Por aqui, um certo demagogo fala numa cerca sanitária especial para ciganos...
Não se iludam é, sempre, só o início.
Importa dizer Não.
FilipeVaz Correia
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Por aqui, um certo demagogo fala numa cerca sanitária especial para ciganos...
Não se iludam é, sempre, só o início.
Importa dizer Não.
FilipeVaz Correia
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Um destes dias, fazia zapping em casa, e deparei-me com o canal 12 da televisão, numa reposição do Big Brother de 2000, o primeiro por terras Lusitanas.
Teresa Guilherme a apresentar, Pedro Miguel Ramos como repórter, Marco, Telmo, Marta, Célia ou Zé Maria como concorrentes.
Uma edição mítica, numa mudança indesmentível no quadro televisivo nacional.
Mas não venho aqui discutir o Big Brother ou essa faceta que popularizou os media Portugueses e abriu a porta para o "popularucho" como Prime Time.
Nessa passagem minha, pelo tal canal, deparei-me com duas meninas sentadas no confessionário, com a cara pintada de preto, sorrindo, rindo, aproveitando a graça...
A razão para tamanha galhofa era a simulação de terem apanhado muito sol e daí terem ficado pretas.
Logo me surgiu uma ideia:
Se isto se passasse por estes dias, estas duas meninas teriam sido expulsas, a apresentadora afastada e o programa, provavelmente, interrompido...
Não tenham dúvidas sobre isso.
Racismo, Xenofobia e gritaria, histerismo e vociferaria na caracterização de uma Sociedade discriminatória.
Nos anos 2000...
Período da minha juventude, isto não passou da dimensão que realmente tinha, ou seja, uma graça, engraçada, perpetrada por duas meninas que se entretiveram nessa busca maior pelo divertimento, sem maldade, sem malícia, apenas vivendo a sua vida.
Como tudo mudou?
Como tanto mudou?
Admito que tenho saudades desses tempos, aquele tempo meu, onde os complexos não faziam o País, esse Pais imperfeito, onde era permitido ousar, brincar, desconstruir, sem que isso fosse crime lesa pátria.
Enfim...
Reflexos de tempos distantes!
Filipe Vaz Correia
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O primitivo sentir que por vezes vem ao de cima...
Nesta polémica de Marega, assim como em outras ao longo dos tempos, se separam as águas, saltam ao de cima princípios e valores, características civilizacionais.
Um grande amigo disse-me:
É uma questão de empatia como Ser Humano, consegues ou não te colocar na situação do outro, imaginar o que terá sentido o "tal" de Marega.
E tem toda a razão.
Alguns dizem ou escrevem que o rapaz é mesmo parecido com um macaco e que outros em similar situação tomaram atitudes diferentes ou não tiveram o mesmo tipo de solidariedade.
Enfim...
Justificações gerais, para escapar da situação concreta.
Recuso o argumento de que Portugal é um País racista, recuso de forma veemente, pois a nossa História e cultura tem muitas provas desse caminho construído por várias raças, com várias cores, num quadro intemporal de riqueza e deslumbre.
Claro está que neste percurso momentos bons se mesclaram com outros menos bons, no entanto, olhando para a pintura quase milenar, teremos de abraçar o legado Lusitano como uma magnífica História de inclusão e globalidade.
Dito isto...
Em Portugal existem racistas, como em todas as partes do mundo, racistas Brancos e Pretos, Ciganos ou Amarelos, Vermelhos ou de outra raça qualquer.
E todas essas formas de preconceito são absolutamente repugnantes.
Numa sociedade que vive o trauma Ventura/Joacine, irmãos no mediatismo, capazes de tudo para se alimentarem das clivagens na nossa sociedade, este tipo de casos permitem o vociferar de alguns em nome das suas intrínsecas frustrações.
Cabe a todos os que acreditam no lado Humano da nossa espécie, esta que sendo colorida é também rica em laços de fraternidade, saber afastar os que se alimentam destas fracturantes questões para se sentirem um pedaço melhor.
Vale sempre a pena não sucumbir ao boçalismo, a esse estranho ódio que se instala e em outros momentos da História levou a Humanidade por caminhos de terror.
O que importará gritar é a indignação nestes casos, os Maregas pretos num campo em Guimarães, os Maregas encarnados na recôndita Amazónia, os Maregas amarelos nas montanhas do Tibete ou os Maregas Brancos na África do Sul ou no Zimbábue...
Todos são vítimas de um boçal e repugnante sentir.
Deste nosso País sobrará o orgulho de quase em uníssono, Quase, se ter levantando a voz da civilidade de um Povo contra os ignorantes urros de alguns...
O nobre Povo Lusitano.
Filipe Vaz Correia
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Uma vergonha!
Palavra tão cara a André Ventura e que acabou por ser explanada em Guimarães com o caso Marega.
O que aconteceu em Guimarães, com cânticos e sons racistas, tendo como alvo Moussa Marega foi na verdade uma vergonha.
Portugal e o Império Português são o exemplo maior do multiculturalismo, de integração e miscigenação, numa página marcada por altos e baixos mas pincelada de cor e beleza.
Os discursos marcados de ódio a que assistimos na vida política, dos tempos actuais, vieram provavelmente dar força a energúmenos cobardes e que se sentem reforçados para explanar as suas bouçais ideias.
O "menino" André, que começou o seu caminho com os ciganos, veio a correr justificar os cânticos, defendê-los, desvaloriza-los, algo que se adequa ao perfil populista e demagogo que o define...
Traz a reboque a sua "gémea" populista e racista, Joacine, para justificar o ódio, trazer o seu exercito de bouçais para as redes sociais, numa tentativa de arregimentar a "populaça" que o suporta.
Marega abandonou o relvado, ao fim de 70 minutos de insultos, assobios, e sonoros actos racistas, tomando uma atitude radical que corre mundo...
Corre mundo desmerecendo a nossa História, o nosso passado como Pátria, essa que partia de Lisboa e chegava a Díli.
Que tristeza...
A humilhante lição só poderá ser aprendida se formos intolerantes com este tipo de gente, os racistas Pretos e os racistas Brancos, todos os que de forma intolerante se referem ao outro.
Não se pode condescender...
Não irei condescender.
Hoje sou Marega, somente Marega...
Preto, Branco, Amarelo ou Vermelho, não quero saber...
Sou Marega, esse Marega que é um Ser Humano como qualquer um de nós.
Filipe Vaz Correia
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