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Caneca de Letras

11.10.17

 

Finalmente...

Nem queria acreditar quando vi na televisão que tinha saído a acusação contra José Sócrates, no âmbito da Operação Marquês.

Depois de quatro anos e muita tinta, de jornais e comentadores, opinadores de serviço e políticos mais ou menos profissionais, onde toda a gente emitiu uma opinião...

Todos nós, uns mais do que outros.

Um processo complicado para uns, uma cabala construida para outros, o que importa agora relevar é o termo deste momento processual, de uma investigação que se arrastou indeterminadamente pelo tempo.

Um novo tempo se afigura agora, de confronto e prova, de argumentação e debate, de disputa e defesa, num julgamento que em muito ultrapassa a simples condenação de um ou mais arguidos, mas acima de tudo, um processo que põe em causa toda a Justiça Portuguesa...

Um amigo disse-me que não existe a mínima possibilidade de Sócrates ser ilibado desta acusação, concordo, no entanto, será essencial que juntamente com a condenação, subsistam fundamentos irrefutáveis, para que a credibilização de todo o sistema judicial, possa ser algo efectivo.

Neste processo, repleto de arguidos e acusações, o que verdadeiramente importa realçar, é a dimensão do esquema, a ser verdade, o tamanho deste polvo orquestrado, em torno do Estado português.

O que neste processo será julgado, mais do que um anterior Primeiro-Ministro, é um Regime, um poder oculto que se habituou a reinar e que usufruiu desse mesmo poder, após a Revolução de Abril.

Este é o regime, que está aqui a ser julgado.

Ricardo Salgado, Zeinal Bava, Henrique Granadeiro, José Sócrates, PT, Grupo Lena, entre muitos outros, representam um rosto indisfarçável, da politiquice menor, em nome dos seus próprios interesses.

Agora resta provar...

Importa confirmar as acusações que lhes são imputadas, pois caso contrário, será também o fim de um outro lado deste regime.

Daqui a vinte anos, saberemos a resposta.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

06.01.17

 

Tudo começou quando Ricardo Salgado se dirigiu a São Bento, para pedir a Passos Coelho, 2 Mil Milhões de Euros para salvar o BES de uma crise que se tornaria num pesadelo para o antigo Presidente daquele banco...

Passos Coelho rejeitou e já tivemos de injectar no antigo BES mais de 4 Mil Milhões de euros.

Depois disso descobriram-se as fraudes, as imparidades e a promiscuidade entre o Grupo Espírito Santo e o Banco Espírito Santo, sob o comando de Ricardo Salgado.

Mais tarde entra em campo o Banco de Portugal e dá-se a intervenção do regulador para a resolução do BES, numa solução nunca experimentada antes em outro país e que se revelaria absolutamente catastrófica.

Esta solução tinha como principal instrumento a venda no curto prazo e o reembolso do Estado daquele dinheiro que injectara naquela instiuição financeira.

O BES seria dividido em dois, o Banco bom com todos os activos valiosos e o Banco mau que serviria para armazenar os activos tóxicos resultantes do escândalo de fraudes que rebentára no Grupo Espírito Santo.

Iriam chover candidatos, com propostas valiosas e o processo seria um estrondoso sucesso...

Não!

Para começar como é que se escolhe este nome, para este novo banco?

Novo Banco...

Que falta de imaginação!

Poderia ser Verde Banco, uma côr de esperança...

Ou Doce Banco, com o Slogan:

O Salgado já passou!

Ou mesmo CR Banco e aproveitavam-se os anúncios já pagos com o Cristiano Ronaldo e a Dona Inércia para promover a instituição.

Agora Novo Banco?

Mais, ficámos hoje a saber que o Novo banco, ou seja o banco bom, continua a conter activos tóxicos que afinal não foram retirados na altura, para o Banco mau...

Inexplicável o apurado sentido de incompetência que domina o Banco de Portugal e o Fundo de Resolução neste processo.

Para finalizar soube-se também hoje, que a proposta indicada por esses iluminados que lideram este processo, pertence a um fundo abutre, Lone Star, que certamente caso fosse o vencedor, facilmente desmembraria o Novo Banco e vendê-lo-ia aos pedaços para capitalizar o seu investimento.

E ainda para mais, oferecem apenas perto de 750 Milhões de euros, pedindo garantias do Estado de 2.5 Mil Milhões de euros.

Só para rir...

O Antigo BES ou Novo Banco, tem uma importância fundamental na nossa economia, sendo mesmo aquele que mais apoia as pequenas e média empresas neste país e o seu desaparecimento seria absolutamente aterrorizador para a economia nacional.

Assim esta tese que hoje comecei a ouvir, defendida por muitas pessoas, da nacionalização do banco para reestruturá-lo e mais tarde ver compensado todo o investimento que os contribuintes nele depositaram, poderá ser o caminho mais acertado.

Quero deixar bem claro, que sou um leigo nesta matéria, o que julgo me tornará muito próximo, dos senhores que lideram ou lideraram este processo, Carlos Costa, Sérgio Monteiro, Maria Luis Albuquerque, Passos Coelho, entre outros... 

Sou ideológicamente contra Nacionalizações, mas admito que não me parece existir outra solução.

Por isso, que a sorte esteja do nosso lado, porque nesta história é o que parece nos restar...

 

Filipe Vaz Correia

 

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