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Caneca de Letras

06.04.19

 

Meus queridos amigos...

Como vos explicar esta tumultuosa relação, entre a minha simpática pessoa e as empresas que me fornecem energia, água ou outro tipo de serviços?

Quando digo tumultuosa, digo mesmo uma frenética relação, por entre, incompreensíveis cortes e pagamentos.

Antes de mais, um pedaço de silêncio, para que todos vós possam escarnecer deste vosso Canequiano amigo...

Já escarneceram?

Então continuemos...

Sei bem que existe uma coisa chamada de débito directo, exaustivamente explicada, sempre que ligo para o apoio ao cliente destas variadíssimas empresas.

No entanto, as pessoas não compreendem que provenho de uma família especial...

Os meus Pais, nascidos por volta do Séc. XVIII, nunca encararam de forma simpática esta solução, esta espécie de falta de controlo do que é cobrado, o que de certa maneira deve ter contribuído para esta minha, intrínseca, recusa em aceitar esta "modernidade" de pagamento.

Se fosse apenas isto, tudo seria perfeito...

Acontece que este vosso caríssimo amigo, alia esta desconfiança ao mais incompreensível esquecimento, numa mistura explosiva, responsável por momentos constrangedores entre o crónico "devedor" e os senhores que se atrevem a vir cortar a água, a electricidade ou o gás.

E lá vou eu a correr, pagar a desconhecida factura, praguejando esta minha forma de ser.

Porém, desta vez tudo foi diferente...

A EDP, empresa chinesa, surpreendeu este seu cliente, especialista em atrasos.

Então não é que esta empresa, caso passe o período de pagamento ou até mesmo em casos de corte, que felizmente não chegou a ser o caso, fornece novos dados de multibanco, para que possamos pagar a factura, sem que nos vejamos obrigados a deslocar fisicamente, até "eles", para liquidar a dívida.

Ganhamos todos...

Nós porque poupamos tempo, a empresa porque reduz a burocracia e extermina as filas de espera.

No caso da EPAL, por exemplo, o comportamento é precisamente o contrário, numa espécie de busca pelo lado burocrático, que só poderá ser explicado pela mera incompetência de gestão.

Fiquei impressionado e prometi ao caríssimo Ivo Godinho, que escreveria algo para exprimir a gratidão do atendimento, essa prestativa forma como me atenderam e acima de tudo...

Como tudo foi resolvido.

Assim, não me custa assumir esta nova forma de reflexão, numa mudança que asseguro começar a ganhar forma...

O débito directo.

Até lá, não será demais elogiar a EDP, pois abraçou a modernidade, oferecendo menos burocracia, mesmo àqueles que, como eu, ainda estão aprisionados no Século passado.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

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