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Caneca de Letras

Caneca de Letras

Vidas A Correr!

Filipe Vaz Correia, 20.02.21

 

 

 

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As bombas ensurdeceram o meu sentir;

A dor emudeceu o meu carpir,

A mágoa escureceu esse intenso colorir,

Fugindo sem fugir...

 

O sangue pintou cada morte,

Cada desaparecer ensurdecedor,

Destino sem sorte,

Fétido fedor...

 

Cada olhar,

De uma vida vazia,

Intenso desesperar,

Dia após dia...

 

Ainda não fiz doze anos;

Nem sei se os farei,

Por entre feridas e danos,

Perdendo tantos que amei...

 

E continua a vida a correr;

A vida a correr,

E eu parado,

No meio deste meu eterno sofrimento.

 

 

 

 

Aleppo!

Filipe Vaz Correia, 24.11.20

 

 

 

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Em cada casa devastada;

Uma alma abandonada,

Por cada bomba ali caída,

Uma esperança que foi traída,

Em cada ruína ilustrada,

Uma lágrima derramada,

Por cada rosto sofredor,

Uma recordação de tanta dor,

Em cada pedaço desta história,

Choram-se balas na memória,

Por cada filho desaparecido,

Um país quase perdido,

Em cada pedra dessa estrada,

Uma mágoa bem trancada,

E por cada palavra esquecida,

Sobra essa tamanha ferida,

De seu nome...

 

 

 

Aleppo!!!

 

 

 

 

 

 

Obrigado Miguel Duarte!

Filipe Vaz Correia, 19.06.19

 

Meu caro Miguel, não sei nem me interessa averiguar os pormenores da questão, até porque em certos casos os pormenores são tão menores que não poderão ser comparados com os pormaiores essenciais.

Ouvindo e lendo toda a história que te pertence, sobra-me um pouco de vergonha, envolve-me esse conforto cobarde que nunca me permitiu arregaçar as mangas e contribuir, gigantescamente, como fizeste.

"Quando vejo uma pessoa a morrer afogada, não lhe pergunto se tem passaporte. Tiro-a da água."

Miguel Duarte

Parece que após ajudares a salvar milhares de vidas no Mediterrâneo, o Estado Italiano, comandado por Salvini, apressa-se a te processar, ameaçando com uma pena que pode ir até aos 20 anos de prisão.

Nada que possa espantar, vindo de quem vem...

Mas o que não pode tardar é a resposta desta Nação que sendo tua, é maior do que as suas fronteiras físicas e muito maior do que essa Alma transposta em livros, histórias, romanceadamente única.

Os teus actos nos enobrecem, orgulham, emocionam, o que em momento algum pode ser confundido com qualquer acto menos correcto ou condenável.

Ao tomar conhecimento deste caminho por ti traçado, senti-me impelido a escrever, a gritar, a contribuir desta pequena forma, neste insignificante blog...

Obrigado Caro Miguel Duarte, pois com o teu exemplo, se renova a esperança num futuro melhor.

Obrigado.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

Obrigado Nour Machlah!

Filipe Vaz Correia, 04.07.18

 

Numa altura de gritos e crises em relação a migrantes e refugiados, nada melhor do que as palavras de Nour Machlah para nos acalmarem a alma, darem esperança ao olhar e verdadeiramente sentir orgulho nesta espécie de imensidão que se amarra ao "Ser" Português.

Num texto no Facebook que se tornou viral, Nour enalteceu o gesto de Cristiano Ronaldo, naqueles instantes finais do jogo entre Portugal e o Uruguai, onde o craque Português ajuda de forma fraterna Cavani a sair de campo.

O jovem Sírio compara essa situação, àquela que o mesmo viveu em 2014, tentando fugir de um País dilacerado por bombas e mortos, tendo então recebido uma bolsa de estudo do Estado Português, assim como, outros 50 companheiros seus, acolhidos nesta terra tão nossa.

As palavras de gratidão, amizade e amor, espelham a forma como este jovem foi recebido e integrado, num gesto que diz muito da generalidade deste nosso Povo...

Nour vai mais longe, recordando as dificuldades económicas e a crise que então atravessava o País para reforçar o gesto e dar dimensão ao peso que isso teve na sua vida.

" Nunca vou chamar este País de segunda casa, nunca vou chamar este povo de segunda família."

" Portugal é a minha casa e o seu povo é a minha família."

São estas as palavras com que Nour Machlah decidiu finalizar o seu texto, deixando pouco espaço para alguém acrescentar outras, tal a beleza e amplitude de tamanha gratidão.

No entanto, corro o risco...

Obrigado Nour.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

Vidas A Correr!

Filipe Vaz Correia, 08.11.17

 

 

 

As bombas ensurdeceram o meu sentir;

A dor emudeceu o meu carpir,

A mágoa escureceu esse intenso colorir,

Fugindo sem fugir...

 

O sangue pintou cada morte,

Cada desaparecer ensurdecedor,

Destino sem sorte,

Fétido fedor...

 

Cada olhar,

De uma vida vazia,

Intenso desesperar,

Dia após dia...

 

Ainda não fiz doze anos;

Nem sei se os farei,

Por entre feridas e danos,

Perdendo tantos que amei...

 

E continua a vida a correr;

A vida a correr,

E eu parado,

No meio deste meu eterno sofrimento.