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Caneca de Letras

27.01.20

 

Francisco Rodrigues dos Santos é o novo Presidente do CDS...

O Chicão venceu o congresso.

O CDS decidiu, os seus militantes, enterrarem em Aveiro o legado de Paulo Portas, resgatando do seu passado o CDS de outros tempos.

Ficou para trás o PP criado nas entrelinhas de Portas e reapareceu o CDS mais conservador, mais rural, mais de acordo com a sua matriz cristã e de direita.

De todos os candidatos à liderança do Partido, Filipe Lobo d'Ávila era aquele que eu acreditava poder caracterizar uma mudança serena mas efectiva, concreta mas pacífica, porém logo se percebeu que esta disputa estaria entre João Almeida e Francisco Rodrigues dos Santos, dois candidatos vindos da juventude popular ou centrista, que simbolizavam dois mundos diferentes.

João Almeida um projecto à imagem de Paulo Portas e Chicão um exterminador desse legado.

Venceu o segundo, de forma inequívoca, numa verdadeira expressão de querença daqueles militantes, num tempo onde o CDS vê ameaçada a sua posição no quadrante político nacional.

Esta fuga para a frente, este passo rumo a um futuro arriscado, encontrou nessa esperança Centrista, o caldo de cultura ideal para justificar esta ruptura.

O CDS será um Partido verdadeiramente de direita, encostado ao lado conservador do País, de facto fazia falta, podendo assim disputar esse eleitorado que se entregou desesperadamente ao populismo de André Ventura.

O desafio maior de Chicão será descobrir um caminho sólido para recuperar gente, resgatar pessoas e ideais sem cair no populismo do Chega, mas sem medo de se assumir com a matriz identificadora dos princípios fundadores do Partido.

Um facto me apavora...

Chicão fazia parte da direcção do SCP de Francisco Varandas.

Não é um bom augúrio.

Num País carente de oposição, Francisco Rodrigues dos Santos e a sua liderança têm em mãos um trabalho hercúleo, carregado de dificuldades depois da fraquíssima "liderança" de Cristas.

Neste salto em frente, o CDS encontra um dos seus maiores desafios...

A refundação ou a extinção.

De uma coisa estou certo...

Chicão, o exterminador implacável, matou o PP.

Viva o CDS.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

30.05.17

 

Alguém me sabe dizer, onde fica a Direita?

Esta pergunta faz cada vez mais sentido, no panorama político Português, devido ao estado absolutamente lamentável em que se encontram PSD e CDS, com lideres distintos mas ambos absolutamente inaptos para o atual cenário.

Comecemos pelo PSD, esmagado pelas suas contradições, pela continuidade da liderança e do projeto, aborrecidamente ultrapassado, incapaz de lidar com os desafios que se lhe apresentam...

Pedro Passos Coelho acreditou que o seu discurso repressor, do ponto de vista das expectativas, austeritário do ponto de vista moral, o levariam inevitavelmente ao sucesso na construção de um novo País e de um novo povo.

Enganou-se!

Aquele ar melodramático, como se fosse um tristonho tenor de um opereta mediana, com que se apresentava aos Portugueses, com a conivência do anterior inquilino de Belém, permitia formar um dueto que rapidamente se desgastou na opinião pública mas que se mantinha minimamente assente no facto de parecer que aquele caminho proposto era mesmo a única alternativa...

Com a chegada ao poder do Imperador Marcelo e do optimista Costa, o Houdini da política Portuguesa, tudo se desmoronou numa conjuntura astral que parece ter concorrido para a destruição da narrativa Coelhista.

E preso nessa contradição Passos continua numa sala escura, alimentando a amargura juntamente com as Marias Luís, os Montenegros ou os Leitões Amaros do aparelho Social Democrata.

O CDS por sua vez, renovou-se na continuidade...

Portas astuto e inteligente percebeu que tinha se esgotado o seu espaço político e  foi cuidar da sua vida, deixando o partido livre para escolher um caminho diferente, procurar uma alternativa que pudesse construir uma verdadeira oposição neste processo guiado pela Geringonça.

O CDS escolheu Cristas, a anterior Ministra do Mar, dos Transportes e da Agricultura...

Ou seja, escolheu mudar o rosto e manter o rumo, com a inevitabilidade de ter perdido o talento e qualidade inerentes a Paulo Portas e que efetivamente Assunção Cristas não possui.

A sua candidatura à Câmara Municipal de Lisboa, gesto de suposta consolidação política, será certamente o seu epilogo...

O projeto político do CDS é um conjunto de banalidades e disparates, como a construção das vinte novas estações de Metro ou a ideia absolutamente idiota de conceder um ano sabático aos Funcionários Públicos, Remunerado, durante a sua vida profissional ativa.

Remunerado?????

Assim de saia travada ou destravadamente, de botas e calças de ganga para todo o terreno, a líder do CDS continua perdida na procura de um destino que lhe é difícil vislumbrar, no meio de tamanho nevoeiro.

Assim a questão que me ocorre com frequência é esta:

Onde podemos nós encontrar a Direita Portuguesa?

Bem somente às quintas feiras pelas onze da noite, na SIC noticias.

E mesmo António Lobo Xavier, me parece, desanimado...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

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