21.02.20
Viajam, viajantes de viagens, colibris e andorinhas, ramelas no canto de um olho, zarolho, tristonho, melancólico, esse traço amargo de um alcoólico que se perdeu na beira do ninho, sem saber tropeçou, por entre ruídos sucumbiu, experiência desamarrada de um pequeno recorte num desenho alado, pedaço de enfado que encobre o sorrir.
Palavras entrelaçadas, meio vagas e espaçadas, num blog transcritas, um tanto eruditas, escapulindo de mansinho. Não vou, não quero ir, esse beijo que sobrou, num sonho sonhou, o que a lembrança traída jamais imaginou. Não quero escrever, de repente recordar, cada passo de largada, abraço fachada, na voz repetitiva de um Deus sofredor. Vai e vem, caminho inóspito, pedras e pedras rebolando pela ribanceira, sobranceira questão, altiva multidão que desaparece quando a solidão se instala.
Viajam, viajantes de viagens, por entre, as gentes que sussurram, por entre, as almas que sucumbem, por entre, o tempo ausente que se torna presente sempre que o sol se põe.
Viajam, viajantes de viagens...
Filipe Vaz Correia