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Caneca de Letras

Caneca de Letras

O "Deus" Do Tempo

Filipe Vaz Correia, 11.04.20

 

Passou tanto tempo;

Depressa,

Tão pouco tempo,

Com tanta pressa,

Tantos e tantos dias,

Num instante,

Como se nada fosse importante,

Tudo fosse relativo,

E esta vida, minha,

Nada significasse.

 

Tantas certezas;

Que agora não importam,

Tantos pensamentos,

Que desvaneceram,

Tantas caras e rostos,

Que desapareceram,

Assim...

 

Num ápice.

 

Já não tenho Pai nem Mãe,

Perdi Amor e Amigos,

Família e abraços,

Perdidos em antigos regaços,

Pincelados no esquecimento.

 

O que sobra?

 

O que sobra de mim?

Dos meus sonhos,

Das minhas desassombradas vontades,

Agora submersas nesta demência que me persegue...

 

Sobrou ar e pó;

Sorrisos e lágrimas,

Um estranho nó,

Que acentua a solidão.

 

Passou tanto tempo;

Tão pouco tempo,

E em cada momento,

Me esqueci de sorrir.

 

 

Quem Conheceu A Tão Desejada "Felicidade"?

Filipe Vaz Correia, 29.05.19

 

 

Doses pequenas de querer numa busca presente pelo encontro com a desmedida vontade de ser feliz.

Dias bons, dias maus, nesse caminhar que se cruza desatinadamente com esse destino que desconfiamos sem saber, queremos sem conhecer, acreditamos desconfiando.

Tantas interrogações que se apresentam numa entrelaçada questão...

Seremos nós felizes?

Sabemos o que é a felicidade?

Essa palavra que nos persegue desde o início de tudo, desde a alvorada dos tempos, continuando a consistir por si mesma como a meta a atingir por qualquer um de nós.

Mas o tempo passa e com ele vai trazendo ilusões e desilusões, gentes que partem e chegam, dias que se põem levando com eles momentos inesquecíveis ou trazendo outros momentos que nos esforçamos por esquecer.

Assim nesta caminhada que se impõe ao querer, desgastante passar do destino, se amarram palavras, outras vezes sons e silêncios, nessas infindáveis interrogações que não conseguimos silenciar...

Para onde vamos?

O que deixamos?

Como almejar essa felicidade ou sonho que parece inatingível?

E chegados lá, bastará por si só essa parcela de nós que se sente feliz?

Talvez sim...

Talvez não.

Fica a interrogação...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

Sorriso...

Filipe Vaz Correia, 05.04.18

 

 

 

Vai se perdendo o sorriso;

Sem deixar de sorrir,

Mesmo que esse sorriso,

Seja apenas a fingir...

 

Fingindo que é verdade;

A ausente tristeza,

Que não é saudade,

Essa incerta certeza,

Que sinto...

 

Sentindo sempre a bater;

Esse amor no coração,

Espécie de sofrer,

Sofredora desilusão...

 

E vai sobrando esse sorrir;

Estranha forma de disfarçar,

Essa mágoa a ferir,

Em que se tornou,

Este amar.