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Caneca de Letras

13.04.20

 

Boris Jonhson saiu do Hospital, depois de dias difíceis, por entre, cuidados intensivos e inquietação Governamental.

Mas aprendemos alguma coisa?

Julgo que sim...

Na sua mensagem ao País, após estes inquietantes dias, Boris Johnson deixou uma mensagem de esperança e de recolhimento, agradecimentos e palavras soltas, amarradas a esse sentir que esta experiência lhe trouxe.

Nesse agradecimento geral, dois em particular:

A uma enfermeira da Nova Zelândia, Jenny, e a um enfermeiro Português, Luís.

Dois nomes, duas pessoas, dois Seres Humanos.

Naquele tempo, ao lado da cama do Primeiro-Ministro Inglês, não existiram nacionalidades nem polémicas, não se questionaram barreiras nem fronteiras, somente o bater do coração, esse querer maior que faz de nós Humanos.

Seria igual se ali estivesse naquela cama Farage, Le Pen ou Orban?

Para a Jenny e para o Luís, estou certo que sim...

E é essa lição que deveremos todos retirar, desta brava luta global, neste caso em particular...

Pensar num todo, como se o Mundo, a Europa, fosse constituída por pessoas, em casas diferentes, leia-se Países, mas todos circunscritos à mesma aldeia que nos serve de berço.

As melhoras Boris...

Parabéns a todas e todos que como a Jenny e o Luís estão na linha da frente a salvar vidas.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

03.02.18

 

Ainda me recordo, como se fosse possível esquecer...

Ali por entre os portões daquele hospital, olhando para aquelas janelas, frias janelas que escondiam a tua presença, essa mágoa imensa de uma constante ferida, de dor, ardor angustiante da minha cobarde forma de ser.

Ali estive...

Aguardando a coragem que nesse dia não tive, por entre as lágrimas que disfarçadamente tentava controlar.

Nessa mistura de medo, receio, constatação de um fim que a todo o custo tentava renegar, encontrava no singelo continuar de dias e noites, dessa tua vida descompassada.

Parecia que o medo maior era meu, mas morrias tu...

Parecia que esse ardor desbravava a minha alma, mas era a tua que corajosamente se levantava a cada obstáculo, em cada pedra no caminho...

Ainda me recordo do teu olhar, da expressão desse olhar que de certa forma também me pertencia.

Ainda hoje recordo essa minha cobardia, numa expressão maior desse amor, amizade, que não conseguia expressar em palavras...

Só a tua coragem, apenas isso.

E eu aqui recordando, por palavras a ausente expressão desse momento em que quebrei, reservei em mim todas as frustrações desse destino desencontrado.

Ali estava eu, nos portões daquele hospital, olhando para as janelas daqueles prédios cinzentos, frios, despidos de esperança, carregados de desesperança, essa mesma, que veio resgatar de nós...

Essa amizade, que agora se tornou silenciosa.

O que aprendi com tamanha tristeza, arrependimento sem culpa, é que por vezes, nesse misto de dor, se esconde a expressão de um amor, escondido na imensa vontade de tentar renegar esse fim que não se pode evitar...

Mas que cobardemente se tenta...

Se tenta eternizar para que jamais aconteça.

 

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

21.10.17

 

 

 

Passaram vinte e um anos;

Que lentamente esvoaçaram,

Por entre as memórias que sobraram,

As mágoas que ficaram,

Em mim...

 

Passaram vinte e um anos,

Como se passasse a intensa dor,

Amarrando o sentimento,

Ao entorpecente ardor,

Com que o tempo,

Tudo leva...

 

Passaram vinte e um anos,

E neste dia,

Vão regressando,

Um a um...

 

Numa intensa melancolia,

Pedaço de uma saudade,

Abraço de nostalgia,

Num adeus de verdade...

 

Passaram vinte e um anos,

E podem outros vinte um passar,

Que terei para sempre em mim,

Esse teu esperançado olhar,

Esse imenso acreditar,

Num futuro que não te chegou...

 

Vinte e um anos;

Meu eterno amigo.

 

 

 

 

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