21.10.20
Faltou-te tempo para viver;
Faltou-te tempo para amar,
Faltou-te tempo para crescer,
Faltou-te tempo...
Sobrou tempo para esta dor;
Sobrou tempo para tamanha Saudade,
Nesse tempo sem temor,
De levar esta amizade...
Destino ladrão;
Vagabundo,
Cancro maldito,
Sem vergonha,
Nesse grito profundo,
Que se liberta...
Caminho inacabado;
Uma vida por cumprir,
Planos, desejos imaginados,
Sonhos a fugir...
Ainda recordo o teu olhar;
A esperança e a frustração,
Que por vezes tinha lugar,
Dentro do teu coração...
Tantos anos se cumpriram;
Já não voltam,
Não regressam,
Desde essa tua despedida,
Que não sara, ferida...
Não consigo trazer-te de volta;
Nem voltar a te abraçar,
Nessa espécie de revolta,
Que por vezes quer escapar...
Ainda sinto a tua falta;
Ainda recordo aquele abraço amigo,
Aquelas travessuras de criança,
Que passei contigo...
Saudades, eternas, tuas;
Amigo que sempre quis,
Dessas lembranças nossas;
Luís!
Meu querido Luís Miguel, parece que foi ontem, 24 anos se passaram desde que nos vimos pela última vez, nesta saudade que não finda, somente adormece ligeiramente, sempre presente na alma.
Os anos passaram e com eles sobram estas datas que nos marcam, o dia de teus anos, o dia de tua partida, por entre, tantas outras memórias que nos ligam à nossa infância.
Este poema escrito, para ti, há anos atrás, regressa a esta Caneca de Letras numa singela homenagem, num abraço fraterno deste teu "irmão" que sempre te quererá bem...
Um abraço tão imenso como esta saudade que nos separa.
Filipe Vaz Correia