Partindo das eleições Brasileiras para uma reflexão mais alargada, vou discorrendo sobre esta inusitada ligação entre Deus e o Populismo Radical.
Deixo aqui bem claro que não atribuo culpa alguma, nesta relação, a Deus mas sim àqueles que se aproveitam da Sua mensagem, usando a frustração presente em Milhões para capitalizar votos e com isso chegarem ao poder...
Esta nota parece de somenos mas para mim é relevante manter este respeito pelo Divino, não vá...
Bem.
Em primeiro lugar, não esquecer a principal razão para Bolsonaro seguir com esta vantagem nas eleições do Brasil...
Quase duas décadas de poder do PT, repletos anos de corrupção envolvendo quase todo o espectro político Brasileiro, permitindo assim terreno para o aparecimento de um qualquer Salvador da Pátria.
No entanto, a presença de "Deus" tornou-se evidentemente crucial, com o peso crescente das Igrejas Evangélicas, Iurd na frente, tomando os votos dos seus Milhões de fiéis como garantia de um desequilibrar da balança.
Numa reportagem da SIC, uma fiel à saída do Templo de Salomão, em São Paulo, gritava as suas razões para votar em Bolsonaro:
Porque tinha sido indicado pelo Bispo Edir Macedo...
"Homem que a tinha retirado da droga e do pecado!"
Transformando-a assim, num Ser acéfalo, incapaz de raciocinar por si mesma.
Esta segunda parte é claramente um pensamento meu...
Se olharmos para os Estados Unidos e para o discurso de Trump, as palavras bíblicas e o peso dos Mormons, Baptistas, Pentecostais, não poderemos deixar de, também ali, reparar neste peso desmedido destas religiões no acto político.
Poderemos ir mais longe...
A forma como Chavez manipulava a sua relação com "Deus", para acrescentar credibilidade ao seu discurso, acto aliás continuado nesta anarquia reinante de Maduro.
A demissão durante décadas da Igreja Católica, em muitos deste lugares, com principal incidência no Brasil, não pode deixar de ser aqui relevada, no desmesurado ganho de influência destas "supostas" religiões.
Num patamar mais extremado, não esquecer o papel do radicalismo Islâmico, no transformar das Sociedades Muçulmanas que foram perdendo com o passar dos anos, uma certa laicidade que as marcava, submersas em anos de conflitos e repressão.
Basta olhar para os anos 60 no Irão, Líbano ou até a Arábia Saudita.
A mensagem de "Deus" que deveria ser a de Amor, é usada para disseminar o Ódio, discriminação, encontrando eco numa mistura de sentimentos muito em voga por esse mundo a fora...
Frustração, desespero, ressabianço, insegurança, preconceito, etc...
Na construção de um mundo melhor, parece que estamos encurralados nesta espécie de ignorância, entrelaçada com a vontade de dividir, ao invés, de agregar, o que perspectiva todos estes cenários assustadores em alguns pontos do planeta.
Resta olhar para "Deus" e esperar que o tempo possa desarmar esta ligação entre o Divino e o Populismo Radical.
Mas sem Educação....
É difícil.
Filipe Vaz Correia