O "Deus" Do Tempo
Passou tanto tempo;
Depressa,
Tão pouco tempo,
Com tanta pressa,
Tantos e tantos dias,
Num instante,
Como se nada fosse importante,
Tudo fosse relativo,
E esta vida, minha,
Nada significasse.
Tantas certezas;
Que agora não importam,
Tantos pensamentos,
Que desvaneceram,
Tantas caras e rostos,
Que desapareceram,
Assim...
Num ápice.
Já não tenho Pai nem Mãe,
Perdi Amor e Amigos,
Família e abraços,
Perdidos em antigos regaços,
Pincelados no esquecimento.
O que sobra?
O que sobra de mim?
Dos meus sonhos,
Das minhas desassombradas vontades,
Agora submersas nesta demência que me persegue...
Sobrou ar e pó;
Sorrisos e lágrimas,
Um estranho nó,
Que acentua a solidão.
Passou tanto tempo;
Tão pouco tempo,
E em cada momento,
Me esqueci de sorrir.