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Caneca de Letras

05.06.19

 

 

 

Sou por princípio contra a eutanásia...

Porquê?

Nem eu sei.

Talvez por educação, valores que me foram incutidos na terna infância, por palavras, ideias ou através da inquebrantável fé, contada e explicada desde o berço.

Mas será assim?

Quem sou eu para julgar a decisão de outrem, de alguém que decide a sua vida, por entre, as agruras e dores que dentro de si habitam?

Ao ler a notícia que relata a eutanásia de Noa Pothoven, a menina Holandesa de dezassete anos que decidiu ser eutanasiada, senti a necessidade de tentar entender, de através das suas palavras entrar um pedaço nesse mundo seu.

Nessa carta de despedida no Instagram, a menina Noa relatou os abusos sexuais que sofreu ao doze anos, assim como, a violação que sofreu aos quatorze, feridas sangrando que lhe roubaram a inocência ou a perspectiva de viver.

Tantas dúvidas no meio de tamanha tristeza...

Como poderemos julgar o que verdadeiramente desconhecemos?

Nessa carta de despedida, Noa reflecte sobre a falta de cuidados psicológicos ou psiquiátricos na Holanda para pessoas que sofrem deste tipo de doença mental, claramente contrastando com as inovadoras e avançadas leis que permitem a qualquer pessoa, com mais de doze anos, poder decidir sobre o fim de sua vida.

Neste domingo, Noa despediu-se dos seus, dessa vida que tanto sofrimento lhe causava.

Descanse em paz menina Noa e que a sua História possa servir de exemplo para todos nós...

Pelo menos nos faça pensar.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

01.04.19

 

Num gesto meio perdido, por entre, as estranhas coincidências da alma, resolvi ir ao Facebook do meu antigo Colégio, lugar onde me formei, onde recebi as bases que me ajudaram a ser o homem que hoje sou.

Neste entrelaçado gesto, longe me encontrava de imaginar a notícia que receberia, numa tristeza só minha, tão minha, descrita levemente, por entre, as palavras que ali aprendi.

Morreu a Professora Jesuína, a minha professora...

Directora e fundadora do Colégio, minha directora de turma, professora de Português, inspiradora na língua e nos princípios que ainda tento praticar.

Morreu no dia 28 de Março, no dia em que fazia 99 anos...

Minha querida Professora Jesuína, parcas serão as palavras para lhe dizer o que por si sinto, nas memórias que de si guardo, neste carinho que por si nutro.

Saiba que a sua presença se faz notar neste meu gosto por escrever, por me perder nas palavras que consigo aprendi, nesse querer que me fez escolher a disciplina de Latim ou no Arroz de Atum que descobri através de sua mão.

Minha querida Professora Jesuína, recordo tantos momentos e tamanhas palavras, gestos seus que me tocaram sem fim, silêncios que marcaram intemporalmente.

Minha querida Professora, muito obrigado...

Por tudo sem excepção, pela expressão de amor em cada abraço, pelo carinho num sorriso, em cada castigo merecido ou palavra dura no momento exacto.

Por cada instante, sempre nobre, como não poderia deixar de ser, no exemplo do carácter, na correcção das atitudes, na excelência da educação.

Jamais a esquecerei, assim como, tenho a certeza que todos os seus alunos a guardarão onde, certamente, mais importa...

Junto ao coração.

Um beijinho do sempre seu...

Pipo.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

04.11.17

 

Tenham lá Santa Paciência...

É o que me apraz dizer, depois de ler esta polémica levantada pelas palavras do Líder da Juventude Popular, Francisco Rodrigues dos Santos.

As palavras que este jovem escreveu, nas suas redes sociais, foram:

" O karma vingou-se. Urban foi barrado de Lisboa, por um tipo moreno e de ascendência Indiana"

Convenhamos que não ferem ninguém, que a piada tem sentido, e que em momento algum, se pode daqui retirar algum tipo de racismo...

Antes pelo contrário, daqui aferimos alguma ironia para com o destino daqueles que durante anos tiveram fama de barrar a entrada de pessoas, das mais variadas etnias naquele espaço.

Gostei.

O que se passa a seguir, é que me deixa estupefacto. 

Parece que algumas pessoas invadiram a página do Facebook do Francisco Rodrigues dos Santos, para o acusar de racismo, entre elas a sempre irrequieta Isabel Moreira...

Aí que falta de sentido de humor, minha querida Isabel.

O Líder da Juventude Popular, viu-se obrigado a publicar um esclarecimento ou uma adenda ao seu anterior comentário, para explicar aos mais distraídos de que se tratava de uma graça, uma forma de humor para satirizar o encerramento daquele espaço, que há anos acumulava queixas de racismo e violência.

Por vezes o politicamente correcto, tolda a visão de algumas pessoas, não conseguindo destrinçar uma graça, com graça, de um comentário racista.

Uma coisa é racismo, outra é complexo de inferioridade...

Não é impossível brincar com a cor das pessoas, com a região onde nascem, com o clube a que pertencem ou com a religião que professam...

Desde que seja com inteligência e graça, não vejo mal algum.

O que o Francisco fez, foi algo deste género, sem maldade e num momento pertinente.

Por isso tenham Santa Paciência e deixem-se de moralismos bacocos.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

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