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Caneca de Letras

12.11.21

 

 

 

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Sempre que via um comboio a partir;

imaginava esse mundo

descobrindo sem fugir

esse longínquo e profundo

desejo de sentir

o meu ausente destino...

 

Sempre que abriam os portões;

daquele campo maldito

imaginava os corações

daqueles interditos

olhares que me fugiam

dos que um dia imensamente amei...

 

Sempre que chegava o amanhecer;

desconfiado caminhava

querendo adormecer

na esperança que em mim habitava

de que poderia ser diferente...

 

Ia seguindo amordaçado;

amordaçando a alma já cansada

presa num corpo desanimado

àqueles pijamas riscados...

 

Assim, em cada partida;

a cada fuga perdida

em cada dia, ferida

ia se aproximando a minha vez...

 

E aí descobri que me haviam roubado tudo;

até a esventrada esperança

mas que apenas eu

era o dono da minha alma!

 

 

 

 

 

 

 

 

10.12.20

 

 

 

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Atrás desses portões;

Onde se escondeu tanto sofrimento,

Tantas mortes sem caixões,

Servindo de ensinamento,

A um mundo de interrogações,

Espelhados nesse tempo...

 

Em cada gota de chuva;

Caindo desse céu,

Fica uma lágrima por chorar,

Por aqueles que nessa história,

Acabaram por deixar,

Uma vida por cumprir...

 

Nesse pedaço de terra;

Naquele cheiro a morte,

Essas memórias que encerram,

Tantas vidas sem sorte,

Às mãos de um malfadado destino...

 

Chaminés sempre a queimar;

Meninas e meninos gaseados,

Almas a escapar,

Por entre o fumo, desse passado,

Daquele presente a recordar,

Para que nunca mais seja tentado...

 

E assim, importa voltar a dizer;

Que foi verdade, tamanho horror,

Para que ninguém se atreva a esquecer,

Aqueles esqueletos, aquela dor...

 

Aqueles uniformes às riscas!

 

 

 

 

21.11.20

 

 

 

Sempre que via um comboio partir;

Imaginava esse mundo,

Descobrindo sem fugir,

Esse longínquo e profundo,

Desejo de sentir,

O meu ausente destino...

 

Sempre que abriam os portões;

Daquele campo maldito,

Imaginava os corações,

Daqueles interditos,

Olhares que me fugiam,

Dos que um dia amei...

 

Sempre que chegava o amanhecer;

Desconfiado caminhava,

Querendo adormecer,

A esperança que em mim habitava,

De que podia ser diferente...

 

E seguindo amordaçado;

Amordaçando a alma já cansada,

Presa nesse corpo desanimado,

Naqueles pijamas riscados...

 

E assim a cada partida;

A cada fuga perdida,

Em cada dia, ferida,

Até que chegou a minha vez...

 

E aí descobri que me haviam roubado tudo;

Mas apenas eu, 

Era o dono da minha alma!

 

 

22.09.20

 

 

 

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Os Ovários das mulheres devassas e pecadoras estão por agora a salvo das intenções benfeitoras do Partido Chega, ou pelo menos, de parte dele...

Uma proposta na convenção do Chega apontava para que às mulheres que fizessem aborto no SNS, não sendo caso de malformações ou violação, lhes fosse retirado os Ovários para que não pudessem voltar a onerar o Estado com os seus pecadores impulsos.

"Os seus pecadores impulsos" são palavras minhas, se calhar abusivas, neste cenário tão inquietantemente acolhedor.

Ao ler esta notícia, pensei que seria impossível, podemos compreender melhor o que por trás deste "partido" se encontra, parte destas mentes e espíritos que o compõem...

O proponente desta barbaridade foi militante do PNR, estando agora no novo Partido De Extrema-Direita Português, o Chega.

Muito bem!

Para Neo Nazis ou Ultra Radicais este tipo de moralismo trauliteiro representa sempre uma forma punitiva de corrigir aqueles que eles julgam não ser adequados à sua Sociedade...

Uma assustadora sociedade.

Vá lá que apesar de proporem retirar os Ovários, estes ideólogos dos Costumes, não propuseram retirar o útero das mulheres, essas que se deleitavam entre abortos, fazendo assim uma limpeza geral.

Minhas Senhoras, olhem que podia ser pior, afinal ainda lhes deixam o Útero.

Claro que sei, antes que apareçam por aí os indignados radicais, que esta proposta foi rejeitada por 85% dos presentes...

O que deixa ali uma margem de 15% de pessoas que olharam para isto e pensaram:

"Olha que isto é capaz de ser uma boa ideia!"

Assustador!

Mas o que esperar de um ambiente onde se vive a pujante expressão de ideias absolutamente abjectas, onde tudo parece ser possível nesse cardápio que poderia fazer salivar o Drº Mengele...

Claro que se torna apetecível um ou outro brilhante projecto.

Excelentes ideias, por entre, confinamentos étnicos, castrações químicas, prisões perpétuas e até penas de morte...

Que belo cardápio nos oferece este pedaço de extremismo travestido de um partido popular de direita.

Na (Alemanha) República de Weimar começou por menos...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

 

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