27.05.22
Sangue do meu sangue...
Nada mais irónico e trágico para o caso das duas irmãs Paquistanesas, Arooj e Aneesa, que se viram assassinadas às mãos da sua própria família, neste caso irmãos e primos.
As duas jovens, residentes em Espanha, terão sido atraídas ao Paquistão com a encenação de que a sua Mãe estaria a morrer, falsidade esta que fez parte de um plano para levar a cabo este crime de "honra".
O crime que as levou a este triste fim foi simplesmente o facto de as duas quererem o divórcio dos seus maridos, casamentos arranjados contra a sua vontade.
Este desfecho traz à liça esta espécie de horror que se pratica em alguns países do mundo, Índia e Paquistão são apenas alguns exemplos, e que nos recorda de como estamos muito longe de um mundo coadunante com os direitos humanos e a liberdade de escolha.
Basta percorrer esta história para se arrepiar a alma de todos aqueles que defendem o direito à individualidade e ao livre arbítrio de todos, homens ou mulheres.
Nestes casos, assim como no caso dos dois jovens mortos no Irão por serem homossexuais foram as suas famílias os seus algozes, os seus carrascos, os seus executores...
Um pormenor que se torna um pormaior e que faz pensar que o sangue por vezes é menos relevante do que as normas retrógradas, bárbaras e selvagens de algumas sociedades.
Que nos sirva de lição...
Mas infelizmente acredito que não.
Filipe Vaz Correia