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Caneca de Letras

13.11.18

 

A justiça comporta-se como uma "prostituta", sem venda, com uma câmara de televisão, em vez, de uma balança.

É assim que vejo a Justiça mediática que nos rege.

Ao saber das sentenças do caso BPN, não posso deixar de reflectir sobre as palavras de Saragoça da Matta, que viu o seu cliente ser absolvido de todos os crimes de que foi acusado.

" Esta absolvição não retira anos de capas de jornais ou títulos caluniosos."

Tem toda a razão.

O que me chocou no dia de ontem, nesta prisão de Bruno de Carvalho, foi esta espécie de circo mediático que atropela tudo e todos, sem respeitar os princípios básicos de um cidadão ou dos seus familiares.

Como é possível uma televisão ser avisada de buscas em casa de um arguido, filmar o seu prédio, a rua, o número da porta...

Enfim, tornar pública a morada do dito cidadão e da sua família.

Como é possivel que o seu advogado e seus familiares, sejam massacrados por uma matilha de jornalistas, preparados para devorar cada gota de tragédia, cada inquietamento, cada pedaço de amargura.

Como?

É nesta mistura de indecência e justicialismo que se encontra a minha incredibilidade com esta Justiça, "Reality Show", que tanto satisfaz os ressabiados de plantão...

Repugna-me esta mediocridade.

Por fim...

E  antes que para aqui venham  os caciques do momento, leiam o que penso sobre a personagem, o que sempre pensei e como nunca me inibi de escrever sobre o que este representava.

Mas isso não me permite prostituir os valores que sempre defendi, em nome de uma satisfação bacoca, dos que se contentam com a desgraça alheia.

Somente isso...

E isso, não é de somenos.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

03.11.16

 

Todas as noites na mesma rua;

Tantos homens nessa esquina

Numa vontade nua

De te ver...

 

De te querer, desejar;

De te terem por um momento

Esse dinheiro a pagar

Pelo teu sofrimento...

 

Tantas noites nesse lugar;

Onde te vendes, mulher,

Vendo a vida a passar

Ou o que dela te restou...

 

Envergonhada, esventrada, esquartejada;

Nesse corpo vazio

Porque essa alma abandonada

Já partiu, desistiu...

 

Assim despida, ferida;

Entregue ao seu destino

Ao som de uma palavra...

 

Puta.

 

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