Por vezes os dias são cinzentos, outras vezes clareiam um pedaço, numa paleta de cores, repletos sabores misturados sem fim.
São reflexo da alma, de um sentir desmedido, uma esperança inebriante, nem sempre constante, por vezes sufocante que faz parte de nós.
Por vezes os dias começam sombrios, tristonhos, medonhos, rasurando no papel, lembranças e querenças que ficaram guardadas nessa parte escondida do destino...
Por vezes os dias começam brilhantes, sorridentes e quentes, amarrando sem medo todos os sonhos ao olhar, reflectindo no imenso mundo, esse desejo profundo de sonhar.
Mas na entrelaçada melodia, tocada intermitentemente, se mascaram as mágoas e as frustrações, carregados senãos, de tamanhas hesitações, de desmedidos arrependimentos.
Vida após vida, nessa descoberta insistente, continuam os dias a nascer, a caminhar e até morrer, nesse desaparecer repetido que regressa sem parar...
Infinitamente, sem parar.
Por vezes dia...
Por vezes noite...
Numa repetida e singela intemporalidade.
Filipe Vaz Correia