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Caneca de Letras

10.02.19

 

A doce inspiração que me foge no breu da noite, por entre, as estrelas, as nuvens, a imensidão.

Num silêncio destemido, quase usurpador, se vão escrevendo sem versos, as entrelaçadas mágoas de um texto...

Um texto meio desarranjado, repartido em sentidos sofrimentos, em pequenos compartimentos, de carregados tormentos, contados ao vento que não pára de soprar.

Mas o ardor não tem velas e por mais que o vento sopre, mais ele fica, se entranha, mais se faz valer essa espécie de destempero que amargura.

Sabe lá o tempo, as angústias que no destino se cumprem, pinceladas de cor, esbatidas em cada tela de uma vida.

Caminhando nessa viagem, sob a imensidão do céu...

Busco a inspiração para a tamanha contradição, por entre, as estrelas, as nuvens, a imensidão...

E a lua, secretamente despida, alumiando as feridas que somente ao luar sobressaem.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

30.09.17

 

 

 

Consigo ver através do escuro;

Os silêncios desenhados,

Consigo adivinhar o futuro,

Por entre círculos e quadrados...

 

Formas geométricas;

Destinos coloridos,

Caminhos assimétricos,

Dias repetidos...

 

Lua nova ou minguante,

Pouco importa, para mim,

Lágrima errante,

Que sufoca sem fim...

 

Que sufoca com empenho;

A alma aprisionada,

Aprisionando ao desenho,

A imagem desejada...

 

Feita por rabiscos,

De um geométrico coração.

 

 

23.02.17

 

A noite brilhante, com o seu céu estrelado, que iluminava o imenso lamaçal que tenho de subir...

Atolados os meus pés, numa fuga destemperada por entre este caminho que enfrento sem fugir.

Caminhando, viajante, pelos gostos envelhecidos da sabedoria estampada, nos rostos daqueles que observam o meu destino...

Não o quero saber, continuo a subir em busca da beleza escondida, em cada estrela presa ao imenso céu que contemplo nesta noite cintilante.

Sinto os cheiros daquelas casas vazias, de gente, de cor, com alma...

Contemplo no cimo daquele lugar, a imensidão que por debaixo de mim existe, ignorando os ruídos, os gemidos, as intensas contradições insistentes.

E nesse instante, em cada estrela um sorriso, em cada rosto uma esperança, em cada olhar encontrado, um pedaço de alegria, de vida.

Um pequeno campo de futebol, iluminado por esses candeeiros encardidos, empoeirados, onde rejubilam os meninos, enquanto chutam aquela pequena bola de trapos, como se tratasse da sua maior recompensa...

E se calhar, seria!

Olhei novamente para aquela imensidão, guardando simplesmente na memória, a pequenez dos nossos destinos...

E assim observo a constante rotação daquelas estrelas, que sobrevoam os sonhos daquelas vidas, com aquela lua como companheira, discreta, tímida, presente...

Mas naquele momento, perdido naquela imensidão, aquelas estrelas eram só minhas e do meu desejo de sonhar.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

  

 

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