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Caneca de Letras

04.03.19

 

 

 

Rostos e mais rostos;

Nesse mar de gente,

Deambulando pela rua,

Multidão ausente,

Na solidão crua,

Tornada crescente,

A ausência tua,

Que em mim flutua...

 

Rostos e mais rostos;

Despidos de significado,

Pedaços de desgosto,

Num rosto desamparado...

 

Rostos e mais rostos;

Num entrelaçado silêncio,

Buscando arrepiados,

O que se escapou...

 

Rostos e mais rostos;

Nesse desenho rasurado,

Assinalando a despedida,

Meio ferida,

De um tempo.

 

 

 

 

27.11.18

 

Três anos de Geringonça...

Tempo para lá do tempo que alguma vez acreditei que pudessem subsistir, no entanto, por entre revés e vitórias continuam unidos, cumprindo uma Legislatura que muitos anteviam de "diabólica".

António Costa terá de se sentir satisfeito com o trajecto, com os resultados que mantêm viva a esperança "Socialista" numa Maioria Absoluta.

Costa sobreviveu aos Incêndios, a Tancos e até a uma certa turbulência inerente às agruras de uma coligação anti-natura, porém a macula sobreviverá, não sendo maior, devido a uma conjugação estrelar que assenta na fraca oposição de Direita existente no espectro político Português.

Justiça seja feita, deveremos diferenciar a oposição do CDS, daquela que atrapalhadamente tem feito o PSD, perdido por entre batalhas internas, repletas de caciques e birrentos politiqueiros.

Costa remodela, passeia, estremece, equilibra, sorri ou gagueja mas três anos depois...

Parece firme no rumo, confiante na vontade, "seguro" no futuro.

Veremos então esse futuro, após a apresentação do último Orçamento da Legislatura, aquele que me parece conter, verdadeiramente, uma essência despesista e "Socialista".

Espero que não tenhamos uma surpresa negativa, em nome de um eleitoralismo bacoco, capaz de reeditar um "diabo" que pensávamos emigrado.

Espero sinceramente.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

30.03.18

 

 

 

Ao vento;

No meio do mar,

Vão sobrando as leves dores,

Do que um dia foi respirar,

Respirar sem fim...

 

Do que na alma existia;

Desse amor que batia,

De cada instante guardado,

Em nós...

 

Nesse nós;

Que era só meu,

Nesse olhar meio perdido,

Do que levemente se desvaneceu,

Desvanecendo ferido...

 

E de orgulho esventrado;

Coração magoado,

Vai se esbatendo o passado,

Outrora sincero...

 

Vou-te amar;

Amando eternamente,

Recordando para sempre,

O que importa esquecer...

 

Pois só esquecendo;

Poderei sobreviver,

A tamanho destino.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

04.12.16

 

Ainda penso no que não queria pensar;

Ainda me recordo do que não queria recordar,

Ainda faz parte de mim,

Essa angústia sem fim,

Daquele dia assim...

 

Ainda tenho que viver;

Sabendo sem querer,

Que o fim ou morrer,

Faz parte desse saber,

Que é a vida...

 

Vida...

 

Tão estranha forma de celebrar;

Uma passagem por este lugar,

Onde nos cruzamos a caminhar,

Com sentimentos a chegar,

Até partir, zarpar...

 

É assim a vida;

Sobra pouco para explicar,

Deste enigma a questionar,

A escrever ou partilhar...

 

Resta-nos aproveitar;

Cada dia,

Cada olhar,

Como se fosse a primeira vez...

26.11.16

 

Meu Deus, como será Cuba depois deste dia?

Morreu Fidel Castro, o lider revolucionário cubano, que guiou através de décadas os destinos de todo um povo, de toda uma nação.

Nunca me identifiquei com Fidel, antes pelo contrário, no entanto o seu papel na História mundial será para sempre incontornável.

Para muitos um Romântico idealista, para outros um Déspota sem escrúpulos, Fidel marcará de forma indelével o Sec. XX e a politica mundial desse período.

Acredito que o desmembramento da União Soviética terá marcado o fim do seu sonho politico, da sua ambição por um comunismo puro, assente na sua imensa vontade em construir um sociedade sem classes...

A Queda do Império Comunista, conjuntamente com o eterno embargo Americano, talvez tenham sido as grandes derrotas da vida politica do Senhor Comandante Fidel Castro Ruz.

Fidel sobreviveu a golpes, atentados e conspirações, cimentou o seu poder através de assassinatos ou detenções, por isso neste momento em que muitos optarão por embelezar o seu legado será importante não esquecer:

O seu regime levou Cuba à estagnação, ao empobrecimento, a um Estado falhado, sem futuro ou respostas para muitas gerações de Cubanos que se viram obrigados a partir para conseguirem uma vida melhor...

Este é em suma o legado que sobreviverá do sonho de Fidel, o de uma sociedade falhada, de uma esperança esquecida rodeada por um mar imenso...

Fidel foi capaz, no entanto, de seguir caminho, de impor a sua vontade, momento após momento, desafio atrás de desafio, fazendo acreditar, pelo menos os seus leais seguidores, que um dia seria possivel construir o mundo que outrora prometera.

Assim neste dia em que parte El Comandante, duas certezas:

Tristeza em Havana...

Alegria em Litlle Havana, Miami.

Respeite-se a memória de Fidel Castro Ruz, o Último Comunista, sem que se esqueça a tirania e o desastre que representou o seu Regime.

 

Filipe Vaz Correia 

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