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Caneca de Letras

12.03.19

 

A Venezuela continua perdida, por entre, esse longo Inverno Chavista em que se transformou o seu destino.

Há uns meses, escrevi um texto onde comparava Maduro a Ceaucescu, não a sua história, mas o seu epílogo.

Continuo, cada vez mais, convicto desse epílogo.

A queda do Regime Comunista Bolivariano aproxima-se, chega mais perto, a cada morte, em cada Pai ou Mãe que olha para o seu filho esfomeado, a cada dificuldade aumentada, em cada sacrifício, nesse desespero plasmado em todas as almas.

Claro que o Exército ainda sustenta o regime, nesse suspiro final a que se agarram os fiéis correligionários de Maduro, no entanto, com o aumentar da pressão Internacional, e acima de tudo, com o estado de calamidade em que se encontra o Povo Venezuelano, não será de estranhar a mudança de lado dessas Forças Armadas, que são o fiel da balança deste moribundo Regime.

Maduro que permanece de forma "autista" agarrado ao poder, lutando até á morte, pela sobrevivência de um legado bafiento, irá num momento acordar no cadafalso, como Ceaucescu, num despertar solitário, rumo ao seu fim...

Num desfecho, que considero, mais do que esperado.

E nesse instante de agonia final, nem o "passarinho" em que se transformou Chávez, o salvará...

Nada deterá a raiva de um povo e de toda uma geração perdida.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

15.09.18

 

87% da população em pobreza, tendo 61% dessa mesma população a classificação de pobreza extrema...

Isto existem relatórios tendenciosos, capazes de desvirtuar a realidade dos factos e dos momentos.

Então o Senhor Maduro, esse líder louvado pela Esquerda Parlamentar mais radical, consegue criar riqueza para um numero significativo da população, cerca de 13% e ninguém valoriza...

Ninguém se dá ao trabalho de relevar esse significante apontamento.

Isto existem injustiças!

De uma coisa podemos estar certos:

O número de Militares ou funcionários do Partido do Regime...

Rondam os 13% da população Venezuelana.

Um viva grande para Maduro e para a sua gente...

Se calhar, poderia sair mais uma menção honrosa na Assembleia da República.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

29.08.18

 

Os lingotes de ouro de uma Venezuela, perdida por entre o inacreditável mundo de Maduro, são essa evidência maior, da trágica desesperança do Populismo.

É fácil crer num discurso assim, para aqueles que acreditam que os seus problemas são o fruto do bem de outrem, do sucesso dos que supostamente pertencem, no seu imaginário mundo, a uma elite.

Sempre foi assim...

Sempre será.

Um pequeno grupo como alvo, uma parte à mercê de tantos.

A Venezuela, um dos Países mais ricos da América do Sul, se recuarmos duas décadas, está agora trespassado pela miséria económica, financeira, Humana.

Resta naquele País o discurso indescritível de um pequeno "asno", um líder embrenhado no seu pequeno circulo, cercado por armas, as mesmas que servem para impor os seus desmandos.

Já aqui escrevi que reconheço a Maduro, o mesmo destino que um dia vi a Ceauscescu, rumando solitariamente para um acerto de contas com o seu povo, assim que lhe faltar o apoio militar.

E como deve faltar pouco...

Tão pouco.

O pedido para a população comprar lingotes de ouro, para ajudar a economia Venezuelana a recuperar o seu folgo, quando o mesmo povo não tem o que comer, os hospitais não têm remédios ou profissionais, milhares e milhares de pessoas fogem do seu País para encontrar um destino melhor...

Esse pedido, mais do que vergonhoso, é insultuoso.

Na Venezuela de Maduro já não existem adjectivos ou palavras que possam enganar a visão popular, populismo que possa alimentar a torpe "verdade" que o regime insiste em contar.

E assim, talvez esteja cada vez mais perto o fim de uma das mais infames ditaduras do nosso tempo.

Deus queira.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

16.01.18

 

O regime de Chávez, de Maduro, matou Óscar Pérez...

Assassinaram-no.

Óscar Pérez, o ex-militar que em meados de 2017, pilotou um helicóptero e disparou contra edifícios Governamentais e o Supremo Tribunal...

O líder de um grupo de homens que se dispuseram a lutar contra um regime ditatorial, cruel, e que em Dezembro último, tentou tomar um dos mais importantes quartéis, do exercito Venezuelano.

Óscar Pérez deveria saber os riscos que corria, o preço que iria pagar, desde o momento em que decidiu afrontar, um Governo, com um estilo máfia Siciliana.

Maduro, o motorista de autocarro, que comanda um País ouvindo um passarinho...

Que domina as ruas através de milícias armadas, montados em motas, disparando contra todos aqueles que um dia se opuseram ao seu regime.

Óscar Perez sabendo o que se aproximava, não deixou que a História fosse contada através da lente dos seus algozes, deste miseráveis e abjectos Seres Humanos...

Pérez usou o seu telemóvel como testemunha, como voz intemporal de um assassinato, de um cobarde assassinato.

A sua voz ficará marcada na minha mente, o seu olhar permanecerá na minha memória, mas essencialmente estas imagens servirão de garantia, de que na Venezuela, existe alma e gente capaz de dizer não, a este regime.

O seu último gesto, imensa coragem de testemunhar a crueldade de um déspota, como Maduro, deixa ao mundo um derradeiro grito de revolta, num derradeiro acto de um herói.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

26.10.17

 

O Parlamento Europeu decidiu entregar o Prémio Sakharov deste ano à Oposição Venezuelana, num gesto de grande dignidade e reconhecimento, que só fica bem a toda a Instituição Europeia, e a todos nós, seus representados.

Soube da noticia e fiquei feliz, basta darem uma vista de olhos aqui pelo Caneca, para facilmente perceberem o que penso sobre o Regime, e sobre a principal personagem que o dirige...

Só mais tarde me apercebi do triste espectáculo interpretado por uma parte da Esquerda Europeia, com o PCP incluído.

Para além de ser uma gigantesca falta de educação, a interrupção do discurso do Presidente do Parlamento Europeu, demonstra essencialmente um desrespeito pelo exercício democrático que levou àquele resultado, àquela nomeação.

O PCP é um Partido profundamente anti-Democrático, disfarçadamente ressabiado pelo frustrante e fracassado destino, que não lhes trouxe a Revolução Marxista sonhada...

Só assim se compreende que o PCP apoie um ditador como Nicolas Maduro, que seja conivente com as prisões, com os mortos, com a fome, com a tragédia suportada por um Povo, às mãos de um miserável déspota e seus corruptos.

O que diria o PCP, se Nicolas Maduro fosse de um Partido de Direita?

Fico extremamente feliz com esta entrega do Prémio Sakharov...

No entanto, fico também com uma vergonha imensa de um Partido Português, que ainda está moralmente comprometido com o seu legado Estalinista.

Para o bem de todos nós, são uma minoria.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

21.07.17

 

Os Venezuelanos estão presos num espaço temporal, espécie de vazio histórico, que os destrói, esventra a sua dignidade, a esperança que deveria naqueles jovens habitar.

Ninguém tem dúvidas sobre a miséria que grassa pelos quatro cantos da actualmente triste Venezuela, ninguém desconhece o descontentamento de uma esmagadora parte da sua população em relação ao regime Comunista vigente naquelas terras...

Ninguém ignora o sofrimento, desespero que deve invadir aqueles que à noite olham para os seus jovens filhos e imaginam o vazio que os espera, num futuro inexistente desenhado pelas mãos ignorantes dos seus governantes, num destino que sabem ausente.

No entanto, uma questão grita ao mundo, através dos ventos que chegam retratando aquele drama:

O que estão a fazer aqueles que deveriam proteger a Nação?

O que faz este exército, insanamente ao lado de Maduro?

Dir-me-ão que a cúpula militar Venezuelana, está ao lado de Nicolas Maduro pela maneira corrupta como este lhes permite traficar petróleo, drogas, armas, enfim um pouco de tudo...

São-lhe leais pois aqueles que comandam as Forças Armadas Venezuelanas, foram lá colocados por ele, sendo sabido que nunca o haveriam conseguido, caso este regime corrupto e demagogo não tivesse existido.

Aceito esta explicação, compreendo-a, até acredito que possa ser a mais correcta, no entanto, o exército não é feito de Generais, é feito de soldados, de gente, de homens...

Homens com família, amigos, pessoas comuns que vivem certamente o drama destes milhões de Venezuelanos, aprisionados à vontade de um homem que falou com um passarinho, ou melhor, com Hugo Chavez.

Esta falta de sentido, de esperança evidente é que precipita a certeza daqueles que não encontram outro caminho que não o de desafiar as balas vermelhas, dos Algozes Marxistas e Bolivarianos.

E neste impasse desesperante, definhando o grito popular, resta aguardar que a história reponha a vontade das gentes, o desejo daqueles que reclamam o seu direito, a ter um futuro.

Um futuro para a Venezuela...

Um Bem-Haja.

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

15.07.17

 

O comunicado do PCP de apoio à Revolução Bolivariana e consequentemente a Nicolas Maduro, seria apenas vergonhoso, senão fosse também ele, um punhado de hipocrisia e cinismo...

Pensemos o que diria este mesmo Partido se o regime de Maduro, fosse um regime de Direita, com a mesma repressão, ausência democrática ou até o mesmo desrespeito pelas regras básicas Internacionais?

Imaginem...

Sob a capa da modernidade ou o lado cool da coisa, envolvidos até na outrora inacreditável Geringonça, o PCP tende por vezes em disfarçar a sua verdadeira face, dando um ar humanista à palavra política, ao aparente desenvolvimento das suas ideias, no entanto, é em momentos como este que o disfarce cai, a palavra volta a ganhar importância e o cariz ditatorial volta a reaparecer por debaixo da foice vermelha comunista.

O PCP é isto e sempre o será.

Os Comunistas alegam neste infame comunicado que o povo Venezuelano está a sofrer às mãos de um plano externo e golpista, que ameaça o povo daquele País, assim como, os emigrantes Portugueses...

A sério?

Dizem ainda que:

Se trata de uma contra ofensiva imperialista para travar os avanços e conquistas progressistas, que os Governos como o de Maduro conquistaram em toda a América Latina...

Conquistaram?

Reafirmam ainda, PCP, a sua solidariedade para com o povo Venezuelano e o Governo de Nicolas Maduro...

Bem aqui a coisa parece mais grave, pois nesta confusa expressão, efetivamente o PCP tem de escolher um lado:

Ou o lado do Governo de Maduro ou o do povo Venezuelano, pois torna-se bem evidente que não se encontram no mesmo lado da barricada, nesta luta onde apenas a oposição busca a democracia.

Estes pequenos pormenores revelam a verdadeira essência comunista, aquele ressentimento disfarçado mas intensamente presente, desde que o colapso Soviético os deixou perdidos no novo mapa mundial...

Por vezes, esquecem-se deste pormenor ou pormaior e regressam aos tempos em que calar, silenciar, amordaçar, prender, reduzir o povo à sua dimensão menor, se chamava revolução progressista.

Felizmente para todos nós, a informação voa nos dias que correm e todos sabemos sem margem para dúvidas que aquilo que este comunicado Comunista apoia, é apenas um pequeno ditador, um demagogo sanguinário, um regime que certamente lhes deixa saudades de um tempo, de um muro, de um vermelho mundo que já ruiu...

Mais uma vez escrevo:

Felizmente!

 

 

Filipe Vaz Correia

 

  

30.03.17

 

O golpe de estado que acaba de acontecer na Venezuela, não é surpreendente, não é sequer inesperado...

A Venezuela há muito que deixou de ser um país, uma nação, sequestrada pelo populismo desmedido de Hugo Chávez e de seguida com o desaparecimento deste...

Do seu homem de mão.

O rasgar da constituição empreendido pelos apoiantes de Maduro, nada mais é do que um acto destemperado de alguém cada vez mais isolado, desesperado e que vê nesta oportunidade, uma escapatória para a ilusória ideia de que é possível perpetuar esta situação.

A Venezuela de Chávez era tenebrosamente sombria, disposta a tudo para cumprir os caprichos daquele que em nome do povo se legitimava, vezes sem conta, no entanto e apesar do caminho descontrolado, demagogo com que governava, o petróleo que jorrava sem parar no território Venezuelano, aliado aos preços exorbitantes com que se transacionava esse bem raro, permitiam aos Chávistas concretizar os desmandos enlouquecidos do seu líder, num aparente bem estar, que na verdade, não poderia ser concretizado.

Com a queda do preço do petróleo, aliado ao desaparecimento de Chávez, a Venezuela, encontrou finalmente o destino para o qual vezes sem conta, Capriles, tanto tinha alertado...

A inflação disparou, a corrupção tornou-se um hábito, o crime passou a fazer parte do quotidiano, os bens escasseiam, o desespero aumenta até mesmo, em alguns sectores, fortemente Chávistas.

Maduro permanece no local de onde não pode sair, sem que a sua cabeça role, caia, seja decepada, por aqueles que permanecem amordaçados ao longo de décadas...

Este último acto, desesperado, faz me lembrar os últimos momentos de Ceausescu, ou de outros lideres, no fim de linha, no fio da navalha.

Acredito que a chave deste enigma estará nas mãos do exército, cada vez mais pressionado, mais insatisfeito com o Status Quo vigente, que se tornou incapaz de satisfazer as suas prementes necessidades, e que comprava essa protecção que os mantinha no poder...

Rasgando a constituição Maduro torna-se o Rei Sol, o absoluto senhor dos destinos sombrios desta Venezuela cada vez mais perdida, por entre os pesadelos de cada cidadão.

A esperança presa em cada palavra de Capriles, deverá ser a de cada Venezuelano livre, disposto a lutar por um país diferente, onde se possa novamente acreditar...

Acreditando numa sociedade plural e próspera.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

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