19.05.17
Onde te perdeste Brasil?
É a pergunta que dá vontade de fazer, a cada noticia vinda daquele pedaço de encantamento refugiado na imensidão da sua beleza, distante de nós, apenas por esse gigante chamado Atlântico...
Como pode o País de Caetano e Bethânia, de Oscar Niemeyer e Jô Soares, de Jorge Amado ou Tom Jobim, de Fernanda Montenegro ou Vinicius de Moraes estar entregue a esta elite política pejada de aldrabões?
Como é possível?
Depois de anos a lutar contra a Ditadura Militar, contra a inflação gigantesca dos anos 90, contra os desmandos de um jovial Collor, o Brasil mereceria assim como a sua gente, um futuro mais risonho, mais adequado à intemporal dimensão da sua beleza.
Ao ver na rua as pessoas, ao perceber a sua revolta, um receio toma conta da minha escrita, da minha imensa vontade em reescrever esta triste novela em que se transformou este nosso Brasil:
O de uma revolta popular.
As pessoas talvez pela primeira vez em muitos anos, compreendem agora a dimensão real da corrupção que assola o País, que devora os alicerces que abanam a cada investigação, a cada delação, em cada noticia ou rumor...
Já não subsiste esperança para os mesmos que habitualmente vão trocando de lugares, que vão prometendo e fazendo o seu contrário, para todos os que participam neste esquema fraudulento a que habitualmente se chama Democracia Brasileira.
O desespero estampado no rosto, daqueles cidadãos que falam diante das câmaras de televisão, deixa o alerta gritante para um desastre sem proporções que me continua a parecer, esta elite política ainda não ter compreendido.
O que se tem sabido com a investigação Lava Jato vai muito para lá de Lula, de Dilma, de Temer, de Aécio, do PT ou do PSDB, vai diretamente ao cerne da questão...
Quem sobra impoluto a este terramoto político, a este vendaval sem moral, sem princípios, destituído de valores ou de ética?
Só vejo uma resposta, no panorama político actual:
O Tiririca.
O Brasil tem duas hipóteses:
Ou muda o sistema político em que assenta a sua Democracia ou votam no Tiririca, pois no meio daqueles Senadores, de todos aqueles Congressistas, da imensa corte política de Brasília, é bem capaz de ser o único que verdadeiramente, não roubou...
Que Deus te Proteja, Brasil de todos nós!
Filipe Vaz Correia