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Caneca de Letras

18.06.19

 

Existem momentos ou situações que não conseguem ser descritos na sua plenitude, muito menos pormenorizados, pelo significado que têm, pela beleza que assumem...

É assim na amizade, nesse amor fraterno chamado amizade.

O texto de Jaime Nogueira Pinto em homenagem a Rúben de Carvalho é apenas um pequeno pedaço desse momento, de uma bela amizade forjada na diferença, nessa gigantesca diferença capaz de encurtar divergências, de ligar pólos opostos.

Um Comunista e um Nacionalista, tão diferentes como inteligentes, tão afastados como coerentes.

Nessa genialidade livre, nessa radicalidade fraterna, se manifesta a capacidade de dois homens discutirem sem populismos bacocos, sem hipocrisias menores, sem as amarras tão habituais na política de corrimão.

E é assim que se dá o exemplo, que se honra a grandeza maior da nossa História, do legado dos que souberam construir o que somos, o que nos moldou como Nação.

Estaria sempre ao lado de Jaime Nogueira Pinto, por princípio, convicção ou valores, no entanto, isso jamais me impediria de admirar, respeitar o passado e a memória de alguém como o radical, absolutamente, livre que era Rúben de Carvalho.

E isso, nos tempos actuais, já é uma valiosíssima lição a recordar.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

 

 

08.03.17

 

 

Os acontecimentos de ontem na Universidade Nova de Lisboa, verdadeiramente, me deixaram completamente perplexo...

Jaime Nogueira Pinto, foi proibido de discursar, numa conferência organizada pela mesma Universidade, depois de o terem convidado para dar a sua opinião sobre, Populismo Vs Democracia.

Ora bem, a proibição daquele debate, é e sempre será, anti-democrática!

A ideia principal, é a de que o Srº Drº Nogueira Pinto, iria neste debate com jovens e alunos, propagar ideias xenófobas, discriminatórias e fascistas, propagando também, uma agenda anti-constitucional em Portugal.

Inacreditável!

Jaime Nogueira Pinto é reconhecidamente um homem superior, inteligente e que certamente poderia acrescentar imenso a este debate pastoso, que hoje vivemos, despertando consciências e colocando questões que certamente fariam raciocinar, esses novos cérebros de amanhã...

Não quero aqui descrever as minhas opiniões políticas, as minhas vontades ideológicas, mas não posso deixar de demonstrar por palavras, escritas em cada linha desta caneca, o quão indignado me encontro.

Se em vez de Jaime Nogueira Pinto, o orador se chamasse Francisco Louçã ou Garcia Pereira, este país já estaria em estado de sítio...

Em plena e vibrante indignação.

A democracia é a constante discussão de ideias, o debate permanente dos ideais, a evolução ideológica de cada um de nós...

O que mais me surpreende é aqueles que se intitulam de democratas, de defensores dos ideais de uma suposta liberdade, cercearem alguém que reconhecidamente acrescenta saber, conhecimento, intelectualidade.

Sabemos hoje que na Universidade Nova, apenas poderão discursar aqueles que pertencem ao Status Quo, existente naquele estabelecimento público...

Isso mesmo, público.

Será isso, democrático?

Ouçam o que Jaime Nogueira Pinto terá a dizer e depois critiquem, julguem, discutam sobre isso...

Aprendam ou reneguem, mas ouçam porque isso será sempre importante para evoluir.

Não o ouvindo, quer queiram quer não, ficaremos sempre mais pobres, menos preparados para os dias de amanhã, na formação destes jovens, que estarão apenas expostos a uma versão sem contraditório...

Eu gostava imenso de aqui escrever, sobre se concordava ou não com essa famigerada palestra, com as palavras ditas pelo Srº Drº Jaime Nogueira Pinto, no entanto, não tive a oportunidade de a ouvir, de o ouvir.

E assim, aqueles que agitam eternamente a bandeira da democracia, transformaram-se por um momento, nos algozes da democracia...

A ironia do destino.

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

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