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Caneca de Letras

23.06.19

 

Não tenho nada a perdoar;

Nada para escrever,

Tudo para recordar,

E nada para esquecer...

 

Não tenho nada para silenciar;

Nada para reescrever,

Nada tenho para apagar,

Ou para me arrepender...

 

Nada quero soletrar;

Ou nos versos me perder,

Nunca mais te encontrar,

Nunca mais sofrer...

 

Nada poderá sobreviver;

Por entre a doce maresia,

Esse mar a revolver,

A ingénua poesia...

 

E sem mais nada para acrescentar;

Deixemos voar a melodia desse rufar do tambor,

A bela história terminar,

Extinguindo, silenciosamente, o prometido amor.

 

 

 

 

 

 

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