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Caneca de Letras

14.11.20

 

 

 

Recuso-me a comer;

A deixar-me corromper

Recuso-me a esquecer

Esta ditadura, este poder...

 

Não fecho os olhos, não descanso;

Tenho medo do que me rodeia

Desta liberdade em suspenso

Dessa hipocrisia alheia...

 

Sinto o receio nos paus mandados;

O temor nos mandantes

Esses galos emproados

Disfarçados de governantes...

 

E assim chega o inferno;

Sendo presos só por ler

Neste imenso inverno

Nesta Angola a morrer...

 

Cabe-me assim lutar;

Por aquilo em que acredito

Pelo futuro que irá chegar

Trazendo outro grito...

 

Gritando enfim democracia;

Sonhando com o coração

Podendo ler numa livraria

Chamando-me Luaty Beirão.

 

 

13.11.20

 

 

 

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Angola permanece mergulhada numa neblina constante, num autoritarismo primário, numa deriva militarizada de poder.

Nada mudou, tudo pareceu mudar, continuando o seu rumo, por entre, os desmandos de um "novo" General.

Quando João Lourenço chegou ao Poder muito se esperou, tive as minhas dúvidas, muitos aguardaram pelos ventos de mudança que se anunciavam...

De um momento para o outro a Família dos Santos deixou de exercer a sua cruel vontade pelos meandros do poder Angolano, pouco a pouco estes criminosos foram perdendo espaço e influência, submersos pelos ares de mudança que se impunham.

Até eu que sou geneticamente desconfiado do MPLA, dei por mim a "acreditar" no actual Presidente de Angola, talvez cego pelo meu desprezo e ódio para com o anterior senhor do cargo...

Acreditei que João Lourenço seria diferente, mesmo que intrinsecamente soubesse de onde ele vinha, que seria uma esperança para aquele povo e para aquele País.

Enganei-me.

Como seria de esperar...

 "As moscas mudam mas a ..... é a mesma!"

Durante estes dias, a polícia Angolana matou manifestantes, agrediu um jornalista da Reuters, destruiu e impediu trabalho jornalístico, agrediu e feriu estudantes.

Pasme-se...

Prendeu Luaty Beirão quando este estava em directo no Facebook.

Onde já se viu uma coisa destas?

Nos bafientos tempos do clã Dos Santos.

A gatunagem apenas mudou de rosto, os cheiros dos corredores apenas mudaram de odor, as mãos manchadas de sangue apenas se disfarçaram nas entrelaçadas esquinas de almas putrefactas.

Enfim...

Triste e acorrentado povo de Angola que um dia ousou crer que seria nas mãos de bouçais figuras que encontraria a ansiada tranquilidade de faustosas terras.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

04.11.16

 

Recuso-me a comer;

A deixar-me corromper

Recuso-me a esquecer

Esta ditadura, este poder...

 

Não fecho os olhos, não descanso;

Tenho medo do que me rodeia

Desta liberdade em suspenso

Dessa hipocrisia alheia...

 

Sinto o receio nos paus mandados;

O temor nos mandantes

Esses galos emproados

Disfarçados de governantes...

 

E assim chega o inferno;

Sendo presos só por ler

Neste imenso inverno

Nesta Angola a morrer...

 

Cabe-me assim lutar;

Por aquilo em que acredito

Pelo futuro que irá chegar

Trazendo outro grito...

 

Gritando enfim democracia;

Sonhando com o coração

Podendo ler numa livraria

Chamando-me Luaty Beirão.

 

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