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Caneca de Letras

23.11.16

 

Quem se importa, se me escondo?

Quem se importa, com o que sinto?

Se vos conto, se vos explico,

Ou simplesmente vos minto...

 

Quem se importa, com o que quero gritar?

Quem se importa, com o que quero contar?

Se nem eu sei, o que tenho a falar,

Para me entender,

Explicar...

 

O que importam estas minhas mágoas;

Estas contradições, angústias,

Este labirinto onde me pareço perder...

 

Quem se importa?

Quem um dia quererá saber,

Que por dentro de mim,

Aprisionado, sem querer,

Viveu assim,

Sem fim...

 

Um Actor.

19.11.16

 

Nunca fui tão feliz, como no colo de minha mãe;

O seu cheiro, o seu perfume,

O timbre da sua voz, enfim...

 

O calor do seu amor.

 

A mão que me embalava no berço;

O olhar que seguia os meus passos,

O desejo que acarinhava o meu destino,

O meu bem querer...

 

Ai as saudades que não findam;

Os tesouros que se escondem na terra,

Os sons que se calaram,

Ó Mãe!

 

Mãe;

Palavra tão bela que me ensinaste,

Que aprendi a rimar com amar,

Que aprendi a ter como minha...

 

Minha Mãe!

 

 

14.11.16

 

Apagaram-se as luzes, as tuas;

Calaram-se as vozes, as nossas,

Corre nessas tristes ruas,

Sangue por essas poças...

 

Iluminou-se a escuridão,

Com tristeza, solidão,

Cheia de gritos e dor,

Numa ferida, num ardor...

 

Mágoa, estupefação;

Essa chama tão intensa,

Num Bataclã em explosão,

Numa batalha imensa...

 

Tiraram-te o romantismo;

Paris, quiseram ver-te chorar,

Empurraram-te para um abismo,

Numa queda sem parar...

 

Azul, branco, encarnado;

Cores que se levantaram,

Nesses tiros disparados,

Contra essas vidas que passaram...

 

Minha Paris;

Minha e do mundo,

Perdida num grito eterno,

Nesse horror profundo...

 

Nada calará Paris;

Nada vencerá Paris,

Pois Paris, somos todos nós!

 

03.11.16

 

Sempre tive medo de te perder;

Sempre tive medo de crescer

Sempre tive medo, esse ter...

 

De não saber caminhar;

De enfrentar esse sol a nascer

Esse rumo a escolher...

 

De me perder na encruzilhada;

Não conseguir encontrar essa estrada

Tive medo, do nada...

 

Sempre tive medo;

De enfrentar o mundo sem ti

De caminhar sozinho...

 

Porque o mundo é meu;

Mas o meu mundo...

 

És tu.

01.11.16

Contei todas as estrelas do céu;

Uma a uma, cada uma

Olhei para elas despidas

Na bruma, discreto

Escutando as perdidas

Naquela imensidão...

 

Decorei o seu brilho;

Vislumbrei o seu reflexo

Questionei o seu destino

Desafio sem tino

De um universo em desatino...

 

Contei todas as estrelas do céu;

Uma vez mais interrogando

De onde vieram, para onde irão

Nesse mistério desesperando

Por uma resposta em vão...

 

Contei todas as estrelas do céu;

E continuei a contar, devagar

Sem saber que no meu olhar

Também elas se podiam vislumbrar...

 

E assim sem parar;

Mais uma vez, devagar

Contei todas as estrelas do céu.

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