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Caneca de Letras

03.06.20

 

 

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No sub-solo do Covid-19 se esconde um terramoto anunciado, uma espécie de devastação encoberta por medidas de teletrabalho e Lay-Off.

A Economia, sempre ela, acabará por surgir como tema central, lá mais para a frente, quando os sinais da Pandemia estiverem definitivamente controlados e observarmos o País com metade das empresas, micro e médias, que existiam antes deste tempo confinamento.

Restaurantes, Hotéis, empresas de retalho ou outro tipo de negócios estão a ser postos à prova numa dura competição que arrastará para a pobreza milhares de famílias.

Este plano da U.E., que se prepara para injectar Biliões de Euros na Economia Europeia, se este plano for aprovado pelo Parlamento Europeu, poderá ser a única esperança para evitar uma tragédia de proporções Bíblicas.

Por isso urge ter a noção da responsabilidade e do rigor que será necessário, não só na distribuição destes recursos, mas também na explicação do plano que o Governo irá desenhar para poder ajudar a reconstruir a nossa Economia.

O esforço que está a ser pedido a empresários e trabalhadores não irá terminar com o suposto regresso à normalidade, pois é de antemão sabido que as pessoas, logo o consumo interno, não irá responder, como antigamente acontecia aos estímulos consumistas que serviam de base, ano após ano, ao aumento do PIB nacional...

Mesmo no campo das exportações, onde entrava o sector do Turismo, deveremos demorar pelo menos um a dois anos a recuperar as taxas anteriores ao Covid.

Neste caso específico, o Turismo, talvez agora todos possam compreender a importância deste sector numa Economia com pouca produção Nacional e que assentou a sua transformação Económica, desde os anos 90, no sector dos serviços, abandonando sectores tradicionais e que agora poderiam ser de importância capital.

Não sei se será através da contratação de um Gestor fora do Governo, medida um pouco estranha, porém tudo estará dependente dos resultados das medidas e dos parâmetros Económicos que destas decisões derivem.

De uma coisa estou convicto, viveremos tempos de desafio e neles estará presente o perigo inerente à demagógica vontade de alguns...

Se falharmos no plano de recuperação para o País, se não lhe conferirmos seriedade e rigor, estaremos sempre mais perto do populismo inerente ao desespero das pessoas.

O bem estar e progresso dos cidadãos, enquanto sociedade,  é o que confere valor ao ideal Democrático, sendo que esse caminho só poderá ser realizado com crescimento Económico e perspectivas de futuro.

Por estas razões, importa olhar para este tempo compreendendo o anseio das pessoas, buscando sempre a credibilização das nossas Instituições.

Só assim poderemos pensar o País com optimismo.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

09.04.20

 

É com pena que aqui escrevo estas linhas...

Aquilo a que assistimos, por parte da União Europeia em tempos de Pandemia, sobre a forma como iremos todos responder à crise económica, é no mínimo deplorável.

Os Ministros da Finanças da U.E. conseguiram estar 16 horas reunidos para chegarem a nenhum consenso.

Quando olhamos para esse futuro que se aproxima, observando esta incapacidade do Euro-grupo em dar passos em frente, após Cinco reuniões, podemos infelizmente concluir que a Europa não se terá apercebido do seu moribundo estado.

A ausência de planos determinados e destemidos, de solidariedade ou construção comum, ameaça finalizar este projecto Europeu que nasceu na segunda metade do Século passado e que tanta prosperidade trouxe para os Povos Europeus.

Estou, cada vez mais, convicto de que a entrada para a União Europeia dos Países vindos do outro lado do muro de Berlim, assim como a Unificação Alemã, contribuíram para o bloqueio em que hoje vivemos, desequilibrando a balança de influência em relação aos Países do sul desta velha Europa.

A Unificação Alemã, unificação essa que muito beneficiou do apoio da U.E., acrescentou peso político e económico, tornando a Alemanha, não a RFA, o centro de decisão de toda a Europa, num desequilíbrio que retirou importância a França ou Itália nesse espectro de influência que servia de contra-poder.

Países como a Holanda ou a Áustria beneficiaram da proximidade territorial e política do seu vizinho, caminhando nesse divisionismo Europeu que lhes dá uma maior credibilidade nos mercados e empresas de Rating mas que esmaga a solidariedade e esventra o Futuro de todos.

Não perceber isto é persistir no erro que torna as pessoas cada vez mais distantes do projecto Europeu...

Admiram-se das taxas de abstenção em eleições Europeias, na casa dos 60%, 70% ou 80%?

Admiram-se?

É a resposta das gentes, vulgo Povo, a essa falta de orientação e fé neste caminho comum.

Nada aprendemos...

Nada parecem querer aprender.

Se continuarem sem respostas, Eurobonds, Coronabonds ou outro nome qualquer...

Mas se a União Europeia não aceitar a mutualização das dívidas soberanas dos seus Países, num plano comum, solidário e determinado, não restarão duvidas de que este projecto terá chegado ao seu fim.

Poderá definhar lentamente...

Mas definhará.

Uma "esquizofrénica" questão me persegue...

União Europeia, para onde caminhas?

 

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

28.03.20

 

O discurso do Ministro das Finanças Holandês no Conselho Europeu, não foi o único, é absolutamente repugnante...

António Costa assim o classificou e muito bem.

Parece que nada aprendemos com a crise de 2008, sendo que muitos dos que saltaram para fora do barco se apresentam capazes de fazer o mesmo assim que o Tsunami económico chegue.

Uma barbaridade.

Uma coisa a União Europeia terá de repensar...

O seu propósito.

Se não serve para uma solidária resposta num caso como este, então não servirá para nada.

Gostaria, não sei se gostar será o verbo, de ver o que valeria a Economia Holandesa, Austríaca, Húngara sem o chapéu de chuva do Euro.

Mantendo este tipo de atitude, se calhar, iremos descobrir mais cedo do que julgamos.

Pois desta resposta se fará o futuro da União Europeia.

Repugnante...

Bela palavra Senhor Primeiro-Ministro...

Absolutamente repugnante.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

03.07.19

 

António Costa é um artista, dos bons, com arame e barra na mão se equilibrando, sem tremer, no fio de arame.

Esta eleição para os lugares de topo do União Europeia, trouxe na verdade uma derrota para Costa e os Socialistas que desejavam alterar o balanço de forças na hierarquia Europeia.

Bem...

Falhou!

Ursula Van Der Leyen como Presidente da Comissão Europeia ou Christine Lagarde como Presidente do Banco Central Europeu são alertas preocupantes e derrotas confirmadas para Costa e os seus intentos.

Assim quando se esperava que esta fosse a tónica da notícia, Costa muda o cenário, deixa cair o convite que recebeu, enfatiza a recusa, dá palavra à promessa feita aos Portugueses.

Os jornalistas vão atrás, confirmam a história...

E da derrota Europeia, Costa muda a realidade, chegando a esta Lusa Pátria como o Primeiro-Ministro que preferiu o País ao "el dorado" Europeu.

Não é de artista?

Um artista Português...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

21.05.19

 

Os dias por esta Europa avistam-se cinzentos, por entre radicalismos e extremismos, cada vez mais anunciados nestas eleições no Velho Continente.

Há muito que a Europa e por consequência a União Europeia perdeu o rumo que prometia ser risonho aquando da sua fundação, perdidos por entre descontentamentos e dificuldades, manifestações e populismos.

Os Euro Cépticos ganham força e expressão nas sondagens que se afiguram como um retrato dos votos da população Europeia, desde a França até Itália, de Budapeste a Viena, de Espanha até Praga...

Tantos caminhos e lugares, todos eles submersos numa insatisfação guardada entre os efeitos de uma austeridade bacoca e o afastamento daqueles que sendo eleitos cada vez mais estão distantes daqueles que os elegeram.

Há décadas atrás, aquando da queda do Muro de Berlim, começava uma Era diferente nesta Irmandade das Nações Europeias e o projecto até então construído, via aparecer as primeiras brechas nesse destino sonhado.

A inclusão dos Países do bloco do Leste, atrasados em todos os sentidos em relação àqueles que já faziam parte da antiga CEE, vieram com a sua integração, mal preparada, acrescentar dificuldades que se tornaram gritantes forjas de sentimentos Nacionalistas, assim como, de uma crescente ideia de desagregação Europeia.

Por dentro, lentamente, aqueles Euro Cépticos eleitos foram criando uma retórica populista capaz de enfraquecer o espírito Europeu, coadjuvados por políticas de Austeridade que puniram as populações, incapazes de compreender as rupturas nesse futuro prometido.

O Tratado de Lisboa, como não recordar o trabalho do sempre nefasto José Sócrates, acabou por pressionar e acrescentar tensão ao já de si problema Europeu.

O Brexit foi apenas uma consequência desse labirinto de insatisfação.

O que nos espera nestas eleições Europeias é um maior número de representantes Cépticos em relação à construção Europeia, caminhando no sentido da sua implosão.

Este desabafo Canequiano reflecte o receio dos que acreditando num futuro de uma Europa Unida, se apercebem da cada vez menor capacidade deste projecto encontrar um porto seguro.

E podem acreditar que ninguém sairá bem deste ruir do projecto Europeu.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

28.03.19

 

A crise do Brexit está ao rubro, prometendo arrastar a União Europeia para este limbo Britânico que amarra Milhões de Almas a este inferno.

O Parlamento Inglês, caminha decisão após decisão para esta, incerta, certeza de um desastre anunciado...

Explanado desde o dia do tão famigerado Referendo, construido com base em incompetências e falsidades.

Incompetência de quem o convocou, senhor Cameron, e falsidades entrelaçadas a personagens como Farage ou Boris Jonhson.

Parece claro que, neste momento, muitos dos que votaram a favor deste Brexit acordaram para a terrível desesperança que esta saída poderá representar...

E ninguém mais do que os Britânicos irão pagar essa factura.

No meio deste desordenado Brexit, poderemos estar aqui a falar, muito provavelmente, do fim do Reino Unido, tal como o conhecemos, pois será certamente incapaz de lidar politicamente com a insatisfação dos Norte-Irlandeses ou dos Escoceses.

Já para não falar desse outro País, de seu nome, "Londres".

Para piorar a situação, Inglaterra tem como "líder", expressão inadequada, Theresa May, numa mistura explosiva de incompetência e desastre.

Nesta selva política, fonte de populismos e ignorância, talvez só um segundo Referendo pudesse clarear opções, trilhar rumos, buscando soluções para tamanho labirinto.

O que sobra, por entre adiamentos e ameaças, acordos falhados e vociferaria, será o destino de Ingleses e Europeus, num futuro ameaçado por sombrias decisões.

A partir daqui se irá escrever a História de uma nova Inglaterra, numa nova Europa, num desatinado tempo, cada vez mais escasso, nessa desperançosa vontade de recuperar o que parece esquecido...

O bom-senso.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

16.01.19

 

O Parlamento Britânico rejeitou o acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia.

De nada adiantaram as dramatizações, as ameaças, os gritos e as "lágrimas" de Theresa May e seus apoiantes, deixando agora questões inadiáveis em cima da "Coroa".

May estará irremediavelmente encurralada, por um lado com a moção de censura apresentada pelos Trabalhistas e por outro com aqueles que dentro do Partido Conservador, esperam apenas pelo momento certo para "decepar" a sua liderança.

Aumenta assim a esperança, daqueles que sonham com um novo referendo, amarrados a esta "real" rejeição , tão esperada como surpreendente.

Esperada porque era evidente o desagrado crescente, na Sociedade Britânica, com este Brexit, por muitos dos que nele votaram, "enganados" pelos populistas gritos da dupla Farage e Boris...

Surpreendente, pois parece inacreditável a forma amadora e principiante como a Primeira-Ministra Theresa May guiou este processo, carregado de tropeços e armadilhas.

Mas o problema subsiste...

Um problema para o Reino Unido e para a União Europeia, para o futuro dessas economias e da sua estabilidade.

Por tudo isto é caso para questionar:

Stop Brexit...

E agora?

 

 

Filipe Vaz Correia

 

27.11.18

 

Está escolhida a data para a votação do Brexit no Parlamento Britânico...

Mais do que saber se o Reino Unido levará a cabo este acordo com a União Europeia, saberemos se a Primeira-Ministra Theresa May sobreviverá a tamanha prova de fogo.

Saberemos se teremos ou não...

"Therexit"!

Olhando para toda a turbulência provocada por este principio de acordo, atrevo-me a dizer que muito dificilmente ele passará no Parlamento, contando com a certa rejeição dos Trabalhistas mas também com uma alta taxa de reprovação entre os Conservadores que são a base de apoio da actual Primeira-Ministra.

Dentro desta equação, teremos de juntar os Unionistas da Irlanda do Norte, uma espécie de reserva que dá vida a este Governo e que já alertou para o desagrado provocado por esta solução de Theresa May.

Muitos acalentam a esperança de um novo Referendo, realidade cada vez mais distante, por clara escassez de tempo.

Neste impasse vivido em terras de Sua Majestade, não me parece que seja esta a solução capaz de unir o futuro Britânico, antes pelo contrário...

Poderá implicar a independência da Escócia e o fim de um projecto liderado por May, abandonada ao seu destino, por um ideal que não tinha inicialmente defendido, ao invés de Boris ou Farage.

Dia 11 de Dezembro, não sei se o Parlamento votará o Brexit mas creio que decretará o "Therexit".

Sem dúvida.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

03.07.17

 

Nunca pensei escrever tal coisa mas parece-me factual que a eleição de Donald Trump significou para a Europa uma oportunidade, algo positivo, importante, determinante...

A Presidência Americana, envolvida numa espécie de jardim infantil desde que Trump foi eleito, tem perdido preponderância e influência no mundo devido às atitudes irrefletidas desta administração, desvirtuando assim, aquele sentimento de admiração com que muitos Países olhavam para a terra das oportunidades.

Este impasse Americano, assustou inicialmente muitos dos seus aliados, muitos dos que se habituaram a olhar para os Estados Unidos como o País líder das democracias, da suposta liberdade democrática, no entanto, este facto aliado ao tão temido Brexit, não provocou as radicalizações esperadas nas eleições subsequentes no continente Europeu...

Os extremos não venceram em Espanha ou França, não aglutinaram na Holanda ou até mesmo na diminuta vitória, de uma nova radical envergonhada, como a Senhora May.

A Europa e a União Europeia começaram a mudar, entendendo provavelmente que esta seria a única forma de poder travar os extremismos e os errantes sinais vindos do outro lado do Atlântico...

Até a China demonstrou com a sua posição de força, após o abandono Americano do acordo de Paris, entender o seu papel neste novo cenário e também ela aproveitar a falta de comparência que advém da inoperância de pensamento de um Presidente mais interessado em entreter do que em governar.

Assim neste inovador momento geopolítico, um lado positivo parece se impor por entre as piadas e gaffes de Donald Trump:

A esperança de uma Europa mais unida, mais interventiva, melhorando efectivamente aquilo que parece a América ter abandonado...

A realidade!

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

16.06.17

 

Morreu Helmut Kohl, o antigo Chanceler da Alemanha, o Pai da Reunificação das duas Alemanhas:

RFA e RDA.

O histórico líder da CDU, retirado há alguns anos da vida política, marcou indelevelmente o trajeto do seu País e de todo o continente Europeu, através do seu papel na construção Europeia, do seu projeto político e económico...

Contemporâneo de nomes como Margaret Thatcher, François Mitterrand, Felipe Gonzalez, Ronald Reagan ou Mikhail Gorbachev, Helmut Kohl viveu e interveio numa época de desenvolvimento e mudança, de esperança num futuro com que todos ansiavam.

Uma época de estadistas por essa Europa a fora, de políticos capazes de intervir sem demagogia, de inovar sem destruir, de caminhar sem deixar ninguém para trás, de aglutinar sem muros ou separações...

Pensar em Helmut Kohl, é sonhar com esse futuro prometido e que na verdade tarda em chegar mas é também manter a crença de que será possível regressar a esse pensamento construtivo, para uma Europa mais forte e menos dividida.

Por tudo isto e talvez por muito mais que desconheço, um sentido obrigado, a um estadista que aprendi a admirar e acima de tudo, respeitar.

Porque um político sem ideias, sem ideais, como se observa actualmente com Theresa May, pode vencer eleições mas nunca terá um legado para respeitar.

Auf Wiedersehen, Herr Kohl.

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

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