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Caneca de Letras

28.03.19

 

Será isto um pai?
Ouvir conversas alheias no autocarro não faz de nós coscuvilheiros, mas alerta-nos para casos estranhos que se passam na nossa sociedade, muito provavelmente na porta da frente.
A moça que ia sentada ao pé de mim, como sabem é impossível não ouvir o que diz quem está ao nosso lado (a não ser que se seja surdo, e eu sou praticamente de um dos ouvidos, e ainda assim ouvi) então dizia ela que o dia de ontem tinha sido muito difícil, até lhe tinha dado vontade de chorar.
E pelos vistos tinha razão para isso.
Que o patrão fartou-se de lhe gritar em frente da filha dele, chamar nomes e ameaçou de a despedir, por ter permitido que a filha voltasse da guarda partilhada em casa da mãe com um elástico no cabelo diferente do que tinha levado.
Então com o decorrer do telefonema percebi que a desgraçada da miúda, não pode trazer rigorosamente nada da casa da mãe, a roupa com que sai, é a roupa com que entra em casa! Nem umas cuecas, nem uma meia pode ser da casa da mãe. Sob pena de gritos, e mais gritos lá pela casa e ameaçar a miúda que não volta a casa da mãe.
A moça lá ia descrevendo que é sempre assim, todas as vezes que a miúda vem até com o modo como o cabelo está apanhado ele reclama!
Agora eu pergunto-me o que é que este pai anda a fazer a esta criança, que vive aterrorizada com este cenário?
Até que ponto chegam estes pais nas disputas parentais?
O que se passa na cabeça destas pessoas, que nem os filhos protegem, antes pelo contrário, prejudicam-nos das piores formas?
Chocam-me estes casos...

 

 

A Rapariga do Autocarro

 

 

17.01.19

 

Antes de mais, um sucinto preâmbulo:

Começo por cumprimentar o já vasto auditório da Caneca de Letras, devo dizer que o autor deste Blog, é mais do que um irmão para mim e todo o sucesso e adesão que a sua escrita tem suscitado são motivo de grande orgulho e zero surpresa.

Admiro-me que corra o risco de colocar todo esse trajecto de sucesso em causa, ao convidar-me para escrever, vou dar o meu melhor, aqui vai.

Decidi escrever sobre o Fortnite, um vídeo-jogo que está a tomar o mundo de assalto; que todas as crianças conhecem ou ouviram falar e para a maioria das que jogam (pelo menos até atingirem a puberdade) é certamente o tema mais importante e interessante das suas vidas. Por isso, e por ser um tema que certamente a maioria já ouviu falar mas que nem sabe bem do que se trata, resolvi escrever sobre isso.

O Fortnite battle royale foi lançado a 26 de Setembro de 2017, em Dezembro desse mesmo ano já tinha 30 Milhões de jogadores registados, acabou o mês de Janeiro de 2018 com 45M, em Junho 125M e em Novembro de 2018 já ultrapassavam os 200 Milhões de jogadores e este número continua a aumentar. ( cit. in. https://www.statista.com/statistics/746230/fortnite-players/).

O jogo por si só, apesar de ser grátis já facturou 2 Mil Milhões de dólares para a Epic Games, a empresa que o criou, já gerou celebridades, notícias, torneios de milhões de dólares, convidados de talk shows... Enfim um sucesso esmagador a todos os níveis.

Porque é que o jogo tem tanto sucesso?

1. Acessibilidade. É um jogo que pode ser jogado, num computador, num telemóvel, tablet, playstation, nintendo, xbox, switch, etc... Enfim qualquer dispositivo com um monitor e ligação à internet pode correr este jogo.

2. O preço; custa zero. O jogo é absolutamente grátis, sem truques nem ofertas de 30 dias que depois começam a ser cobradas sem o utilizador se dar conta. Pode de facto gastar-se dinheiro no jogo mas é completamente opcional e não é condição para jogar.

3. O conceito, 100 jogadores num autocarro que sobrevoa uma ilha gigantesca, cada jogador decide quando quer saltar do autocarro e iniciar a sua longa queda livre até ao solo firme da ilha. Cá em baixo, no terreno de guerra, começa uma busca frenética por armas e recursos, tudo o que possa dar uma vantagem em relação aos outros jogadores. A ilha está cercada por uma mortífera tempestade que lentamente drena o hp ( hit points, vulgo tira a vida ) aos jogadores que são apanhados nela, a tempestade vai aumentando e à medida que o tempo vai passando e como tal a área útil de jogo diminui, por isso os confrontos serão inevitáveis. Isto é o Battle Royalle.

Battle Royale é um conceito popularizado em 2000 por um filme homónimo Japonês. Basicamente significa uma luta até à morte onde só um sobrevive.

Não parece emocionante?

4. A jogabilidade. Depois de carregar no botão para iniciar o jogo, somos levados para um lobby, um sítio onde os jogadores se encontram e aguardam até estarem 100 elementos. Depois temos um breve ecrã de "loading" et voilá, começa a aventura. Os comandos são simples e intuitivos. Os gráficos coloridos e até infantis. A grande novidade do Fortnite é que os jogadores conseguem construir estruturas em tempo real, o que lhes dá uma liberdade muito grande e quanto a mim este é o segredo que seduz a nova geração. A liberdade que a construção de estruturas dá aos jogadores, em que parece que o único limite é a imaginação, por isto todos os dias alguém faz algo que nunca foi feito antes e 200 Milhões de jogadores querem saber o que é. Por isso existem tantos vídeos no Youtube e semelhantes.

5. A vida. O Fortnite BR é um jogo cheio de vida, tem luzes, cores e danças já famosas que são reproduzidas já em todos os casamentos, (se foi a algum casamento em 2018 já viu ou até dançou esta música). Os criadores do jogo estão sempre a lançar actualizações (média de duas por semana) em que mudam aspectos secundários do jogo (acrescentam veículos como carros, motas e aviões, mudam armas, alteram localizações, etc...) o jogo está sempre de cara nova, e tem sempre qualquer coisa nova. Os youtubers e streamers estão constantemente a fazer vídeos deste jogo, t-shirts e todo o tipo de merchandising, o Fortnite é mais do que um jogo é pop culture.

Devo deixar os meus filhos jogar Fortnite?

Claro que sim! Mas se está a aprender como educar os seus filhos em Blogs (por muito bons que sejam) deve entregá-los para adopção.

O jogo é violento demais para crianças pequenas?

Não de maneira nenhuma. Parecem desenhos animados infantis. Argumento até que são muito estimulantes e se a criança estiver acompanhada e o tempo de jogo for moderado, o Fortnite é um excelente fornecedor de estímulos e competências sociais pois também pode ser jogado em equipas de 2 e 4 pessoas.

Vou parecer mais "fixe" aos olhos dos mais pequenos se souber coisas deste jogo?

Sem dúvida nenhuma.

Experimente dizer ao seu filho/sobrinho/etc.:

 

"Gostas mais de cair em tilted towers ou lonely lodge? "

( Se ele responder a primeira é um jogador agressivo e confiante se responder a segunda é mais cauteloso e prudente.)

O que é que preferes, 3 minis ou um gordo?

(tipo de shields no jogo, os pro players preferem 3 minis)

Já fizeste algum no scope?

(matar de sniper sem mira, só para os melhores)

O Ninja não é tão bom como o Tfue.

(dois dos streamers/youtube mais famosos do momento)

 

Há muito mais a dizer, mas ficarei por aqui. Quaisquer dúvidas que surjam, comentem à vontade, sou frequentador assíduo deste espaço e responderei a todos o melhor que puder.

Termino com um agradecimento muito grande, ao meu grande amigo pelo convite e com uma pequena curiosidade que sei que vai ser muito apreciada. Tim Sweeney, CEO da EPIC games, criadora do jogo, já comprou milhares de hectares na Floresta Amazónia com o único objectivo de a preservar e manter intacta.

Respect.

 

Jaime Bessa

Cinéfilo, Cambista, Psicólogo e Jogador de Fortnite.

 

 

 

20.06.18

 

Direitos Humanos?

Não são Humanos, são imigrantes ilegais...

Deve ser esse o pensamento da actual Administração Trump, deste tipo de "raciocínio", peço perdão à palavra, que sustenta todo o ideal desta política Norte-Americana.

Não existem frases ou pensamentos que possam descrever o sentimento inerente às imagens passadas nos canais televisivos, com aquelas crianças retiradas de seus Pais, enjauladas, numa mistura entre um campo de concentração e um tortuoso jardim zoológico.

Nada me surpreende vindo de quem vem, das almas embrutecidas e incapazes que gerem os destinos dessa grande Nação que é os Estados Unidos da América...

Mas por mais que se possa esperar de tudo, desta tirana boçalidade em forma de Presidente, não dói menos cada grito de uma daquelas crianças, não arrepia menos o imaginar daqueles Pais, não revolta menos esta espécie de indigência moral que parece ter tomado conta de alguns lideres políticos.

Parece que os Estados Unidos ameaçam abandonar o Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas...

Alguém deve alertar a Administração Trump que isso apenas se tratará de uma mera formalidade, pois em parte alguma do Globo, em mente alguma das almas que habitam este planeta, poderá surgir algum equivoco sobre isso...

Há muito que esta Administração abandonou os Direitos Humanos ou qualquer coisa que se pudesse assemelhar a tais princípios.

Trump, certamente, justificará estas medidas com a culpa de outros, com a criminalidade, com factores que não podem ser controlados, num desvario de mentiras próprias de um psicopata, populista e demagogo.

Senti vergonha ao ver as imagens, ao escutar as vozes daqueles meninos, ao sentir a impotência que os deverá invadir, assim como, o desespero de seus Pais.

Um País tem de ter as suas fronteiras, não podendo como se deve compreender aceitar a entrada de todos aqueles que por uma ou outra razão para lá se queiram deslocar, no entanto, chegar a este ponto de desumanidade, de grotesca maldade, é um pouco como esventrar a essência Humana de todos nós.

Nada sobreviverá a este tipo de pensamento, de conflito permanente, despido de valores e nobreza...

Naquelas jaulas, aprisionada está toda a Humanidade, todos aqueles que se apelidam de gente de bem, num sofrimento gritante muito para lá de qualquer imaginação.

Que vergonha!!!

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

18.10.17

 

 

 

Terra queimada;

Dor abrasadora,

Cheiros de nada,

Mágoa destruidora...

 

Terra queimada,

Ao som de um ardor,

Vidas ceifadas,

Desnudado pudor...

 

Terra queimada;

Vazio que sobrou,

Tragédia cantada,

Que na memória ficou...

 

E já não voltam os mortos;

Filhos ou Pais,

Amigos ou amores,

Eternamente perdidos,

Por entre chamas de horrores...

 

Nesta nossa terra queimada,

Descansará um pouco de todos nós,

Num silêncio Lusitano,

Num imenso grito sem voz.

 

 

 

 

 

 

25.05.17

 

 

 

Vidas colhidas;

Dormentes feridas,

Esperanças perdidas,

Vozes doridas,

Mágoas sentidas,

Jamais esquecidas.

 

Instante de horror;

Explosão sem pudor,

Roubando esse amor,

Num gesto de terror,

Maldito usurpador,

De tantas almas inocentes.

 

E em cada lágrima por chorar;

Em cada filho por encontrar,

Fica esse ódio a recordar,

O infame acto que veio roubar,

O direito de sonhar,

Com esse futuro por chegar...

 

Fica então o silêncio;

O intemporal desgosto,

Esse vazio imposto,

Em cada rosto,

Daqueles que estando vivos,

Morreram também.

 

 

 

 

03.05.17

 

Tantos anos se passaram;

Tantas perguntas por responder,

O mesmo sofrimento a marcar,

Os rostos a sofrer,

Daqueles que ficaram a esperar,

O teu regresso, reaparecer...

 

Noites e dias;

Carregados de esperança,

Impregnados de querença,

Ignorando a desesperança,

Imensa descrença,

De não te encontrar...

 

Noites de chuva;

Inundando aquele dia de verão,

A culpa infernal,

Que despedaça esse coração,

De quem te ama...

 

Porque não existirá maior dor;

Do que perder sem encontrar,

Do que desencontrar esse amor,

Que se desejou eternamente amar...

 

Eternamente!

 

 

 

 

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