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Caneca de Letras

27.11.17

 

Parece que Instituições Internacionais avaliaram Portugal como o 3º País mais seguro do mundo...

Desconhecia este honroso pódio, esta constatação de uma realidade tão nossa, tão feliz, tão importante.

Portugal tem de facto uma posição feliz e ímpar num panorama mundial cada vez mais inseguro, menos tranquilo, no entanto, apenas tomei conhecimento desta classificação, através das palavras do Senhor Ministro Augusto Cabrita, num encontro em Beja, sobre o Contrato Local de Segurança...

O Ministro tem todo o direito de estar feliz com esta posição Lusitana, sentir certamente um contentamento rejubilante, porém ao ouvi-lo debitar estas palavras que agora ganham eco na comunicação social, senti uma imensa vontade de lhe gritar:

Esteja Calado!

A nossa segurança interna, não me parece advir de uma imensa capacidade para prevenir atentados, para controlar terroristas, mas antes de uma conjugação resultante da nossa dimensão geográfica e escassa importância no xadrez politico mundial.

Por estas razões parece-me pouco indicado esta espécie de bazofia política, meio bacoca e não aconselhável...

Pois se na verdade, como diz o Senhor Ministro, esta avaliação será importante para cativar empresários e turistas, não será despiciente dizer que poderá também atrair indesejáveis olhares.

Se depois de um Verão prolongado, onde todos assistimos à incapacidade de Governo e estruturas de segurança na luta contra os fogos e às suas consequentes tragédias, é no mínimo contra producente, imaginar que a nossa segurança Interna estará ao nível do lugar que agora nos atribuem.

Por isso aqui deixo o meu conselho ao Senhor Cabrita:

Por favor, Be Quiet.

 

 

Filipe Vaz Correia 

18.10.17

 

Eduardo Cabrita é o novo Ministro da Administração Interna, substituindo Constança Urbano de Sousa, numa tentativa de dar um novo folgo a este Governo, liderado por António Costa.

Escrevi aqui anteriormente, que o Primeiro-Ministro deveria escolher um nome acima de qualquer dúvida, uma referência que trouxesse consigo peso político, e reconhecimento público...

Eduardo Cabrita, não é esse nome.

O novo Ministro é uma solução resgatada ao núcleo duro deste Governo, um nome que demonstra um curto espaço de recrutamento, assim como, um desconfortável sentimento existente, no olhar do próprio António Costa.

Não serei daqueles que gritam aos ventos a morte política do actual Primeiro-Ministro, pois apesar de não ter uma provecta idade, já vivi o suficiente, para presenciar a renascimentos improváveis.

Por essa razão, aguardemos com paciência, os próximos capítulos na cena política, os novos assuntos, polémicas que infelizmente abafarão as mortes e a dor destes malfadados dias, sendo que o País não perdoará, outra tragédia que esventre, uma vez mais, este nosso Portugal.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

18.10.17

 

A carta que Constança Urbano de Sousa entregou, pedindo formalmente a demissão de MAI, é na verdade, um esclarecimento inequívoco, do erro gigantesco de percepção, de António Costa.

Nesta carta, não restam dúvidas, de que até a Senhora ex-Ministra acreditava não ter condições para continuar no cargo, desde a tragédia de Pedrógão Grande...

Pedrógão Grande!

Não posso deixar de aqui escrever, para ser fiel às minhas convicções, que as palavras escritas por Constança Urbano de Sousa, demonstram carácter e lealdade, duas características que muito aprecio, lamentando que essas características tenham servido para António Costa, deixar a ex-Ministra entregue à sua sorte, exposta ao longo de meses na cena pública.

O Primeiro-Ministro enfrenta agora, as consequências dos seus actos, num mistura política suicida, de certezas e enganos, que o deixam fragilizado, perante o coro de criticas que o perseguem...

Costa terá agora de escolher toda uma nova equipa do MAI, e essa opção será determinante para o futuro desta solução Governativa, pois caso o nome do novo Ministro, não esteja investido de uma gigantesca capacidade política, assim como, de um reconhecido conhecimento das funções, provavelmente, estaremos diante um dos últimos actos da Geringonça.

Não existe margem para erro.

Por fim, termino citando a ex-Ministra da Administração Interna:

"Considero que estão esgotadas todas as condições para me manter em funções, pelo que lhe apresento agora, formalmente, o meu pedido de demissão, que tem de aceitar, até para preservar a minha dignidade pessoal."

Com estas palavras sai de cena esta Ministra da Administração Interna, e infelizmente para Constança Urbano de Sousa, a sua dignidade pessoal, ficou aprisionada à decisão do Senhor Primeiro-Ministro, de a deixar em funções, contra sua vontade, após Pedrógão Grande.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

17.10.17

 

Depois do miserável discurso de António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa falou ao País, dando expressão à sua função de Presidente da República, aconchegando a alma dos que muito perderam, credibilizando o papel político que exerce.

Marcelo falou de vários pontos, não se furtou às questões, compreendendo o momento delicado que vivemos, dando razão às dores, que a todos atormentam.

Marcelo falou ao País real, do País real, da perda, da dor, da tragédia e das responsabilidades...

O Presidente da República, indicou o caminho, não se coibiu de apontar o rumo que teremos de seguir, nesta "última oportunidade para levarmos a sério a floresta".

Pediu que o Governo não deixasse de retirar consequências de toda esta tragédia, numa clara assunção de responsabilidades, tentando demonstrar que um novo ciclo não poderá passar pelas mesmas pessoas, pelas mesmas políticas.

Tentou ainda alertar para a importância de incluir todos nesta reforma da nossa floresta, numa solução que terá de ser, evidentemente, inclusiva...

Passar por todos os Partidos.

Uma das frases que mais gostei de ouvir, foi aquela que na minha opinião, me pareceu dirigida a António Costa e ao seu discurso naquela malfadada madrugada:

" Pensar a médio ou longo prazo, não significa convivermos com estas tragédias."

Muito obrigado, Senhor Presidente da República.

Sobre a Moção de Censura apresentada pelo CDS, ficou o pedido para a Assembleia clarificar o real apoio do actual Governo, deixando assim o recado a PCP e a BE.

Por fim, o lado fraterno e carinhoso de um Presidente, que não se inibe de pedir desculpas ao País, algo que apenas o dignifica, o aproxima ainda mais das pessoas, se mostra como mais um de nós.

Marcelo esteve, na minha opinião, muito bem.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

16.10.17

 

O País está de luto, carbonizadamente de luto, enlutado pelos mortos que tombaram em mais uma tragédia incendiária ou pelos vivos que sobrevivendo, estão submersos em mais um pesadelo impregnado de dor.

Um retrato a preto e branco deste nosso Portugal, carregado de cinzas, enublado por entre as poeiras da incompetência de políticos, governantes, destino menor desta nossa triste alma Lusitana.

Gentes com memórias queimadas, esperanças incineradas, casas destruídas, vidas suspensas...

Já não existem palavras suficientes para descrever o olhar das pessoas, o desespero na expressão do rosto, a ausência de esperança, no meio de tamanha desesperança.

O que fica de Portugal, deste nosso querido País, é uma devastadora sensação de dor, de amargura, de abandono que as populações sentem, sentiram, e segundo o Primeiro-Ministro poderão voltar a sentir.

Abandono sentido no meio de florestas, em aldeias, cidades, estradas, em todo o lado por onde deflagrou este miserável pesadelo.

Através das imagens passadas pelas televisões, fica um retrato de devastação, de terrorismo, como diria o meu caro, O Último Fecha a Porta, de equívocos e erros acumulados durante décadas.

Não existe mais tempo para reflexões, não temos mais tempo para discussões, apenas sobra tempo para agir, para de uma vez por todas resolver esta repetitiva maldição.

Chove lá fora, do lado de fora da minha janela...

Por um momento, um instante, parece ganhar cor, a dor imensa deste meu querido País.

Que chova, que continue a chover, e que essa chuva se misture com as lágrimas da nossa dor, do nosso dolorido fado.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

16.10.17

 

Durante os incêndios de Pedrógão Grande, aqueles momentos arrepiantemente tristes, muitos quiseram ou pediram a cabeça da Ministra da Administração Interna, muitos chegaram a exigir tal consequência...

Não fui dos que se opôs a isso, no entanto, não estava certo se era esse o caminho a seguir, se na verdade, a MAI tinha esgotado ali o seu trabalho no cargo.

4 meses passados, não tenho dúvidas em afirmar, que chegou o seu fim político.

Não é possível que não tenhamos aprendido nada com a tragédia de Pedrógão, que não se tenha retirado nenhuma conclusão, neste espaço de tempo que mediou aquela desgraça e esta que agora Portugal torna a viver.

As declarações da Ministra, assim como as de António Costa, são inexplicáveis, estranhas, parecendo saídas de uma desconexa peça teatral, pejada de drama, mas em que os personagens em questão, se alhearam da realidade.

A Ministra Constança Urbano de Sousa disse aos jornalistas:

" Este não é um tempo de demissão, mas um tempo de acção!"

Se recuarmos estes meses, encontramos as mesmas palavras, da mesma pessoa, numa circunstância similar...

E o que mudou?

Fui eu que mandei desmobilizar os meios de combate, no inicio de Outubro, apesar dos avisos de várias instituições, por se considerar que tinha acabado a época de incêndios?

Foram os cidadãos que tomaram essa estúpida decisão?

Não, Senhora Ministra.

Sei da extrema seca que o País atravessa, sei que não se muda tantas falhas em tão pouco tempo, sei ainda que este será um trabalho de anos...

Sabemos todos.

Mas o que não se pode é dizer à população, que este horror será uma inevitabilidade, que voltará a acontecer, que não teremos meios para o combater...

Isso é que não.

E mais...

Se é indiscutivelmente tempo de acção, é igualmente tempo de demissão, e acima de tudo, é chegado o tempo de ter vergonha.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

16.10.17

 

Portugal está a arder, esventrado por um mar de chamas que parece não ter fim...

Um vermelhão ao longe, no horizonte, perdendo-se por entre o desespero das gentes, das pessoas, de vidas.

O pior dia do ano, no que diz respeito a incêndios,  com estradas cortadas, localidades isoladas, aldeias e cidades cercadas, tantos e tantos sítios, no meio de um pesadelo.

Como poderemos nós, cidadãos, aceitar que tudo isto ocorra, sem que nada se altere?

Basta, por uma vez, basta!

Existe por trás destes fogos mãos criminosas, uma espécie de quadrilha que actua concertadamente para construir estes cenários de horror.

Sei perfeitamente que este clima para Outubro é excepcional, que as alterações climáticas são uma realidade, que o território Nacional está em parte, ao abandono...

Sei de tudo isso, mas não consigo acreditar que seja possível este tipo de fogos, esta dimensão descontrolada, sem que exista acção humana.

Por último, independentemente dos estudos que quiserem fazer, julgo que a Ministra da Administração Interna, assim como a equipa que a acompanha, terá de abandonar o cargo, demitir-se ou ser demitida.

Não me interessa se é directamente responsável, até pode não o ser, no entanto, em última instância tem verdadeiramente muito azar...

E uma Ministra com azar, também não se recomenda para o cargo.

Que venha a chuva, para que se extinga este mar de chamas.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

15.10.17

 

Os incêndios não têm dado tréguas, com um Outubro excepcionalmente quente, vemos o prolongar do drama dos fogos, inquietando povoações e gentes há muito martirizadas por tamanho flagelo.

Infelizmente parece que somos incapazes de prever e precaver este tipo de tragédias, de desenvolver mecanismos que protejam este nosso Portugal, deixando à mercê as pessoas e aqueles que combatem os fogos por todo o País.

Por estes dias, foi entregue o relatório sobre a tragédia de Pedrógão Grande, que visava explicar o que sucedeu naqueles fatídicos momentos que levaram à perda de tantas vidas Humanas.

Será que irá o estado aprender com esta imensa tragédia?

Teremos responsáveis por tamanha desgraça?

O Governo afirmou, vezes sem conta, ser necessário esperar pelas conclusões desta Comissão Independente, para poder tirar as ilações devidas sobre o que se havia passado em Pedrógão, para apontar culpados, para alterar e corrigir, o que tem de ser corrigido...

É isso que aguardamos, sem mais delongas, desculpas ou manobras de diversão.

O que aconteceu em Pedrógão Grande é por demais grave, para se empurrar para as calendas, decisões que urgem ser assumidas, para explicar ao País o que verdadeiramente falhou...

Está marcado para a próxima semana um Conselho de Ministros extraordinário, para analisar este relatório, e julgo que essa será a derradeira oportunidade, para o Governo tomar uma posição clara e inequívoca, para definitivamente ser assacada responsabilidade, a quem de direito.

Caso não o façam, então, será o descrédito total.

Para bem de todos nós, esperemos que Pedrógão Grande não se repita, a dimensão de vidas perdidas, o descontrolado vazio que se impôs àquelas populações...

E isso só poderá ser evitado, se aprendermos com os erros.

Por isso, expliquem lá de uma vez, o que se passou em Pedrógão Grande?

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

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