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Caneca de Letras

19.11.19

 

Começou o julgamento do caso de Alcochete que envolve parte da anterior estrutura Leonina, entre eles, o ex-Presidente do Sporting Clube de Portugal.

É com tristeza que assisto a este rodopio de memórias, refrescadas em cada reportagem, a cada pedaço de história reavivada.

O Sporting não conseguiu recuperar, ainda, deste profundo traumatismo que tanto o marcou, marcando o destino de todos nós Sportinguistas que sentindo esse amor maior pelo clube, nos envergonhamos de tão recente e triste passado.

Ao ver aqueles rostos, serpenteando pelas imediações do Tribunal, sobra-me a certeza dessa repulsa maior por esta gente que um dia conseguiu sequestrar o “meu” clube.

Mustafás ou Brunos Jacintos, Fernandos Mendes ou Brunos de Carvalhos, escroques de primeira igualha que se serviram do populismo vigente para iludir e hipnotizar aqueles que quiseram acreditar no seus delirantes óasis...

Este é o perigo deste tipo de discurso, assim como das concessões daqueles que sendo pessoas comuns, passam a acreditar neste homens “providenciais”, salvadores da pátria alicerçados em exércitos de criminosos dispostos a tudo para levarem a cabo os seus intentos.

Este caldeirão em que se tornou o Sporting Clube de Portugal é em grande parte fruto deste projecto fracassado, que infelizmente deixou ainda órfãos, por entre, as entranhas Leoninas.

”O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons.”

Martin Luther King

 

Este silêncio descrito de forma exacta por Martin Luther King é em variadissimos casos, comprovados pela História, o cimento que fortalece os grandes tiranetes e os seus regimes...

Neste caso não foi diferente.

Por uma bola na baliza ou uma vazia sensação de vitória, grande parte dos Sportinguistas optaram por aliviar frases ofensivas de Bruno de Carvalho, esquecer comportamentos perigosos, normalizar atitudes paranóicas que não auguravam nada de bom...

Por entre esse caminho se foi descredibilizando o Sporting, envergonhando a sua História, centenária e rica, até ao ponto onde hoje nos encontramos.

Este julgamento traçará um definidor de águas nesse passado versus futuro, uma oportunidade de ouro para expurgar deste presente essas sementes que ainda anseiam por estes tiques boçais e animalescos que se entranharam no ADN Leonino.

Uma lição ficará para todos nós Sportinguistas mas também para aqueles que olhando para a sociedade detectem estes indícios, tantas vezes, presentes em vários outros quadrantes nacionais e internacionais...

Não se pode condescender ou compactuar com o populismo ou as suas formas, mais encapotadas, de liderança.

Que os bons jamais permaneçam em silêncio...

Jamais.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

15.05.19

 

Faz hoje um ano que um bando de energúmenos invadiu a Academia de Alcochete, perpetrando um dos actos mais vergonhosos da História do futebol mundial.

O Sporting, sequestrado por um Presidente louco, apoiado durante anos pelas massas sedentas de vitórias, vivia por essa altura o expoente máximo de um tempo sem lei...

Dias cinzentos que ameaçavam a rica História Leonina, longe de podermos imaginar os contornos violentos e obscuros que ganhariam vida nesse malfadado dia 15 de Maio de 2018.

Muitos anunciaram um tempo de deserto para o "meu" querido Sporting, um período nublado para a alma verde e branca que acalenta cada um de nós, adeptos Sportinguistas.

Um ano depois estamos vivos, bem vivos...

A equipa de futebol venceu a Taça da Liga, pode vencer a Taça de Portugal, lutando neste campeonato da vergonha por uma digna classificação.

Títulos Europeus resgatados pela equipa de Hóquei em Patins e Futsal, uma vitalidade há muito perdida e que parece voltar a surgir no horizonte Leonino.

Nunca fui um apoiante do actual Presidente, continuo duvidando das suas escolhas e trilhos mas faço gosto em reconhecer a diferença...

Frederico Varandas poderá ser mais ou menos competente, veremos quando for altura de ser avaliado, no entanto, é educado, institucionalmente irrepreensível, sabe respeitar a História do nosso Clube, com todos os predicados que a mesma incluí.

Por tudo isto, congratulo-me por este dia, pelo ressurgir de um certo orgulho e de uma forma de estar, buscando recuperar a formação ou sarando feridas abertas de forma populista e irresponsável pelo boçal que o antecedeu.

Assim, recordemos este dia como forma de nunca mais repetirmos tamanho erro...

O erro de uma escolha violenta e extremista.

Viva o Sporting

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

15.03.19

 

Dois dias...

Duas matanças.

Filmadas, divulgadas, publicitadas em meios de comunicação, esventrando um pedaço da condição Humana, que sendo nossa, parece se ausentar por momentos, deixando somente a tristeza soluçar dentro de nós, esse medo maior, de um dia nos depararmos com tamanha monstruosidade.

Imagens reais, como se estivéssemos num jogo de computador, intenso horror, por entre, gemidos e disparos, gritos e sangue, ódio...

Esse arrepiante ódio, sem qualquer explicação.

Tentei evitar ver aquelas imagens, mas não consegui...

Também eu cedi, abri os olhos e deixei-me levar por aqueles instantes de desespero, tragédia, carnificina.

Nada trará aquelas vidas perdidas, aqueles sonhos que ficaram por realizar, aquelas vidas por cumprir, os sorrisos perdidos dos que morreram ou dos que ficando, com eles emocionalmente partiram.

Pais, amigos, familiares...

Nada mais tenho a escrever, somente explanar nesta Caneca de Letras, o silêncio...

O silencioso silêncio da ausente esperança que me invade, me invadiu, me amarra sem fim.

Numa escola, numa mesquita ou em qualquer outro lugar...

Mais do que o som dos disparos, tentemos ouvir o silêncio que se segue, a esperança que dali se escapa, o amargo fim da essência Humana.

Pois é somente isso que dali resulta...

O desesperante falhanço da condição Humana.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

12.12.18

 

Minha querida esperança, como está difícil acreditar que este mundo poderá ser melhor... Pois se após cada tiroteio, se torna mais difícil a lágrima, se constrange a alma sofrida, numa ferida agigantada, por entre, o sofrimento maior da alma Humana. Caiem como tordos, os doces inocentes da hora errada, os que estando no local errado, pagam o horror plasmado nas, torpes, mentes de alguns. Em nome de Deus, de Alá, de Buda ou Maomé... Sei lá o que escrever, o que gritar a cada momento, se a razão se torna pequena no meio de tamanha incompreensão, do tamanho ódio vociferado nas ruas de Barcelona, Estrasburgo, Nova Iorque, Carachi, Paris ou Bruxelas... Atentados e mais atentados, a que assistimos sentados no sofá da sala, à mesa de um café, no rádio do carro. Mas o que importa? Será que importa? Já não basta gritar, expressar sem volta a indignação, pois indignada deve estar a alma de Deus, de todos os "Deuses" adorados nos quatro cantos do mundo. Estas criaturas feitas à sua semelhança, são provas vivas de uma fracassada esperança. Mas não quero parar de escrever, de libertar na folha em branco, o que singelamente me dita o desperançado querer.

Quero acreditar num mundo melhor...

Num mundo melhor.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

28.11.18

 

Quem ouve as mensagens, a linguagem, as ameaças, poderá dizer que não se trata de Terrorismo?

Quem assiste a toda a trama, a todo o teatro montado, poderá gritar que não rescindiria?

Quem foi conivente com esta gentalha, estilo vândalos, terá a coragem de se ausentar das consequências destes actos vergonhosos, em Alcochete?

O Sporting vive enredado nesta lama que nos afunda e a todos deverá fazer reflectir.

Infelizmente, nem todos o compreendem...

Basta ver comentadores Leoninos, estilo Pedro Proença ou Jaime Mourão Ferreira, para perceber porque razão chegámos até aqui.

Gente que envergonhadamente condena mas busca desculpas para os trogloditas de plantão, que renegam o seu "amado" líder, caído em desgraça, no entanto, apontam o dedo a outros para silenciar os "nossos" tristes pecados.

Não me interessa o que os outros fizeram, quando e onde o fizeram, mas sim a amputação voluntária sofrida no "meu" clube.

O que desejo é expurgar, de dentro, do mundo Sporting este tipo de gente, esta escória que, há muito, serve de "guarda-pretoriana" ao poder.

Sem isso, o Sporting não voltará a ser Sporting.

Por tudo isto, não podem faltar as palavras...

Foi Terrorismo?

Foi!

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

 

16.11.18

 

Tenho de admitir que, esta manhã, me assustei...

As noticias davam conta do regresso do IRA, em força, com novos desenvolvimentos e até com uma Portuguesa, como um dos seus principais rostos.

Meu Deus!

Isto deve estar relacionado com este acordo para o Brexit, a suposta fronteira entre as duas Irlandas ou a falta dela...

"Esta Portuguesa, deve ser Luso-Descendente." Pensava inquieto e ainda ensonado, estupefacto em frente da televisão.

Encapuçados, em pose ameaçadora, capazes de enfrentar o mundo pelas suas convicções, estilo Daesh...

Que horror!

No entanto, num singelo momento, algo em mim se questionou:

Mas o que faz um cão, pincelado, naquele pano aterrorizador por detrás dos supostos terroristas?

Que estranho!

Começo lentamente a despertar e também  o meu cérebro dá sinais de querer raciocinar...

Pan?

Cãezinhos?

Foi então  que me apercebi...

Terrorismo à Portuguesa, carregado de estranhezas, inusitadas ligações e perturbadoras formas de contestação.

Escrevam o que vos digo:

Qualquer dia teremos um Canídeo na Assembleia da República, como Deputado da Nação, tal o ponto a que já chegámos.

E o pior...

É que deverá fazer melhor trabalho do que alguns Senhores que por lá andam.

Pois para isso, bastará aparecer...

Sem faltas.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

13.11.18

 

A justiça comporta-se como uma "prostituta", sem venda, com uma câmara de televisão, em vez, de uma balança.

É assim que vejo a Justiça mediática que nos rege.

Ao saber das sentenças do caso BPN, não posso deixar de reflectir sobre as palavras de Saragoça da Matta, que viu o seu cliente ser absolvido de todos os crimes de que foi acusado.

" Esta absolvição não retira anos de capas de jornais ou títulos caluniosos."

Tem toda a razão.

O que me chocou no dia de ontem, nesta prisão de Bruno de Carvalho, foi esta espécie de circo mediático que atropela tudo e todos, sem respeitar os princípios básicos de um cidadão ou dos seus familiares.

Como é possível uma televisão ser avisada de buscas em casa de um arguido, filmar o seu prédio, a rua, o número da porta...

Enfim, tornar pública a morada do dito cidadão e da sua família.

Como é possivel que o seu advogado e seus familiares, sejam massacrados por uma matilha de jornalistas, preparados para devorar cada gota de tragédia, cada inquietamento, cada pedaço de amargura.

Como?

É nesta mistura de indecência e justicialismo que se encontra a minha incredibilidade com esta Justiça, "Reality Show", que tanto satisfaz os ressabiados de plantão...

Repugna-me esta mediocridade.

Por fim...

E  antes que para aqui venham  os caciques do momento, leiam o que penso sobre a personagem, o que sempre pensei e como nunca me inibi de escrever sobre o que este representava.

Mas isso não me permite prostituir os valores que sempre defendi, em nome de uma satisfação bacoca, dos que se contentam com a desgraça alheia.

Somente isso...

E isso, não é de somenos.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

17.05.18

 

E aqui vamos nós para mais um dia carregado de estupefacção, de desnorte em desnorte, de incredibilidade em incredibilidade...

O Sporting não é isto...

O Sporting não pode ser isto!

Bruno levou ao limite a sua loucura, a influência mafiosa que usa no seu discurso para agitar as massas, essas mesmas massas que rejubilaram um dia, com o populista primário chegado para devolver o clube ao seu povo...

O popularucho discurso cheio de banalidades, carregado de vernáculo, acompanhado muitas vezes de barbaridades ameaçadoras e que pareceu ter inebriado parte do mundo Leonino, rendido ao sonho que jamais chegará.

Já não existem palavras para descrever o actual momento do "meu" Sporting, para esta catástrofe anunciada a cada post no facebook, a cada disparar de um homem insano.

Bruno de Carvalho  ultrapassou todos os limites, mesmo que para ele esses limites não existam, mesmo que o seu estado mental não lhe permita perceber, a dor que vai na alma Leonina. 

Depois dos acontecimentos desta Terça-Feira, da tristeza arrebatadora que em mim sobrou, deixo neste texto parte dessa emoção minha, desilusão nossa:

Emocionei-me ao olhar para os jogadores a saírem madrugada adentro de um posto da GNR, com as palavras do menino Palhinha, vendo no olhar de Jorge Jesus toda a mágoa de um plantel ou com as lágrimas de Bas Dost...

Emocionei-me...

Imaginando como contaria ao menino que um dia fui, o que tinham feito ao Sporting que sempre amei.

 

 

Viva o Sporting

 

29.03.18

 

Arnaud Beltrame...

Um simples nome que prometo não esquecer, assim como, esse legado de um instante, marcadamente destemido, se eternizará por entre a memória de um País.

O enterro do Gendarmerie Francês que ousou trocar a sua vida com a de um refém, durante o atentado a um supermercado em Trèbes, silenciou por momentos o rebuliço quotidiano de uma França dos tempos modernos.

Neste fim esmagador, arrebatadora forma de nos recordar o heroísmo que resiste na essência Humana, subsiste esta tristeza inerente à morte.

Beltrame tombou às mãos de Radouane Lakdim, terrorista Islâmico de 25 anos, negando a capitulação diante da cobardia imensa, dando a sua vida para que outra pudesse continuar a viver...

Essa sobrevivente é Mãe de uma criança de dois anos.

Ao compreender a história, ao ler a tragédia, mais me arrepia o acto, o desesperante momento em que este simples homem, se tornou herói.

Emmanuel Macron prestou a sua Homenagem a este Gendarmerie, no pátio do Hotel des Invalides, transportando com ele todo o sentimento do povo Francês.

Por vezes estas histórias parecem escritas numa qualquer tela de um cinema, retiradas da amargura Humana, ficcionada, sem a carga irreversível de um destino...

No entanto, não foi assim.

Arnaud Beltrame morreu...

E o seu legado serve de lição para um mundo cada vez mais embrenhado na individualidade mesquinha, de um singelo olhar.

Até sempre Monsieur Beltrame...

Merci Beaucoup.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

16.10.17

 

O País está de luto, carbonizadamente de luto, enlutado pelos mortos que tombaram em mais uma tragédia incendiária ou pelos vivos que sobrevivendo, estão submersos em mais um pesadelo impregnado de dor.

Um retrato a preto e branco deste nosso Portugal, carregado de cinzas, enublado por entre as poeiras da incompetência de políticos, governantes, destino menor desta nossa triste alma Lusitana.

Gentes com memórias queimadas, esperanças incineradas, casas destruídas, vidas suspensas...

Já não existem palavras suficientes para descrever o olhar das pessoas, o desespero na expressão do rosto, a ausência de esperança, no meio de tamanha desesperança.

O que fica de Portugal, deste nosso querido País, é uma devastadora sensação de dor, de amargura, de abandono que as populações sentem, sentiram, e segundo o Primeiro-Ministro poderão voltar a sentir.

Abandono sentido no meio de florestas, em aldeias, cidades, estradas, em todo o lado por onde deflagrou este miserável pesadelo.

Através das imagens passadas pelas televisões, fica um retrato de devastação, de terrorismo, como diria o meu caro, O Último Fecha a Porta, de equívocos e erros acumulados durante décadas.

Não existe mais tempo para reflexões, não temos mais tempo para discussões, apenas sobra tempo para agir, para de uma vez por todas resolver esta repetitiva maldição.

Chove lá fora, do lado de fora da minha janela...

Por um momento, um instante, parece ganhar cor, a dor imensa deste meu querido País.

Que chova, que continue a chover, e que essa chuva se misture com as lágrimas da nossa dor, do nosso dolorido fado.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

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