31.03.19
Perdi-me nessas curvas, só tuas...
Nesse curvilíneo rosto, desenho de tua boca, nesse entrelaçar de teu cabelo, nos sinais do teu corpo, nesse cheiro impregnado em mim.
Perdi-me no teu sorriso, amarrado à expressão de tua alma, por entre, os dedos de tua mão, na minha...
Nos recantos de teu olhar, verdade escondida, "verdadeira", no sabor de cada partícula tua que em minha boca ganha vida, num único momento, intenso, só nosso.
Perdi-me sem saber, voltando a insistir, ignorando esse desenhar no bater de um coração, esse coração que esperançosamente resiste a todo o inverno, gélido, que amiúde se ergue nas palavras, nos actos que subsistem.
Perdi-me sem saber que me iria encontrar em cada pedaço de ti, em cada pedaço rasurado de tua alma.
Perdi-me...
Filipe Vaz Correia