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Caneca de Letras

28.11.20

 

 

 

Por vezes temo o teu olhar;

A falta de expressão,

Ou aquele ignorar,

Intensa confusão,

Que invade o meu sentir,

Diante desse amor,

Que não cabe em mim...

 

Por vezes quero-te abraçar;

Sem saber como o fazer,

Quero-te beijar,

Sem soletrar ou escrever,

Querendo eternamente te amar,

Sem temer,

O incógnito julgamento...

 

Por vezes quero apenas libertar;

Esse imenso sentimento,

Que não consigo interditar,

Interditando o pensamento,

Preso no meu respirar,

Eterno sofrimento,

Neste coração solitário...

 

Por vezes, escondido;

Medo arrependido,

Num desejo perdido,

Num choro querido,

Que já não sei descodificar...

 

Por vezes quero apenas dizer;

Que não saberei viver,

Que não saberei morrer,

Sem esse imenso querer...

 

Que por vezes me parece acometer...

Nesse desejo de te amar!

 

 

 

 

22.09.18


Não  me sobrou o medo, pois esse medo que me corrompe, me consome, estará apenso à solidão  momentânea  de um desmedido desejo, singelo ensejo de um destino.

Palavras  singelas que se confundem com o bater do coração, esse cego sentir, sentindo cegamente esse querer secreto.

Mas poderá a alma se silenciar?

Poderia ser diferente se de cada vez que é tornado realidade, se desvanece num senão, esse tão puro amor?

Por entre a sapiente sabedoria de um silencio, vai desvanecendo essa esperança, essa intensa querença que se tornou tristeza...

Mas como se explica ao coração que não importa o sentir?

Como se explica ao coração que por vezes apenas sobrará  a desmentida promessa?

Por vezes não importa explicar, apenas soletrar baixinho o triste caminho que sobreviverá eternamente...

Num texto desconexo, por entre palavras descomplexadas, tristemente enumeradas numa carta sem poesia, numa tarde de maresia, afogando o que um dia prometeu ser eterno.

Por vezes não importa amar...

Por mais que esse amor seja o essencial de uma vida...

De todas as vidas.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

13.02.18

 

Por vezes a vida escreve por nós o guião, mesmo que tenhamos a ilusão que não...

Que somos nós quem a redige, que é nossa a pena que traça as decisões de um momento, o olhar que se dirige por entre o horizonte.

Os encontros que se aproximam, programadamente ilusórios, de um destino que a muito custo tentamos amarrar aos planos imaginados da pequena alma.

No longínquo passado pejado de escolhas, mora a incerta dúvida que um dia se apresentou, a certeza intermitente que pareceu acertada, a convicção que somos senhores desse destino, tão nosso.

Mas não...

Por vezes não!

Por vezes e só por vezes, chove sem parar, desaba em nós a duvidosa expressão da alma, entrelaçada com a tristeza imensa que parece eterna, somente eterna, para sempre eterna.

Outras vezes, ela se atenua, essa mesma tristeza que desvanece, por entre um sorriso que se encontra ao virar de uma esquina, num reencontro desconhecido, naquele olhar repetidamente irrepetível.

A mesma empatia de sempre, mesmo que esse sempre, seja inexplicável, de tempos em que a memória não alcança, pois não consegue regressar ao lugar, onde se esconde o derradeiro enigma...

A vida!

Todas as vidas!

Cada vez que a morte reclama esse fim, que resgata para si todos os encontros de uma existência, se apagam na dor os pedaços desencontrados, desses mágicos momentos, onde se amou perdidamente...

Onde perdidamente se amou.

Mas por vezes, poucas as vezes, ultrapassando a razão que insiste em se afirmar, deixando para trás a noção terrena de finitude, se desamarra a imaginação, se liberta do universo a velha chama e se reencontra uma pequena parte de mim, que foste tu...

Ou uma imensa parte de ti, que um dia, me pertenceu.

Nesse momento, mágico instante, volta a fazer sentido o inexplicável olhar, a inacreditável dimensão da alma, sem se explicar, pois não tem explicação o que para lá da razão se encontra.

E apenas o amor...

O raro amor, poderá compreender o que se esconde por entre as nuvens do tempo.

O intemporal tempo, de tão infindáveis destinos...

Do nosso infindável destino. 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

01.03.17

 

 

Por vezes temo o teu olhar;

A falta de expressão,

Ou aquele ignorar,

Intensa confusão,

Que invade o meu sentir,

Diante desse amor,

Que não cabe em mim...

 

Por vezes quero-te abraçar;

Sem saber como o fazer,

Quero-te beijar,

Sem soletrar ou escrever,

Querendo eternamente te amar,

Sem temer,

O incógnito julgamento...

 

Por vezes quero apenas libertar;

Esse imenso sentimento,

Que não consigo interditar,

Interditando o pensamento,

Preso no meu respirar,

Eterno sofrimento,

Neste coração solitário...

 

Por vezes, escondido;

Medo arrependido,

Num desejo perdido,

Num choro querido,

Que já não sei descodificar...

 

Por vezes quero apenas dizer;

Que não saberei viver,

Que não saberei morrer,

Sem esse imenso querer...

 

Que por vezes me parece acometer...

Nesse desejo de te amar!

 

 

27.02.17

 

Porque tenho de ceder;

Porque devo esmorecer,

Porque devem em mim desaparecer,

Essas memórias amarguradas,

De vidas já esquecidas,

Mágoas passadas,

Noites perdidas,

Amarradas,

A tamanhas feridas,

Que ainda doem...

 

Porque devo responder;

Porque tenho de esquecer,

Porque sou obrigado a sorrir;

Se esta dor aqui permanece,

Nessa lágrima a ferir,

Que não adormece,

O meu imenso sofrer...

 

Porque não posso gritar;

Gritando intensamente,

Libertando sem parar,

Essa voz que desesperadamente,

Me insiste em sufocar,

Sufocando insistentemente,

A vontade de resgatar,

 As ilusões que invadiram a minha alma...

 

Sobrando enfim;

Tantas palavras,

Para descrever a minha história,

Ficando apenas este poema,

Para guardar nessa memória,

Esquecida pelo tempo...

 

Por esse tempo,

Que não consigo descrever!

 

 

 

 

 

 

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