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Caneca de Letras

24.09.18

 

Os melhores dias de Verão...

No Outono.

Temperaturas de fazer inveja a Julho e a Agosto, temperadas a gosto com um pitada de desgosto para aqueles que resolveram tirar férias no Verão, ao invés de esperar por este Outono imprevisível.

Nada é como dantes, onde as Estações respeitavam o calendário, onde as previsões se enquadravam no dito popular.

As folhas permanecem na copa das árvores, brindando o sol, viçosamente desafiadoras de um tempo que em nada é igual e em tudo é divergente do previsto.

Será o aquecimento global?

Trump dirá que não...

No entanto, talvez possa estar enganado.

Sobra aproveitar estes dias, este prolongamento que ameaça tornar-se hábito, numa espécie de metamorfose meteorológica que acabará por inevitavelmente trazer nefastas consequências a este nosso "velhinho" planeta.

Bem...

Mais uma imperial e um mergulho que o tempo não está para grandes escritos.

Viva o eterno Verão.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

29.10.17

 

Celebrar a amizade, nos últimos dias de um Outubro, derradeiros dias de um Verão que tarda em se despedir, em deixar surgir aquele desnudar das árvores, imensa melancolia no olhar, que insiste em não chegar.

Fui jantar com a minha mulher e dois queridos amigos, Verinha e Lourenço, a um restaurante perto de minha casa, O Papo Cheio...

Mesa na esplanada, jantar magnifico, como sempre, conversa descontraída, solta, tão nossa, repleta de empatia, telepatias, enfim aquela ligação que tão bem nos define.

A amizade tem destas coisas, esta espécie de combinação exacta, quase perfeita, de tantos e tamanhos labirintos opinativos, que acabam por se conjugar num reencontro constante, de pessoas que se querem bem.

No fim da noite, no curvar de uma esquina, o desfolhar de uma árvore, numa dança imperfeita de folhas que se estiralham no chão, se desprendem das copas e nos brindam com um cenário romântico, nostálgico, teatral...

Verinha e Daniela à frente, Lourenço e eu atrás, perdidos por entre conversas diferentes, pensamentos diversos, reencontrados nesse desencontro mágico, repleto de um imenso significado.

E assim, numa esquina desta nossa Lisboa, entregues ao espantoso momento e à sua intrínseca beleza, tivemos a certeza de que celebrada a amizade, num desajustado dia de um verão que já passou, tivemos o gosto de presenciar, um pedaço de Outono, que se recusou  a ser Verão...

Viva a amizade.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

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