25.03.20
Não tenho vontade de sorrir, de voar ou de sentir, não tenho querer ou esperança, simplesmente desesperança nesta aprisionada existência entre quatro paredes, por entre, os grilhões mundanos.
Cabeças à janela, escondendo medos e anseios, pedaços de desespero pincelados no semblante, no olhar, na alma.
Já não se trocam beijos nem abraços, já não se apertam as mãos, deixando gélido o querer Humano, tão frágil e distante, num plano asfixiante carregado de terror.
Morre gente, muita gente, em todos os cantos dos recantos deste planeta.
E parece não terminar, não findar a angústia, esse pavor que consome o amor, esse fugir sem espaço, correr sem chão.
Faz-se silêncio, tamanhos vazios, secretos silêncios que agora se agigantam tornando hábito o que outrora era irreal.
Parques vazios, ruas despidas, nada e mais nada, numa correria que se perdeu, numa azáfama que cedeu o lugar ao tempo, tempo de espera, desesperada espera.
Apelos e novelos, relatos arrepiantes, que nos demonstram o quão pequeno é o destino diante da Mãe Natureza.
Nada somos...
Nada podemos...
Nada!
Tic tac, tic tac, tic tac...
O relógio não pára de correr, parado no mesmo lugar, assim como o raciocínio, o nosso, das gentes, buscando na memória dias diferentes na vida da gente.
Que Deus nos valha...
Que Deus nos proteja...