais relaxado!

Seja mais flexível!

Seja mais apaixonado!

Seja mais espontâneo!

Seja mais criança!

Seja um excelente exemplo de Ser Humano!

 

Não leve as coisas tão a sério!

Acredite em milagres!

Tenha expectativas!

Permita-se ser imperfeito!

Não viva tantos anos à frente de cada dia!

 

Viva a vida plenamente, hoje, enquanto está aqui!

 

 

Agradeço ao meu querido amigo Filipe Vaz Correia o privilégio que me deu ao convidar-me a escrever na sua Caneca de Letras.

                                                       

                                    Luísa de Sousa

 

 

 

Teu Olhar...

Filipe Vaz Correia, 14.03.18

 

 

 

Não consigo explicar;

O que não tem explicação,

Essa forma de amar,

Que amarra o meu coração,

Umas vezes a palpitar,

A palpitar dessa emoção,

Que por entre o teu olhar,

Me invade...

 

E no teu cheiro;

Me busco,

Sempre inteiro,

Me perco,

Em ti...

 

 Pois nos teus braços;

Em teus braços,

Tudo faz sentido,

Sentindo em mim,

O tempo a regressar,

A cada beijo perdido,

Lágrima prometida,

Ardor ferido,

De uma outra vida...

 

E em cada uma dessas vidas;

Encontro essa parte de nós,

Que se tornou eterna,

Vivendo intemporalmente,

Neste imenso amor...

 

Que nos pertence.

 

 

Terá Valido A Pena?

Filipe Vaz Correia, 04.03.18

 

No meio da estrada, caminhando intensamente, se escondia aquele receio que insistia em segredar, o mesmo medo segredado que voltava a amarrar a alma, pertencente a tal viajante.

Numa viagem infindável, sem fim, sem chegar, que desmedidamente se aproximava do céu...

O mesmo céu que nos cobre, nos envolve, nos completa, repleto de esperança e amargura, sonho e loucura, hesitação e desventura.

Essa mesma vontade de ser fiel, leal ao que se esconde no coração, ao que sente o pequeno pedaço de nós que se mantém desnudado de disfarces.

Nesse entretanto que é a vida, se vão perdendo momentos, se vão calando sentimentos, se vão desvanecendo abraços, perdidos eternamente por entre a maquilhagem imposta.

Nesse mesmo entretanto de tempo que não volta, vai escapando a vida, aquela que se torna presente, ausente passado que amarra a gigantesca forma de vida.

Quantas vidas me bastarão?

E quantas me bastaram?

Quanta vezes se amarrou o desejado reencontro?

E quantas vezes irá voltar a acontecer?

Talvez nada...

Talvez nunca.

Talvez se desvaneça esse encontro, reencontro desencontrado que nunca deveria ter acontecido mas que acontecendo numa espécie de adeus, se torna no definitivo desprendimento da amargurada alma, desapontadamente entregue.

E talvez seja chegada a hora de libertadamente esquecer, esquecendo finalmente o que há muito deveria ter sido esquecido, meio perdido por entre o inebriante olhar.

Pois ninguém escolhe quem ama...

Ninguém pede para amar, nesse cruzamento infindável de tamanhas memórias desabitadas, vazias.

Não valeu a pena...

Mas voltaria a tentar que valesse.

Pois só assim poderia saber que não tinha valido a pena.

 

 

Filipe Vaz Correia