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Caneca de Letras

Caneca de Letras

Costa E Centeno: Amigos Para Sempre?

Filipe Vaz Correia, 06.11.19

 

Marques Mendes aludiu no seu comentário semanal a um confronto entre António Costa e Mário Centeno...

Em primeiro lugar não sou daqueles que levam muito a sério o que debita o comentador Mendes, muito menos costumo escrever sobre as suas palavras, no entanto, vou abrir uma excepção.

Porquê?

Pela singela razão de que, neste caso, nem seriam necessárias as palavras do comentador Mendes para se perceber que de facto existe um problema neste Governo Socialista.

A nova composição Governativa dá nota de uma despromoção do Ministro das Finanças no organograma do Governo, ao invés de Mariana Vieira da Silva e Pedro Siza Vieira.

Ora bem, como qualquer pessoa que acompanha esta Caneca saberá, eu não sou eleitor Socialista, antes pelo contrário, sou um convicto Conservador de Direita, como um dia aqui escrevi, um Conservador Humanista, perdido por entre as vicissitudes do PPD/PSD...

Porém, avaliar o Governo é avaliar quem nos dirige, quem comanda os destinos da Nação, e por isso não posso deixar de estar atento a estas movimentações que surgem em pano de fundo.

Mário Centeno foi uma agradável surpresa, para mim, que sempre desconfiei do actual Ministro das Finanças, aliás julgo mesmo ter sido este Ministro o travão aos desmandos da esquerda mais radical nos anos da “famosa” Geringonça...

Um Ministro das Finanças de um Governo Socialista que apresenta as contas acertadas, gostemos ou não do método, é por si só, tendo em conta a História, um motivo de estupefacção.

Por isso a minha preocupação com estes rumores que nos chegam, esta aparente divergência entre Costa e Centeno.

Se o actual Ministro das Finanças sair, temo que se regresse ao tempo onde os Socialistas, em rédea solta, voltarão a atirar a Nação para o lugar que tantas vezes relegaram...

A famosa “Tanga” ou “Bancarrota”.

Assim, julgo que importa acompanhar este movimento dentro do actual Governo, atentando aos sinais, às palavras, às frases.

Já estou a imaginar novos Parques Escolares, TGV, Aeroportos à discrição ou festas Autárquicas a rodos...

Que Deus nos proteja!

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

Será Que Tancos Existe?

Filipe Vaz Correia, 25.09.17

 

Será que Tancos existe?

Durante estes meses, infindáveis, o roubo em Tancos tem feito correr muita tinta, acusações e imaginação, livremente ao sabor do repasto Lusitano.

Numa penumbrosa noite, um grupo de Jihadistas terá invadido um paiol do Exército, em Tancos, roubando alegadamente um conjunto importante de armas...

Perdão não foi de noite, terá sido certamente de dia e não eram Jihadistas,  mas sim militares corruptos ao serviço de um mercado negro internacional...

Ou será que não?

Pedro Passos Coelho já veio falar num relatório, apoiado por Assunção Cristas líder do CDS, e por mais algumas vozes, relatório esse que prova a suposta incompetência do Estado Maior do Exército e do Ministro da Defesa, neste acontecimento.

No entanto, poderemos estar tranquilos, António Costa já disse que o relatório não existe...

Foi fabricado pelo PSD...

Ok!

Mas e o roubo, efectivamente existiu?

O ministro da Defesa ao fim de todos estes meses, pensa que talvez não tenha ocorrido roubo...

Pensar, talvez possa ser um exagero meu, tendo em conta o seu desempenho no cargo.

Tantas dúvidas e receios, medos e exigências, para tamanho pedaço de nada, de uma desilusão por nada ter ocorrido ou talvez por ninguém conseguir dizer o que verdadeiramente aconteceu...

Confuso?

Por fim uma questão me inquieta em tamanha confusão, será que alguém já se certificou se Tancos existe mesmo?

A terra,  os Paióis, o Exército, o Governo, a Oposição...

Será que Tancos existe mesmo?

 

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

António Costa: O Camaleão...

Filipe Vaz Correia, 10.07.17

 

Podemos discutir a governação do País, o rumo mais esquerdista da Geringonça, a surpresa ou deceção inerente a este novo destino político que nos governa há um ano e meio...

Podemos falar sobre tudo isso, no entanto, de uma coisa não poderemos fugir:

O estranho carácter de António Costa.

Há algum tempo que me interrogo sobre esse lado importante deste homem que dirige os destinos da Nação, desse pedaço fundamental de um Primeiro-Ministro...

O carácter.

Penso que ninguém negará que Pedro Passos Coelho é uma pessoa coerente com os seus princípios, apesar de politicamente ser constantemente infeliz, inapto do ponto de vista da liderança, do carisma...

António Costa, no entanto, é para mim uma interrogação, hábil politicamente, perspicaz na forma como passa por entre os perigos impopulares, que sempre envolvem quem sobrevive anos sem fim, na ribalta do panorama político Português.

Recordo bem quando José Sócrates esteve preso, durante aqueles longos dias de um ano e da única visita daquele amigo de uma vida, chamado António Costa...

Saindo do Estabelecimento Prisional de Évora, por volta do Ano Novo, a data ideal para que ninguém se apercebesse da sua visita, o atual Primeiro-Ministro expressou em parcas palavras o seu apoio àquele amigo:

- Ele, José Sócrates, está convicto da sua verdade!

Para expressar esta frase, mais valia não o ter visitado...

Numa espécie de encontro envergonhado, talvez uma tentativa de  não correr o risco de ser castigado nas eleições que se aproximavam...

Que belo amigo!

Tempos depois, a sorrateira maneira como após perder as eleições legislativas, chega ao poder, relegando para trás das costas a demissão digna, agarrando-se a uma aliança contra-natura para sobreviver.

E chegamos então a Pedrogão Grande, por onde passou algumas horas, deixando a Ministra Constança Urbano de Sousa entregue à sua sorte, demonstrando certamente fraquezas, soltando indiscutivelmente lágrimas, no entanto, tendo certamente a coragem de lá ter estado, políticamente sozinha, ininterruptamente, constantemente...

Não deveria o Senhor Primeiro-Ministro, ter ali estado ao seu lado?

António Costa é de facto um político experiente e talvez seja por isso mesmo que usa esta espécie de cobardia política, para por vezes se proteger...

Em Tancos esta evidência torna-se ainda mais flagrante, com o Primeiro Ministro, partindo de férias, ausente, distante da polémica, deixando a arder Ministro e Chefes Militares.

Salvam-se assim o deficit, o ambiente sorridente no País, os abraços e afagos Presidenciais...

Pelo meio sobra o camaleão Costa, escapando sempre por entre as dificuldades de cada crise, em cada momento difícil, com a sua imensa capacidade política mas com muito pouco carácter.

O pior é que do outro lado da barricada, PSD e CDS, as soluções são muito fraquinhas, pelo menos, por agora...

 

 

Filipe Vaz Correia