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Caneca de Letras

17.06.19

 

Tim Bernardes...

Este nome que me chegou do outro lado do Atlântico, num dia como outro qualquer, numa explosão de sentimentos e melodias, nesse Recomeçar imenso que se amarrou a minha alma, desmedidamente constante.

Já aqui escrevi sobre ele, sobre a forma como a sua escrita transposta em música se entrelaça com o âmago desse intenso sentir provocador, desconstruindo o formigueiro extasiante que se instala, que nos assalta num singelo segundo, eterno pequeno segundo.

Tudo é imenso, imensamente curto, intervalado com a imensidão longínqua desse espaço estelar que ecoa a cada pedaço de letra, cada verso, cada rima, cada sentido pormenor.

Por estes dias assistindo a uma sua entrevista me deparei com as palavras de Caetano Veloso...

" Uma maravilha de afinação, controle da dinâmica, refinamento, execução instrumental e liberdade na elegância do uso do palco e da luz - além das composições personalissimas de caminhos fascinantemente desviantes... Tive a certeza de que a música Brasileira é forte para sempre. Quem vê um show de Tim Bernardes não pode nem acompanhar o movimento mental de quem diz que nossa canção hoje não tem valor. "

Caetano expressou através das suas palavras o espantoso talento deste jovem músico, num gesto de grandeza e sapiência de um mestre, sabendo valorizar o que de melhor fazem aqueles que continuarão o seu legado.

Tim emocionado contou que havia sido Salvador Sobral a apresentar o seu álbum "Recomeçar" para Caetano Veloso, numa irónica encruzilhada do destino, nesse abraçar dos dois lados do Atlântico.

Caetano precisou de vir a Portugal para conhecer o trabalho absolutamente deslumbrante deste seu conterrâneo.

Da minha parte apenas referir o quanto admiro este álbum, o artista e a melodiosa poesia saltitando por entre os acordes da sua viola ou das teclas do seu piano.

Desnudado de folclore, de tamancos ou subterfúgios, assim é Tim Bernardes, despido em palco de distracções, apenas a sua voz e o imenso talento que lhe pertencem.

Como é bom conhecer e apreciar a genialidade dos melhores...

Um impressionante privilégio.

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

26.10.18

 

De vez em quando surpreendo-me com descobertas que me amarram, se aproximam e me entrelaçam na voz, na letra ou simplesmente na mera ausência de nexo...

Arte ou simplesmente um reencontro da alma com a imperfeita busca pela musicalidade do tempo.

Já escrevi, en passant, sobre ele...

Mas não posso deixar de partilhar convosco, este mero gosto de repetir uma canção, um sonoro encantamento enquanto escrevo um poema ou simplesmente um ténue sorriso, levemente perdido, por entre, a desmedida vontade de ouvir...

Ouvir.

Descobri Tim Bernardes no seu álbum Recomeçar, uma espécie de arrebatador sentido que se mistura, por entre, a busca poética e a indisfarçável insatisfação da musicalidade.

Ouçam...

" No corcovado quem abre os braços sou eu, Copacabana essa semana o mar sou eu, E as borboletas do que fui pousam demais, Por entre as flores do asfalto em que tu vais, E as paralelas dos pneus n'água das ruas, São duas estradas nuas, Em que foges do que é teu..."

Somente a genialidade de Belchior, na canção Paralelas, amarrada no piano e na voz de Tim Bernardes.

Continuarei a caminhar, por entre,  esse Recomeçar que na minha alma soa a Descobrir...

Viva a poesia Lusófona, encantadora forma de amar.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

19.10.18

 

Suspeitas de caixa 2 invadem a segunda volta das eleições no Brasil...

Parece que Bolsonaro viu a sua campanha impulsionada por "fake news", provenientes de donativos de grandes empresas que serviriam para através do Watshapp influenciar Milhões de pessoas, com mentiras e factos inventados.

Esse dinheiro, vulgo caixa 2, poderá tramar Bolsonaro, segundo avança a reportagem do Folha de São Paulo, pois no Brasil este tipo de donativos são proibidos, dando assim dimensão às queixas apresentadas por Haddad e Ciro Gomes, reivindicando a impugnação da Candidatura do PSL.

Nada disto parece estranho, pois falamos do Brasil.

De uma coisa estou certo:

Bolsonaro é um verdadeiro boçal, uma espécie de Nazi "popularucho", não sendo, na minha opinião, menos cúmplice do Sistema do que tantos outros antes dele, excepção feita a Fernando Henrique Cardoso.

No seu longo trajecto de mais 25 anos no Congresso, não apresentou uma única proposta de lei, uma pequena iniciativa legislativa, passeando como outro qualquer, por aqueles corredores impregnados de corruptos.

Aliás, observando estas últimas acções de campanha, Bolsonaro fez-me recordar Collor de Mello, por um momento, um segundo...

Recordei-me de Collor.

E assim, mesmo antes de ganhar, já o querem impugnar...

O mais engraçado, se é possível ter alguma graça, o que se passa nas terras desse "nosso" Brasil, é que quem o acusa é tão ou mais corrupto do que ele, foi tão ou mais cúmplice dessa nefasta corrupção.

Corruptos caçando corruptos, canalhas perseguindo canalhas, num mistério sem fim que vai corroendo a Sociedade Brasileira.

Triste destino, triste samba, pois o fado Lusitano fica deste lado do Atlântico.

Neste entrelaçar musical deixo aqui o meu novo encantamento, voando por entre a voz e a letra, numa mistura de John Lennon e Caetano Veloso...

Tim Bernardes.

Não... Paralelas... A mais velha História do mundo... Tanto Faz... Não espero mais...

Poesia misturada com uma voz deslumbrante, um piano sonhador.

Por um instante, pareceu-me "pressentir" a letra de Vinicius ou "Onde Anda você".

Ai como este Brasil merecia tudo melhor...

Tão melhor.

 

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

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