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Caneca de Letras

17.10.19

 

Não sobrevive a canção;

Nem o nobre poeta,

Não escreve a imaginação,

Aquela letra certa,

Capaz de dar emoção,

Àquela parte deserta,

Que sobrou...

 

Mas porque insistes;

Em caminhar?

 

Porque resistes;

A esse renegar?

 

Porque persistes;

Nesse porfiar?

 

Talvez um dia ao clarear;

Sem mais nenhum pormenor,

Se descubra que partiu,

Esse pedaço de ardor,

Que outrora coloriu,

Um desmedido amor...

 

Tao desmedido como finito.

 

 

14.08.19

 

Cuspi para o papel

Meia dor, meio fel

Ardente sabor de mel

Nesse amor pastel

Que outrora imaginei...

 

Imaginei na imaginação

A contraditória repetição

Insistente contradição

Trancada nessa desilusão

De um encantador coração...

 

Mas as palavras cansadas

Exaustas de lutar

Estão agora repousadas

Nesse presente soltar

De emoções passadas...

 

E partindo à descoberta

Por entre sorrisos perdidos

Vai soletrando essa parte incerta

Certa de ardores extinguidos

De  sabores feridos

Que renascem no deserto

Tão meu...

 

Tão meu que desconhecia me pertencer.

 

 

 

 

29.03.19

 

Por vezes os dias são cinzentos, outras vezes clareiam um pedaço, numa paleta de cores, repletos sabores misturados sem fim.

São reflexo da alma, de um sentir desmedido, uma esperança inebriante, nem sempre constante, por vezes sufocante que faz parte de nós.

Por vezes os dias começam sombrios, tristonhos, medonhos, rasurando no papel, lembranças e querenças que ficaram guardadas nessa parte  escondida do destino...

Por vezes os dias começam brilhantes, sorridentes e quentes, amarrando sem medo todos os sonhos ao olhar, reflectindo no imenso mundo, esse desejo profundo de sonhar.

Mas na entrelaçada melodia, tocada intermitentemente, se mascaram as mágoas e as frustrações, carregados senãos, de tamanhas hesitações, de desmedidos arrependimentos.

Vida após vida, nessa descoberta insistente, continuam os dias a nascer, a caminhar e até morrer, nesse desaparecer repetido que regressa sem parar...

Infinitamente, sem parar.

Por vezes dia...

Por vezes noite...

Numa repetida e singela intemporalidade.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

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