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Caneca de Letras

14.05.20

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Um alvoroço parece ter tomado conta da vida política Portuguesa, uma espécie de assassinato em directo do Ministro das Finanças, Mário  Centeno, para gáudio de algumas franjas da sociedade.

Não sou socialista, não sou comunista, muito menos bloquista, essa franja de ódio a Centeno, sou somente alguém que analisa a política de um lado "imparcial" da tela, num quadro pincelado em tórridas cores de irracionalismo.

Mário Centeno tem sido, na minha opinião, um bom Ministro das Finanças,  tão importante como incómodo para um determinado grupo de pessoas que o observam em outros quadrantes políticos.

Não quero aqui inocentar as minhas dúvidas aquando da sua chegada, mas sim afirmar as minhas certezas durante o seu percurso.

Um ministro das Finanças, Socialista, a apresentar um superávit?

Num Governo coligado com o Bloco e o PCP?

Querem osso maior na garganta?

Numa garganta progressista que vê o seu Ministro das Finanças enquadrado na política Europeia...

A queda de Centeno será a vitória do "esquerdismo" Português, mas não tenham ilusões, será  também o início do fim do governo de António Costa.

Esse utópico conto de fadas, reescrito por uma nova Esquerda, onde parecia ser possível conciliar o rigor económico com as promessas de esperança aos seus cidadãos, num pincelar em quadros diferentes.

No entanto, Centeno não é um pormenor...

Nunca o será.

Será sempre um pormaior, recordado pela História como um intervalo de ponderação entre festas Socialistas.

Quem o quer demitir?

Infelizmente...

Até alguns que jamais esperei ver neste filme de baixíssima qualidade.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

18.12.19

 

Mais um Orçamento apresentado por Mário Centeno, o quinto se não estou em erro, num caminho de política Orçamental que parece estar a dar imensa discussão, dentro e fora do espectro do Governo.

Gosto de Mário Centeno, gosto imenso, o que tendo em conta se tratar de um Ministro das Finanças Socialista, e sendo eu um Conservador de Direita, poderia parecer um contra-senso...

Mas não creio que o seja.

Na minha opinião, Centeno nada tem de Socialista, nada...

Aliás isso parece ser cada vez mais evidente, sobretudo com as pouco secretas divergências, transcritas nas páginas dos jornais, opondo o Ministro das Finanças a António Costa, a Marta Temido ou até mesmo ao “desaparecido” Ministro Cabrita.

Durante os quatro anos de Geringonça, tenho por certo, ao Ministro Centeno se deve o singelo facto de Portugal não só ter apresentado contas certas, como também não termos sido obrigados, uma vez mais, a pedir intervenção externa para a consolidação das contas públicas.

Um Governo Socialista, apoiado pelo Bloco de Esquerda e o Partido Comunista, tinha tudo para resvalar para esse despesismo Histórico, de Guterres a Sócrates, nesse encontro da História com os valores que norteiam estes Partidos.

Esse rigor de Mário Centeno foi o garante de uma consolidação Orçamental, fundamental para a credibilidade externa, credibilidade essa essencial para a recuperação do estatuto de Portugal nos mercados financeiros que servem de “financiadores” de capital para as necessidades do País. 

Centeno não é um “aparelhista”, alguém ligado às estruturas partidárias, sendo para mim evidente que será mais um Social-Democrata do que um Socialista, sendo mesmo mais representativo do Centro-Direita do que de uma Esquerda Ortodoxa ou Europeia.

O seu legado de contas certas, de uma certa intransigência Orçamental, é a prova certeira deste pensamento.

Neste momento, cada vez mais crente nos rumores que dão certo um afastamento entre no Ministro das Finanças e restante Governo, temo que este possa ser o último orçamento apresentado por Mário Centeno, cansado de tentar domar os instintos despesistas que parecem abundar no seio deste novo Governo.

Quem viu as declarações de Centeno sobre este Orçamento e viu o vídeo propagandista de António Costa no YouTube, vê que dois mundos separam estes homens, duas visões antagónicas parecem marcar esta nova vida política...

E aqui não tenho duvidas, aliás nunca as tive...

Estou ao lado de Mário Centeno.

Direi mais...

Se o Ministro das Finanças sair deste Governo, como parece ser certo, esse será o primeiro passo para o abismo orçamental do Governo de António Costa, tendo por certo que deixaremos de falar sobre excedentes orçamentais para passar a debater os números do crescimento da despesa.

Gostemos ou não, foi essa ilha de Centeno, esse “bunker” de rigor financeiro, que permitiu à Geringonça ter resistido aos anseios despesistas dos seus parceiros de Governação.

Agora que o pudor de Costa parece ter desaparecido, nessa insana vontade de gastar, ouvimos em surdina relatos dessa essência Socialista que vai ganhando força nos assentos do Conselho de Ministros, provocando mau-estar entre o sector das finanças e restantes membros de Governo.

Sendo este um Governo construído por António Costa, através de ligações partidárias e “compadrios” de confiança pessoal, deverá tornar difícil, a alguém que vem da Sociedade Civil como Mario Centeno, fazer valer as suas posições, mesmo com o estatuto granjeado pelo actual Ministro das Finanças.

Assim não deve surpreender que Mário Centeno possa ter perdido a paciência para lidar com tão desbravada insanidade.

Até lá observemos os sinais, atentemos ao valor das palavras, para tentar descodificar cada perigo que se apresenta neste destino político que se desenha para este nosso Portugal.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

06.11.19

 

Marques Mendes aludiu no seu comentário semanal a um confronto entre António Costa e Mário Centeno...

Em primeiro lugar não sou daqueles que levam muito a sério o que debita o comentador Mendes, muito menos costumo escrever sobre as suas palavras, no entanto, vou abrir uma excepção.

Porquê?

Pela singela razão de que, neste caso, nem seriam necessárias as palavras do comentador Mendes para se perceber que de facto existe um problema neste Governo Socialista.

A nova composição Governativa dá nota de uma despromoção do Ministro das Finanças no organograma do Governo, ao invés de Mariana Vieira da Silva e Pedro Siza Vieira.

Ora bem, como qualquer pessoa que acompanha esta Caneca saberá, eu não sou eleitor Socialista, antes pelo contrário, sou um convicto Conservador de Direita, como um dia aqui escrevi, um Conservador Humanista, perdido por entre as vicissitudes do PPD/PSD...

Porém, avaliar o Governo é avaliar quem nos dirige, quem comanda os destinos da Nação, e por isso não posso deixar de estar atento a estas movimentações que surgem em pano de fundo.

Mário Centeno foi uma agradável surpresa, para mim, que sempre desconfiei do actual Ministro das Finanças, aliás julgo mesmo ter sido este Ministro o travão aos desmandos da esquerda mais radical nos anos da “famosa” Geringonça...

Um Ministro das Finanças de um Governo Socialista que apresenta as contas acertadas, gostemos ou não do método, é por si só, tendo em conta a História, um motivo de estupefacção.

Por isso a minha preocupação com estes rumores que nos chegam, esta aparente divergência entre Costa e Centeno.

Se o actual Ministro das Finanças sair, temo que se regresse ao tempo onde os Socialistas, em rédea solta, voltarão a atirar a Nação para o lugar que tantas vezes relegaram...

A famosa “Tanga” ou “Bancarrota”.

Assim, julgo que importa acompanhar este movimento dentro do actual Governo, atentando aos sinais, às palavras, às frases.

Já estou a imaginar novos Parques Escolares, TGV, Aeroportos à discrição ou festas Autárquicas a rodos...

Que Deus nos proteja!

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

25.06.19

 

Mário Centeno esteve no Jornal das 8 da TVI, numa entrevista comandada por Pedro Pinto e Miguel Sousa Tavares.

Nunca votei no PS, não o pretendo fazer, mas feito o ponto de ordem a este texto, compete a este "Canequiano" expressar a minha estranha empatia com este Ministro das Finanças.

Mário Centeno deu esta entrevista no dia em que se soube que se verificou, no primeiro trimestre, um excedente de 0,4% na execução Orçamental para 2019, algo absolutamente inédito desde que existe Democracia.

Este caminho trilhado, essencialmente por Centeno, revela não só rigor da parte do Ministro das Finanças como também um rumo delineado, uma ideia para o caminho Orçamental Português.

Este facto, aliado ao percurso já percorrido, dá uma credibilidade Internacional, até internamente, que se afigura como preciosa.

Nunca confiei em Governos Socialistas, como a História acaba por confirmar, carregados de despesismos e contradições, culminando frequentemente em crises económicas gravíssimas.

Centeno vem contrariar essa História, esse pedaço de desconfiança habitual num trajecto Socialista entrelaçado com populismos e gastos desnecessários.

Sendo um Conservador, sempre no lado Direito do espectro político, sempre tive referências importantes como Ministros das Finanças, neste período Democrático, como Miguel Cadilhe, Aníbal Cavaco Silva ou Manuela Ferreira Leite, em contraponto com os Governos Socialistas que arrepiavam caminho, abriam os cofres e anunciavam o Oásis fiscal, esse lado cor de rosa sempre com vista a eleições.

Este mundo de Centeno é tudo menos isso...

É aliás o seu contrário, uma visão que se mistura com o inultrapassável rigor, na certeza absoluta de contas certas, amarrando essa querença inexcedível de confiança.

Como contrariar esta visão, se ela se confirma a cada trimestre, se impõe em cada resultado?

De todo este caminho, chamem-lhe cativações ou rigor, apenas na Saúde posso encontrar um ponto onde absolutamente divirjo, numa oposição inegociável, onde não se admite desculpas.

As contas públicas tem de encontrar espaço para um SNS de excelência, cortando em outros lugares, sejam eles quais forem...

Para o nível de impostos que os Portugueses pagam, não se pode compactuar com uma Saúde sofrível, abaixo do que se espera.

Aqui reside a minha divergência maior com Mário Centeno e a sua execução Orçamental.

De resto, não vejo nada que impeça o elogio ou até a sua presença num Governo Conservador de Direita.

Antes pelo contrário, era facto que até se saudaria.

Assim neste mundo de Centeno, este louco mundo que coloca um Ministro das Finanças Socialista como baluarte do rigor, me encontro a seu lado, numa estranha empatia que não posso deixar de aqui registar.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

04.12.17

Mário Centeno foi eleito, o novo, Presidente do Eurogrupo...

O País em festa, não me parece, mas razões não parecem faltar ao Governo de António Costa, pelo reconhecimento da competência do seu Ministro das Finanças.

Já aqui escrevi, num post anterior, que não acreditava que o Primeiro-Ministro Português arriscasse lançar o nome de Mário Centeno, sem ter garantido um conjunto de votos que lhe permitisse, pelo menos, ter uma noção de favoritismo...

E isso confirmou-se.

Esta eleição de Mário Centeno para o Eurogrupo traz vantagens para Portugal, pois exercendo este cargo, acredito que as hipóteses de entrarmos em qualquer aventura despesista ou descontrolo eleitoralista, estará sempre controlada, não só mas também, pelo novo cargo que ocupará o nosso Ministro das Finanças.

Por outro lado teremos também acesso a plataformas que anteriormente seriam inacessíveis, como por exemplo, a presença do Presidente do Eurogrupo como representante da U.E no G7, permitindo assim uma visibilidade e conhecimento que de outra forma nos eram vedadas.

Permitirá ainda participar de maneira mais intensa nas reformas que certamente existirão na nova arquitectura do Euro e de todo o sistema financeiro Europeu.

Estamos assim perante uma vitória de António Costa e de Mário Centeno, que na minha modesta opinião, é mesmo a peça central deste Governo...

Sem este Ministro da Finanças, tenho muitas dúvidas que esta Geringonça ainda andasse nos trilhos.

 

 

Filipe Vaz Correia

30.11.17

 

O Governo de Portugal anunciou hoje que Mário Centeno, Ministro das Finanças, é candidato à Presidência do Eurogrupo.

Há muito que se aventava esta possibilidade, servindo de mote a muitas especulações em torno da figura do Ministro Centeno...

Segundo consta, Mário Centeno é mesmo apontado como o grande favorito ao lugar, reunindo apoios de Governos como o Alemão, o Italiano, o Espanhol, não se sabe a posição Catalã, e o Francês.

O Ronaldo do Eurogrupo, parte assim da Pole Position para assegurar este lugar em Part-Time, cargo que agora parece muitíssimo valorizado em Lisboa.

O papel de Centeno no Governo Português sempre me pareceu de valor, pois acredito ser dele o esforço maior para controlar os ímpetos Comunistas, Bloquistas e até Socialistas, num equilíbrio difícil, para manter as contas públicas em ordem, mesmo diante os variados desejos da Esquerda Nacional.

Este último Orçamento será o que me parece mais complicado de cumprir, aquele em que o Ministro das Finanças terá mais cedido, no entanto, não deixo de admitir que ao fim deste período de mandato, Centeno superou em muito as expectativas que nele depositava.

Acima de tudo, quero acreditar que para avançar com esta candidatura, António Costa terá garantido a eleição de Mário Centeno ab anteriori, pois caso saia derrotado, isso implicaria uma pequena humilhação para aquele que será aos olhos de muitos, o mais importante membro desta Gerigonça.

Assim, aguardemos o resultado desta eleição, para percebermos se o Ronaldo das Finanças, poderá ou não brilhar além fronteiras.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

14.10.17

 

O Orçamento de Estado foi apresentado, entregue na Assembleia da República, desenhado e traçado em linhas gerais, segundo oiço, por um aumento da despesa...

Tenho uma excelente impressão de Mário Centeno, da sua execução como Ministro das Finanças nos anteriores Orçamentos de Estado, no entanto, as noticias que vão saindo, deixam-me ligeiramente desconfiado.

Aumento de todas as pensões abaixo de 588 Euros, sensivelmente, em 10 Euros...

Bem.

Descongelamento das carreiras na administração pública...

Excelente.

Redução do IRS, com a criação de dois novos escalões...

Muito Bem.

Contratação de mais de 3000 novos professores...

Fantástico.

Actualização de salários na função pública...

Impressionante.

Todas estas medidas são de saudar, principalmente, depois de anos marcados por cortes e congelamentos salariais, devido a uma desajustada austeridade, que acentuou uma depressão causada pela derrocada económica nacional...

Todavia, o que mais me preocupa neste Orçamento é o facto de toda esta despesa ser feita ao mesmo tempo, aumentando consideravelmente o esforço Orçamental, e com isso elevando a probabilidade de derrapagem.

Uma cedência ao desaire eleitoral da CDU?

Ou aos gritos do BE?

Sei que por outro lado, Centeno anuncia uma redução da divida pública no próximo ano para 123,5% do PIB, um défice de 1,4% para este ano e de 1% para 2018, um decréscimo do desemprego para níveis de 8,6% e um crescimento para 2018 de 2,2%...

Sei tudo isso, porém, com tamanho aumento da despesa, feito num só ano, aumenta exponencialmente a dificuldade em cumprir os pressupostos assumidos, neste exercício Orçamental.

Espero estar enganado, pois preferia a continuidade do alivio económico na vida das pessoas, porém, mais faseado, feito de maneira moderada...

Se Mário Centeno conseguir cumprir, então, talvez não estejamos perante uma Geringonça, mas sim de um milagre.

E aqui estarei, como ateu de Direita, para cumprimentar o milagreiro.

Não menos importante, tive  a esperança que este atraso na apresentação do Orçamento, fosse para evitar a entrega do mesmo, neste dia...

Sexta-Feira 13.

As horas passaram e acreditei mesmo que seria entregue depois da meia-noite, mas não, às 23h15 lá estava o Ministro e a sua comitiva a entrar na Assembleia da República...

Não me pareceu boa ideia.

E não é, que seguia a comitiva alegremente orgulhosa, Centeno, Pedro Nuno Santos e restantes Secretários de Estado, quando uma Senhora, Secretária de Estado, se esbardalha em pleno Parlamento, de joelhos ao chão, de carteira exposta, ali diante de todos...

Não sei, mas acredito que seria melhor, terem esperado mais 45 minutos.

Mas isso sou eu, que como já perceberam, sou um pedacinho supersticioso.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

18.09.17

 

Mário Centeno prometeu esta noite um desagravamento fiscal para todos os contribuintes Portugueses, neste próximo Orçamento, que se avizinha uma espécie de batalha num cenário conflituoso, de uma negociação improvável.

Muitos afirmam que este será o mais complicado de todos os Orçamentos, acredito que sim, afirmam ainda que este será o verdadeiro teste a Centeno...

Tenho a certeza de que será.

O trajecto económico Português está longe de ser brilhante, apesar da euforia evidente em certos sectores da Geringonça, e por essa razão, torna-se extremamente fundamental a posição intransigente do actual Ministro das Finanças.

Centeno foi desde o inicio da Legislatura um dos elos mais fracos deste Governo, enlaçado por entre polémicas da CGD ou mesmo por declarações infelizes, no entanto, com o passar do tempo, com os resultados da economia, este Ministro improvável transformou-se num dos pontos mais sólidos e consolidados da famosa Geringonça.

Mário Centeno enfrentará neste Orçamento o desafio maior, a quadratura do circulo de satisfazer os parceiros de Governo, sem que se aniquile o rigor que tantas e tantas vezes, lhe granjearam elogios.

Portugal virou a página da Austeridade, esteja ou não a mesma ainda presente, mas certamente voltará a essa realidade se numa primeira oportunidade, se deitar pela janela todo o esforço conquistado ao longo dos anos.

Acredito que Centeno sabe disso, tem consciência deste pormenor e que lutará contra o BE, o PCP e parte do PS, para manter as regras Orçamentais que nos guiaram até aqui...

Chamem-lhe cativações ou outra coisa qualquer, sem rigor nas contas, jamais existirá crescimento e sem uma percepção de justiça social, jamais existirá a essencial paz social.

Aqui está a quadratura do círculo de Mário Centeno.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

24.05.17

 

Se alguém escrevesse há um ano atrás que Wolfgang Schauble algum dia diria que o Ministro das Finanças, desse Governo extremista Português, era o Ronaldo das finanças, certamente que seria trucidado por todos.

E não é que um ano e tal depois de tomar posse, os números do deficit apresentados, aliados à trajetória do crescimento do PIB e até os pagamentos antecipados ao FMI, descrevem uma reviravolta nesse triste fado imaginado para o nosso Portugal...

Mário Centeno emerge neste panorama, como o craque que faz a diferença, a mente brilhante por trás do plano e que o executa de forma magistral, como se de um remate à meia volta, do nosso CR7, se tratasse.

Já todos se esqueceram dos SMS, a Direita inclusive, pois o que importa ressalvar é a enormíssima vitória que Portugal tem granjeado por estes dias de elogios e celebração...

Sendo um conservador, sempre olhei para este Governo com desconfiança, apesar de não suportar a espécie de Tea Party rezingão em que Passos Coelho transformou o PSD, no entanto, tenho de admitir que estou deveras surpreendido com o trajeto desta Governação.

Uns dirão que foi mérito ou trabalho e outros ainda que foi sorte, em qualquer um dos casos, parece-me muito bem...

Se foi trabalho, visão ou mérito então extraordinário, comprovando aquilo que sempre me pareceu, pois nunca percebi este caminho de alternativa única, perpetrado pelo anterior Primeiro Ministro, no entanto, se foi sorte melhor ainda, pois nada melhor do alguém com sorte para assegurar um futuro auspicioso.

Dir-me-ão que a sorte não dura para sempre, no entanto, existem outros provérbios que podem desmentir esse mesmo dito popular:

A sorte protege os audazes, por exemplo.

Ou mesmo, a fortuna histórica do intemporal Gastão, personagem da Disney, que certamente nunca seria envolvido nestas coisas do deficit excessivo.

Assim desfrutemos de um Ministro das Finanças que aparentemente sabe fazer contas e se na verdade, até Wolfgang Schauble o diz, quem somos nós para contrariar...

Se o País estava na moda com um Ronaldo, imaginemos agora com dois.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

28.04.17

 

Os SMS de António Domingues ainda sobrevivem à espuma dos dias, nesta busca constante pelo sensacionalismo...

A comissão de inquérito à CGD, mais uma, teve hoje uma das suas mais importantes audições, a do ex-Presidente da Caixa Geral de Depósitos, António Domingues, para esclarecer as noticias que sem interrupção inundaram televisões e jornais, comentadores e comentadeiros, até à exasperação.

As perguntas sumarentas, que certamente se esperava incendiarem, uma vez mais, o panorama político Português eram inúmeras, com os mais variados nomes, rostos, qual novela mexicana...

A quem mostrou os SMS?

Foi o senhor que os entregou a António Lobo Xavier, que de seguida os mostrou ao Presidente da República?

Assumiu por escrito o Ministro das Finanças, o compromisso de não entregarem as declarações de rendimentos?

Estaria disponível António Domingues para as revelar ali, naquela comissão de inquérito?

Todas estas questões, serviam de aperitivo para esta ansiada lavagem de roupa suja, que muitos, em especial o PSD, aguardavam...

E assim começou a audição e assim foi continuando, por entre as palavras equilibradas, discretas e tranquilas do ex-Presidente da CGD, deixando cair para espanto daqueles que ao longo destes penosos meses, alimentaram esta polémica, desmedidamente desinteressante.

" Não mostrei os SMS a ninguém!" Exclamou António Domingues...

OU seja, António Domingues foi ali, colocar um ponto final na sua alegada participação neste folclore mexicano, demonstrando que nunca havia trocado ou mostrado o conteúdo das alegadas SMS com qualquer pessoa, que não os intervenientes, nas mesmas.

Tantos meses, tanto papel, tantas horas de estúdio para que num instante as palavras de António Domingues recolocassem a questão no lugar de onde nunca deveriam ter saído...

A do foro privado.

Agora outras questões ficam na mente de quem assistiu a esta comissão:

Como Lobo Xavier teve acesso a estas SMS?

Porque razão não veio António Domingues, no auge desta polémica, dar as explicações, que nesta comissão expressou?

Os partidos terão noção de que a banalização destas audições, descredibiliza a acção das mesmas?

Bom continuemos então, até que no espaço mediático se encontre outra polémica para alimentar a espuma dos dias...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

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