24.03.20
Vão ser tempos difíceis, muito difíceis, aqueles que iremos enfrentar, do ponto de vista da saúde pública mas também do ponto de vista económico, nesse bem estar comum que marca uma sociedade.
As empresas, essas que garantem empregos estarão estranguladas, encurraladas entre despedimentos e lay-offs, num cenário apocalíptico que se afigura cada vez mais real.
Em tempos de Tsunami, como os que vivemos, é impossível fazer previsões precisas, opinar com certezas sobre panoramas improváveis, mas o que sobra será a terraplanagem que se verificará no tecido económico Português e Mundial.
Temo essa realidade, esse frame do Dr° Jivago transplantado para o nosso País.
Não gosto de demagogia e populistas, porém, importa não lhes dar terreno.
Este País está, assim como a Europa e o Mundo, a enfrentar a mais dura provação, sendo imperioso que não se desvaneça a esperança que sempre nos caracterizou.
Importa ao espectro da União Europeia compreender que só sobreviverá Una se conseguir responder a este desafio com energia e rapidez, avançando um pacote económico tão imenso como eficaz.
Não iremos lá com respostas pontuais ou descoordenadas entre Estados mas sim com uma completa e coordenada intervenção nos mercados e na vidas das suas populações.
Tempos difíceis, tempos esses onde os abraços e beijos são armas, onde o afecto é companheiro da infecção e onde se desencontra a Humanidade dessa proximidade que caracteriza a essência Humana.
Só através do olhar poderão sobreviver os afectos, aquele calor que subsiste nas palavras, esse amor que resiste na voz, na alma...
Abracemos com o olhar, beijemos com o olhar, esperando nas entrelinhas deste mundo de pernas para o ar, que se encontre uma solução para voltarmos a sorrir e sonhar.
Filipe Vaz Correia