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Caneca de Letras

11.01.20

 

Irá Cristina Ferreira candidatar-se à Presidência da República?

Uma notícia veiculada pela revista Visão, onde essa hipótese é aflorada, sendo depois não desmentida pela própria no 5 para a meia-noite de Filomena Cautela.

Claro está que a doce Cristina não veio falar deste assunto numa perspectiva de se candidatar contra o queridíssimo Professor Marcelo, nem nas próximas duas ou três eleições...

A Princesa da Malveira tem contrato com a SIC e não poderia abandonar os seus espectadores da manhã, de um momento para o outro, já para não falar do seu pomposo e merecido ordenado.

Muitos soltaram a voz numa crítica feroz a este atrevimento da apresentadora, apontando o dedo a Cristina Ferreira e a esta Era de fazer política através do mediatismo popular, no entanto, nada me parece mais injusto...

De que forma foi eleita a querida Joacine?

Foi através do mediatismo das redes sociais, fazendo valer a cor, a gaguez ou até outro tipo de populares minorias, que viram nesta "superficialidade" programática uma forma de se sentirem representados.

Programa eleitoral?

Não interessou.

E o "estimadíssimo" André Ventura?

O deputado que se deu a conhecer ao povo nos ecrãs da CMTV, entre crimes e futebol, se calhar é a mesma coisa, entre frases feitas e boçalidades, entre "Passos" e Ciganos.

Programa eleitoral?

Apareceu depois das eleições, denunciado por Daniel Oliveira, sendo que o André logo o tratou de rasgar, apresentando novas ideias, não fossem as pessoas se aperceber das barbaridades nele incluídas.

E não ficamos por aqui...

Já sei que me vão falar de Marcelo Rebelo de Sousa e do seu programa na TVI, RTP e novamente TVI...

Meus caros, claro que esse programa lhe trouxe notoriedade e popularidade, porém, será de bom tom reconhecer que Marcelo já existia antes desses programas, com pensamento e densidade política, algo que o separa dos exemplos anteriormente citados.

Mas enfim...

A Cristina, ainda, não é candidata à Presidência da República, no entanto, se algum dia o for terá o mesmo direito que os Venturas, as Joacines ou outros da vida, forjados na televisão ou em outras plataformas mediáticas que lhes servem de alavanca para programas com pouco sumo mas carregados de populismo.

Por entre populismos e indiferença assim vai andando a democracia Portuguesa...

Como dizia um amigo:

"Depois não se queixem!"

 

Filipe Vaz Correia

 

 

03.11.19

 

De facto, vivemos numa Era de absurdos inenarráveis, carradas de politicamente correcto entrelaçado com um permanente reescrever da História que se acumula nesses “policias” da verdade, actualmente, em voga.

Por estes dias a Deputada Joacine Katar Moreira partilhou no seu Twitter uma critica a uma imagem no salão nobre da Assembleia da República, tentando confundir e reduzir o papel de Vasco da Gama na História de Portugal, a esse passado de servidão e escravatura.

Um exemplo de intolerância e de incompreensão do tempo e passado, numa misturada bacoca de um extremismo exacerbado.

Joacine terá profundas cicatrizes, diria mesmo complexos, resultantes desse período Histórico Português, no entanto, parece-me que esse fardo sentimental que carrega lhe tolda a opinião, lhe turva a avaliação e reduz a sensatez.

Vasco da Gama foi e será sempre figura cimeira da nossa Nação, representando a ousadia e coragem que marcam a nossa História e destino...

Procurando muito para além do que a Srª Deputada quer fazer parecer, diria ser de uma profunda injustiça avaliar o papel e os valores desse mui nobre navegador, à luz dos conhecimentos de hoje, das noções civilizacionais que nos regem.

Existe nesse tweet um profundo ressabiamento, uma evidente disputa de memória, contra um passado que se encontra escrito nos livros de Historia e marcam um dos períodos de Ouro deste Lusitano Povo.

Diria mesmo sentir ódio nas palavras, extremistas palavras que amiúde vão sendo debitadas pela Srª Deputada, buscando o confronto como meio publicitário, o fogo de artificio como arma de mão.

O beneplácito com que são brindadas as suas atitudes, por parte de grande parte da comunicação social, demonstram que esse complexo está presente também naqueles que em silêncio se envergonham de algo que não nos deveríamos de envergonhar.

O colonialismo Português esteve entrelaçado em erros profundos, clivagens enraizadas e que marcaram injustiças tremendas, no entanto, das profundezas dessa História ressaltaram momentos e traços absolutamente fascinantes que tocam todos os cantos do antigo Império.

De Lisboa até Goa, muitos desses sinais se traduzem em tradições que sobrevivem na actualidade, costumes que nos perpetuam nos quatro cantos do Globo, nomes e famílias que não falando uma única palavra de Português sorriem a cada vitoria Lusitana, marcas e precisões em edifícios e ruas, olhares e vozes...

Explicar a Joacine Katar Moreira que também isto é Vasco da Gama não deverá ser fácil, mas julgo que mais por culpa da própria do que do mui nobre Vasco da Gama.

Compreendamos o caminho de cada um, sem esquecer esse todo que nos cabe como Povo e Nação, nesse entrelaçado de almas que nos representa.

Cara Joacine, respeitando a sua opinião, importa que não se esqueça de respeitar o legado daqueles que com as suas vidas ajudaram a construir este grande País que, pela sua representação parlamentar, me parece também ser o seu.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

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