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Caneca de Letras

23.02.21

 

 

 

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Éramos tão jovens;

tão infinitamente jovens,

que não nos apercebemos do passar do tempo,

desse bater descompassado,

que a poeira não traz de volta.

 

Tão jovens na memória do olhar;

nesse espartilhar de emoções,

nesse querer amar,

carregado de contradições.

 

E por entre segredos guardados;

desejos imaginados,

viverão esse sonhos de outrora,

"nessas saudades de agora,"

que partiram...

 

foram embora.

 

 

 

 

19.02.21

 

 

 

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Através dos olhares de outros, viajo vezes sem conta por entre as realidades esquecidas, por entre vidas esvaziadas de presença, mas imensas no sentido, naquele sentir eterno.

Descobri cartas e mais cartas de um passado distante, com mais de 100 anos...

Cartas e postais, palavras soltas e apertadas, saudades distantes e lágrimas disfarçadas, em cada uma das suas letras esborratadas, de uma qualquer linha, daquele postal.

Naquelas cartas encontrei a minha Avó, minha Bisavó, amigas e sonhos, desilusões imprecisas, numa mistura de vida, cumprido destino.

Encontrei as saudades imensas de minha Mãe, uma menina que desconhecia que de si viria, aquele que nesse instante lia, palavras e sentimentos explanados em tão antiga carta...

Presente carta...

Voz que tanto amo.

Cartas e mais cartas, impregnadas dos meus, cheias de mim.

Porque o que somos nós senão esse pedaço, demasiados pedaços, daqueles que um dia, ao longo de vários destinos, nos pertenceram...

Serão eternamente parte de nós.

Assim continuo aprisionado, às letras, aos desabafos, à formalidade inerente a tempos que já passaram...

Continuo buscando partes de mim, que ainda não conheço.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

05.11.19

 

Já me perdi;

Vezes sem conta,

Nessa estrada imaginada,

Vezes sem conta,

Cantando a desencantada,

Voz da alma...

 

Já me esqueci;

Vezes sem conta,

Desse sorriso de outrora,

Vezes sem conta,

Perdido nesse agora,

Que tarda em chegar...

 

Já me feri;

Vezes sem conta,

Nas entrelaçadas memórias,

Vezes sem conta,

Em cada pedaço dessa história,

Que imaginei nossa...

 

Já se apagou a luz;

Intermitente luz de um poema,

Singelamente discreto,

Imponentemente dilema,

Dessa parte que é deserto,

E que não voltará a nascer...

 

Mas se um dia aqui regressar;

Neste tempo, momento,

Numa janela de futuro,

Revisitando o passado,

Saberei reescrever,

Cada leve traço,

Do “nosso” rosto.

 

 

 

21.10.17

 

 

 

Será que posso revelar;

O que esconde o meu coração?

 

O que esconde a emoção;

Desbravando inquieto,

O carregado semblante,

Desse receio, entrelaçado,

Esse medo, aprisionado,

Em cada lágrima nossa...

 

Em cada memória;

Guardada em nós,

Pedaço de história,

Cravado na pele,

No sentido destino,

Da alegórica alma...

 

E vai continuando;

A louca melodia,

O deslumbrante pensamento,

Do que foi um dia,

Esse nosso amor.

 

 

14.02.17

 

Tantas diferenças nessa estrada;

Tantas incógnitas, desmentidas,

Tantas palavras amarguradas,

Nunca faladas,

Nunca ditas...

 

Tantos olhares, desencontrados;

Tantos momentos fugidos,

Tantos laços acorrentados,

A um sentimento temido...

 

Orgulho preso nesse passado;

Raiva, cheia de comoção,

Um amor desperdiçado,

Sem pudor ou razão...

 

Sobra esta dor, esse temor;

Essa inválida barreira,

O que restou, desse amor,

Nessa terra sem bandeira...

 

Perto de ti, nos teus braços;

Que se perderam, noutra vida,

Na distância desses abraços,

Que se tornaram, uma mentira...

 

Um dia talvez me possa arrepender;

Das palavras que ficaram por dizer,

Das imagens que me esforço por esquecer,

Por entre as memórias,

Do meu passado!

 

 

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