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Caneca de Letras

03.11.18

 

O trânsito em Lisboa estava, hoje, um pandemónio...

Amoreiras, Marquês de Pombal, Marquês da Fronteira, enfim, um infindável labirinto de carros, de ruas cortadas e policias de trânsito.

Questionei-me o que justificava tal agitação, carros e tanques, aviões e soldados, armas à solta por esta Lisboa...

Elucidaram-me:

Uma parada militar, como há muito não se via, para as comemorações do Dia do Armistício.

Ok...

Mas o Dia do Armistício, não é a 11 de Novembro?

É...

Mas isso não interessa nada.

Milhares de soldados desfilarão por esta Lisboa, Portugueses e não só, num aperaltar das tropas, vociferando o orgulho militar.

A minha preocupação com o trânsito logo se alterou...

Armas, soldados, tropas, tanques e aviões, à solta por Lisboa, entregues a Instituições militares.

Meu Deus!

Por favor, cortem o trânsito, atrapalhem a vida do cidadão, aborreçam o dia a dia das pobres almas...

Mas por favor, contem bem as armas, façam um inventário dos aviões, saibam bem quantos tanques saíram para a rua, apenas para tranquilizar a minha inquieta pessoa.

Pois não me apetece descobrir, num qualquer telejornal, que desapareceu um  "pequeno" F16, pelos ares Lisboetas ou um tanquezinho, verde tropa, ali ao virar da esquina.

Somente isso...

Façam a festa, mas não percam o material.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

13.10.18

 

O Ministro da Defesa demitiu-se...

Caiu com estrondo e em queda livre desde um qualquer estratosférico precipício espacial, sem nunca abrandar.

Tancos ameaçava vitimar a cúpula política da Defesa Nacional e dizimou...

Partindo-se agora para a esperada decapitação voluntária ou compulsiva do Chefe de Estado Maior do Exército e do seu Vice.

Azeredo Lopes azedou no cargo, não compreendendo que chegara, desde há muito, a altura de sair para não contaminar o Governo, assim como, o Exército que tutelava.

Azeredo tornou-se um componente tóxico que tardiamente se apercebeu dessa sua condição política.

António Costa voltou a cometer o mesmo erro "político" que anteriormente já havia cometido com a MAI, Constança U. de Sousa...

Digo "político" pois sou um admirador confesso dessa característica Humana, a lealdade, por vezes escassa no mundo em que vivemos, no entanto, será importante realçar que tanto num caso como no outro, a lealdade não se deve confundir com teimosia, dando a ideia que nestes dois casos, António Costa, ultrapassou essa fasquia.

A excepção a essa tamanha lealdade de Costa, terá sido no caso do Ministro da Cultura, João Soares, com o Primeiro-Ministro a aceitar essa demissão após o primeiro deslize...

Até a lealdade do mais "teimoso" dos políticos tem o seu limite.

Nesta aventura desventurada em que se transformou o período de Azeredo Lopes, como Ministro da Defesa, sobrará um retrato medíocre e amador das estruturas militares deste nosso País.

Fica um cheiro a máfia e encobrimentos, de magia ou ilusão...

E é aqui que me recordei de Luís de Matos.

Porque não?

Se ninguém sabe quem roubou ou quem encobriu...

Se temos armas que nunca apareceram e outras que apareceram sem nunca terem existido...  

Se calhar mais do que força política o próximo Ministro deveria, na minha opinião, ter capacidades de magia, não só para descobrir o que aconteceu, como para compreender como aconteceu.

Uma novela Mexicana com um "Azedo" final.  

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

25.09.17

 

Será que Tancos existe?

Durante estes meses, infindáveis, o roubo em Tancos tem feito correr muita tinta, acusações e imaginação, livremente ao sabor do repasto Lusitano.

Numa penumbrosa noite, um grupo de Jihadistas terá invadido um paiol do Exército, em Tancos, roubando alegadamente um conjunto importante de armas...

Perdão não foi de noite, terá sido certamente de dia e não eram Jihadistas,  mas sim militares corruptos ao serviço de um mercado negro internacional...

Ou será que não?

Pedro Passos Coelho já veio falar num relatório, apoiado por Assunção Cristas líder do CDS, e por mais algumas vozes, relatório esse que prova a suposta incompetência do Estado Maior do Exército e do Ministro da Defesa, neste acontecimento.

No entanto, poderemos estar tranquilos, António Costa já disse que o relatório não existe...

Foi fabricado pelo PSD...

Ok!

Mas e o roubo, efectivamente existiu?

O ministro da Defesa ao fim de todos estes meses, pensa que talvez não tenha ocorrido roubo...

Pensar, talvez possa ser um exagero meu, tendo em conta o seu desempenho no cargo.

Tantas dúvidas e receios, medos e exigências, para tamanho pedaço de nada, de uma desilusão por nada ter ocorrido ou talvez por ninguém conseguir dizer o que verdadeiramente aconteceu...

Confuso?

Por fim uma questão me inquieta em tamanha confusão, será que alguém já se certificou se Tancos existe mesmo?

A terra,  os Paióis, o Exército, o Governo, a Oposição...

Será que Tancos existe mesmo?

 

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

10.07.17

 

Podemos discutir a governação do País, o rumo mais esquerdista da Geringonça, a surpresa ou deceção inerente a este novo destino político que nos governa há um ano e meio...

Podemos falar sobre tudo isso, no entanto, de uma coisa não poderemos fugir:

O estranho carácter de António Costa.

Há algum tempo que me interrogo sobre esse lado importante deste homem que dirige os destinos da Nação, desse pedaço fundamental de um Primeiro-Ministro...

O carácter.

Penso que ninguém negará que Pedro Passos Coelho é uma pessoa coerente com os seus princípios, apesar de politicamente ser constantemente infeliz, inapto do ponto de vista da liderança, do carisma...

António Costa, no entanto, é para mim uma interrogação, hábil politicamente, perspicaz na forma como passa por entre os perigos impopulares, que sempre envolvem quem sobrevive anos sem fim, na ribalta do panorama político Português.

Recordo bem quando José Sócrates esteve preso, durante aqueles longos dias de um ano e da única visita daquele amigo de uma vida, chamado António Costa...

Saindo do Estabelecimento Prisional de Évora, por volta do Ano Novo, a data ideal para que ninguém se apercebesse da sua visita, o atual Primeiro-Ministro expressou em parcas palavras o seu apoio àquele amigo:

- Ele, José Sócrates, está convicto da sua verdade!

Para expressar esta frase, mais valia não o ter visitado...

Numa espécie de encontro envergonhado, talvez uma tentativa de  não correr o risco de ser castigado nas eleições que se aproximavam...

Que belo amigo!

Tempos depois, a sorrateira maneira como após perder as eleições legislativas, chega ao poder, relegando para trás das costas a demissão digna, agarrando-se a uma aliança contra-natura para sobreviver.

E chegamos então a Pedrogão Grande, por onde passou algumas horas, deixando a Ministra Constança Urbano de Sousa entregue à sua sorte, demonstrando certamente fraquezas, soltando indiscutivelmente lágrimas, no entanto, tendo certamente a coragem de lá ter estado, políticamente sozinha, ininterruptamente, constantemente...

Não deveria o Senhor Primeiro-Ministro, ter ali estado ao seu lado?

António Costa é de facto um político experiente e talvez seja por isso mesmo que usa esta espécie de cobardia política, para por vezes se proteger...

Em Tancos esta evidência torna-se ainda mais flagrante, com o Primeiro Ministro, partindo de férias, ausente, distante da polémica, deixando a arder Ministro e Chefes Militares.

Salvam-se assim o deficit, o ambiente sorridente no País, os abraços e afagos Presidenciais...

Pelo meio sobra o camaleão Costa, escapando sempre por entre as dificuldades de cada crise, em cada momento difícil, com a sua imensa capacidade política mas com muito pouco carácter.

O pior é que do outro lado da barricada, PSD e CDS, as soluções são muito fraquinhas, pelo menos, por agora...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

02.07.17

 

A sério?

Buracos na rede??????

Câmaras de vigilância avariadas há dois anos???????

Horas a fio, sem rondas efectuadas por militares aos paióis de armamento???????

Na realidade, este é talvez um dos acontecimentos mais graves que aconteceram nos últimos anos em Portugal, com repercussões absolutamente desconhecidas neste mundo atual em que hoje nos encontramos.

Como poderemos garantir que este material militar não possa cair em mãos terroristas e ser utilizado num atentado qualquer, por essa Europa a fora?

Ainda para mais quando jornais Espanhóis garantem que o número de armas roubadas em Tancos, ultrapassou em muito, aquele que foi inicialmente avançado pelas estruturas do exército...

O que fica desta história não é apenas a imensa vergonha inerente à incompetência espelhada pela dimensão deste roubo, é também a confirmação absoluta da incapacidade do Estado para gerir a segurança dos seus cidadãos.

Muitos dirão que este facto foi provocado pelos cortes efetuados nos últimos anos nas forças militares Portuguesas e eu até o posso aceitar, mas ao mesmo tempo, custa um pouco aceitar que com tamanhos cortes de sucessivos Governos, ninguém na hierarquia militar tenha sentido a necessidade de alertar para o estado em que se encontrava o nosso exército, ou seja, sem condições para garantir a segurança do seu próprio armamento.

Se não conseguimos guardar uns paióis de armas, o que dizer do resto.

Os políticos continuarão o seu trabalho, cavalgando noticias mediáticas, abrindo os telejornais e rasgando as suas vestes diante dos espetadores, numa tentativa de conquistar a opinião pública, no entanto, antevejo o mesmo resultado de sempre...

Nada!

Assim ficamos todos a saber que em Tancos, o quilo de armamento é o mais barato da Europa...

É de borla!

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

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