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Caneca de Letras

Caneca de Letras

Quem Foi O Idiota?

Filipe Vaz Correia, 23.10.17

 

Quem é que se lembrou de convidar Mugabe para embaixador da OMS?

Quem foi esse idiota?

As palavras não podem ser esquecidas, quando estamos perante um acto político pejado de imbecilidade, de um leviano desrespeito por tantas e tantas vidas humanas, que sofreram às mãos de um ditador e dos seus correligionários.

Robert Mugabe, Presidente do Zimbabué, é aquele que há muitas décadas atrás, foi considerado o líder modelo de África, no pós-Imperialismo, mas que se revelou um déspota sem escrúpulos, um racista e psicopata.

Robert Mugabe foi conivente com os seus militantes extremistas, permitindo que milícias armadas, invadissem milhares de fazendas no interior do "seu" País, sequestrassem centenas de famílias "brancas", muitas vezes matando um a um os seus membros, por vezes até o animal de estimação...

A tudo isto, era obrigado a assistir o Patriarca da família, para que o seu sofrimento fosse potenciado ao máximo, num gesto de terror e maldade sem explicação.

Nunca me esqueço desse documentário a que assisti, sobre esse período do Zimbabué, num trabalho com a assinatura incontornável da BBC.

Para mim Mugabe é comparável a Adolf Hitler ou a Estaline...

Só não teve os meios para atingir o mesmo número de mortos, mas no requinte de malvadez, na intrínseca forma de ser maléfico ou até no sinistro bigode, em nada lhes fica atrás.

Por essa razão, não posso deixar de gritar:

Quem é que foi o idiota que se recordou, de Robert Mugabe?

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

António Guterres: O Político Humanista...

Filipe Vaz Correia, 13.12.16

 

António Guterres foi hoje, oficialmente empossado, como Secretário Geral das Nações Unidas, iniciando assim uma caminhada que se antevê repleta de dificuldades.

Ao acompanhar esta tarde a cerimónia de tomada de posse, pensei no mundo que hoje se depara diante de todos nós e nos desafios que inevitavelmente se depararão a este Secretário Geral da ONU...

As guerras na Síria, Ucrânia, Líbia, Iraque entre outras, as Alterações Climáticas, negadas pelo Senhor Trump, o papel da Mulher no mundo Islâmico, o crescimento dos Radicalismos, sejam eles quais forem, Religiosos, de Raça, de Género.

Guterres terá de lidar com políticos cada vez mais inflexíveis, menos tolerantes que prometem encerrar o mundo em redor dos seus nacionalismos e com o desespero aprisionado a uma economia global, enquistada pelo desemprego e a estagnação que continua a sufocar as sociedades actuais.

Terá ainda de lidar com a expectativa de uma nova ONU, regenerada e reformada através das promessas de um conceito de novas relações entre as Instituições e as Populações.

Na minha opinião, António Guterres, tem no seu humanismo, nessa faceta tão presente nele, o seu maior trunfo, como tantas vezes ficou comprovado enquanto Alto Representante para os Refugiados...

O seu olhar tocante, a sua maneira próxima de chegar aos outros, partilhando o sofrimento, mantendo mesmo em situações limite, aquela capacidade de ouvir os outros, transformando as pessoas em questão, parte importante da solução desses dramas, muitas vezes quase insolúveis.

Estas capacidades fazem dele um homem singular, com caracteristicas singulares, únicas.

Será possível resolver através desse dialogo, que tanto gosta de referir, tantos problemas que se escondem por esse mundo fora?

E aqueles que surgirão inevitavelmente no futuro?

Não o sei...

Mas sei que o mundo, terá neste Secretário Geral, alguém que não esconderá o seu coração diante desses problemas, não deixará de estender a sua mão quando encontrar alguém caído, não deixará de ver as feridas que esventram, muitos locais, espalhados pelo Planeta.

Assim tenho esperança no Ser Humano, António Guterres, nas suas emoções e nos valores que se espelham nos seus olhos.

Não resolverá todas as tragédias do mundo, não será nem o Super-Homem, nem o Homem Aranha, mas poderá ser aquilo que hoje em dia, escasseia, no panorama político mundial:

Uma boa pessoa, que se preocupa genuinamente com os outros...

Para os dias de hoje, já não estará mal.

E para o cargo concreto em questão, Secretário Geral Da ONU, parece-me perfeito.

 

Boa Sorte Senhor António Guterres, pois o seu sucesso, será o de todos nós.

 

Filipe Vaz Correia