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Caneca de Letras

28.12.19

 

Nem sempre sei expressar o quanto te amo...

Nem sempre, por dor ou excesso de amor, consigo construir por palavras as imensas equações poéticas que se conjugam no teu olhar...

Nem sempre sei sorrir quando dói esse ardor, quando se despe sem pudor o ciúme, crescente temor de te perder...

Nem sempre...

Nem sempre, na palavra ausente está presente esse pedaço de querença que se apressa num abraço, pedaço de regaço que se expressa nesse suspender do tempo, quando te tenho...

Nem sempre, no toque de nossas mãos, no cerrar dos olhos, no entrelaçar dos dedos, conseguimos resumir o tudo desse todo, esse silencioso todo maior do que o conjunto de nadas que sobram para lá da janela do mundo...

Nem sempre, neste universo, em todos os universos paralelos, se pode garantir a felicidade, esse desespero transformado em instante, sufocante saudade do que foi vivido, do que ainda não foi vivido...

Contigo.

Nem sempre...

Mas a teu lado, esse sempre será eterno.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

09.07.19

 

Nem sempre consigo encontrar as palavras, aquelas palavras que chegam desnudando, por vezes, destemperando a realidade, tantas vezes somente desencontradas do querer.

Nem sempre...

Nem sempre consigo transpor para palavras essa emoção transbordante, esse transbordar emocionante, esse querer dizer o que realmente significa.

Tantas vírgulas e abreviações, pontos e interrogações, tinta e mais tinta, num rio de letras tão certas e distantes, longínquas e próximas.

Nesse entrelaçar de destinos, curtos e longos caminhos, se aquece a alma, mesmo que despida de sentido.

Nem sempre a conversa flui, a poesia se entrega, o sentido, aquele pedaço que se faz sentir...

E o nexo vira certeza, o desconexo melodiosa canção de Caetano.

Nem sempre...

Quantas vezes vos entrelaçou esse nem sempre?

Esse nem sempre capaz de se tornar presente, outras vezes insistente, tantas e tantas vezes, simplesmente, ausente...

Nem sempre consigo expressar o que grita a dolorida esperança, essa dor que alcança, sem medo de voar.

Mas o que interessa a esperança se nem sempre balança a doce contradição?

Nem sempre...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

17.02.18

 

Nem sempre a incondicionalidade é incondicional, assim como, nem sempre a nobreza é nobre, a cobardia medonha, a coragem heróica, a verdade sincera.

Nem sempre o orgulho é essencial, nem sempre a esperança é verdadeira, nem sempre a certeza é certa, assim como, nem sempre a incerteza é constante.

Nem sempre o olhar diz tudo, nem sempre as palavras traduzem o olhar, nem sempre...

Nem sempre a eternidade é longínqua, nem sempre é longínqua a temporalidade dos afectos, nem sempre o abraço reconfortante, conforta.

Nem sempre é existencial, a ternura imensa que resiste e nem sempre é possível acreditar...

Nem sempre...

Nem sempre!

Nem sempre é forte o suficiente, esse desmedido amor que insiste em permanecer...

Nem sempre...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

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