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Caneca de Letras

02.02.18

 

Foi durante a minha pré-adolescência que tive pela primeira vez consciência, do que era viver no Irão...

Do que era ser Mulher, no regime dos Ayatollahs.

Nunca mais me esquecerei, da interpretação de Sally Field no filme Rapto em Teerão, num angustiante retrato de uma sociedade misógina e retrógrada.

Um filme baseado numa história verídica e que me deixou a pensar noite adentro, sobre a brutalidade daquele mundo que até então, desconhecia.

Hoje em Teerão, assim como em outras cidades Iranianas, Mulheres que anseiam ser livres, corajosamente desnudaram as suas cabeças, soltaram os seus cabelos e usaram os seus Hiyabs, como bandeira para o mundo, num grito libertador que me trouxe à memória as imagens de Sally Field, correndo por entre as ruas de Teerão, com a sua filha pela mão, fugindo daqueles que sendo família, eram os seus primeiros algozes.

Que coragem, a destas mulheres.

29 detidas foram as últimas noticias chegadas de Teerão, arriscando penas de prisão, sendo julgadas por ignorantes radicais, que continuam aprisionados a tempos ancestrais.

Será difícil contrariar a força deste regime, desta Teocracia fundamentalista, no entanto, nada é mais digno e desafiador, do que a expressão maior da liberdade.

E estas Mulheres procuram apenas serem livres de escolher, se usam ou não...

Um Véu.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

18.08.17

 

E depois de Barcelona?

Depois de mais um atentado terrorista em nome do Islão, às ordens do Daesh, fica a derradeira imagem de impotência, de uma Europa que se vê constantemente esventrada pelos seus próprios filhos...

Jovens que nasceram ou cresceram dentro das nossas fronteiras.

O que mais me choca, quando penso neste verdadeiro dilema dos tempos modernos, para além do horror explicitado em cada imagem, de mortos e feridos, é sem dúvida, tentar entender como se poderá parar tal ameaça.

Várias vezes reflecti sobre este problema, sobre esse medo que se torna imenso, para todos aqueles que inocentemente caminham por uma qualquer rua Europeia, desfrutando simplesmente do seu direito a ser livres...

Este horror indescritível, tomou proporções inimagináveis, numa ameaça sem paralelo, onde qualquer jovem com uma simples faca, um singelo carro, se transforma num Kamikaze aterrorizador.

A questão que mais me inquieta é a ausência de posição dos altos representantes religiosos do Islão, desses clérigos escondidos nas mesquitas, de Meca, em Riade, em Teerão, Islamabad ou Argel, enfim por esse mundo a fora...

Será o Islão, uma religião que potencia o Mal?

Estará implícito nos seus mandamentos, um verdadeiro apelo ao terror?

Infelizmente e após centenas de atentados por esse mundo fora, começo a acreditar que na verdade existe uma conivência silenciosa, entre estes radicais e aqueles religiosos que mesmo aparentemente moderados, permanecem calados, ausentes na critica a tal barbárie.

Terão estes terroristas cometido menor pecado aos olhos do Islão, do que Salman Rushdie, ao escrever os Versículos Satânicos?

É que se bem me recordo, a Rushdie foi decretado uma Fatwa...

E a estes terroristas?

Se os mais altos representantes das varias facções do Islão, Mullahs ou Imãs, decretassem publicamente que quem perpetra actos violentos, terroristas, atentatórios da liberdade Humana, seria banido aos olhos de Alá, continuariam a ter legitimidade para falar em nome de Deus, estes radicais?

Teriam a força para recrutar e seduzir tantos jovens?

Tenho muitas dúvidas...

No entanto, o silencio gritante dos religiosos, surge em contraste com os gigantescos gritos dos terroristas que insistentemente silenciam tantas vidas.

Alguém imagina que um radical católico pudesse cometer este tipo de atrocidades, no panorama actual, sem a peremptória condenação do Papa?

Sei bem que apesar de não aparecer nos noticiários Ocidentais, os atentados cometidos em solo Islâmico, contra muçulmanos considerados infiéis por estes radicais, não ficam em nada a dever a estes que roubam tantas e tantas vidas na Europa, no entanto, não será demais pensar que continuando neste rumo, sem respostas vindas de dentro do próprio Islão para conter este tipo de selvajaria em nome de Deus, provavelmente chegará a altura em que a intolerância vencerá...

E aí, teremos de lidar com uma batalha religiosa, ainda mais sangrenta e imprevisível.

Por isso repito a pergunta:

E depois de Barcelona?

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

04.06.17

 

 

 

Porque insistes em nos roubar a tranquilidade;

Numa intranquila vontade de matar,

Desejo ou insanidade,

Que nos chega a arrepiar,

Insana maldade.

 

Vidas desperdiçadas num segundo;

Vergonhoso instante,

Num ardor profundo,

Horror desesperante,

Terror vagabundo,

Que nos aprisiona.

 

Em cada explosão;

Esse aperto a temer,

Ouvindo o coração,

Acelerado e a bater,

Numa desesperada oração,

Temendo rever,

A repetida devastação.

 

  E lá vão caminhando;

Os Kamikazes infames,

Explodindo, roubando,

As vidas surpreendidas,

Daqueles que como nós,

Apenas desejam...

 

Viver. 

 

 

27.05.17

 

Depois de mais dois atentados executados por extremistas Islâmicos, Reino Unido e Egipto, talvez seja a hora de se começar a questionar o Islão moderado, sobre que posição desejam tomar...

Na verdade, não podemos esquecer de que muitos dos que sofrem às mãos destes suicidas criminosos, são também Islâmicos que vivem em países como o Paquistão e que atentado após atentado, também eles são vitimas deste radicalismo sem quartel que aterroriza o mundo.

No entanto, por mais que queiramos entender todos os detalhes desta batalha religiosa, que sem dúvida se torna cada vez mais incontrolável, não será mais possível para as culturas Ocidentais e para os seus cidadãos, continuarem a restringir as suas liberdades e o seu modo de vida, na esperança de que algo possa mudar...

O que causa incomodo e até perplexidade é a ausência de uma atitude com firmeza, inequívoca desse Islão moderado, desses Imãs ou Mullahs, Sheiks, Emirs ou Reis espalhados por todos os cantos do mundo e que se mostram formalmente muito dilacerados com estes atentados mas sem nunca tomarem medidas radicais para lidar com aqueles que em nome da sua religião espalham o terror.

Não seriam merecedores de uma Fatwa, estes radicais?

Ou foi mais grave, Salman Rushdie ter escrito os Versiculos Satânicos?

O mundo Islâmico se quiser que exista uma diferença entre estes extremistas e aqueles Muçulmanos comuns, gente boa como em todas as religiões, tem de sair à rua, perseguir nos seus Países este tipo de criminosos e limitar verdadeiramente a sua liberdade de acção, pois em muitos destes Países Islâmicos, estes continuam a usufruir de uma benevolência atroz...

A Arábia Saudita é um excelente exemplo disso mesmo, com os seus contratos milionários com os Estados Unidos, no entanto, continuando a ser um dos maiores financiadores destas organizações terroristas de forma discreta e secreta.

Muitos dos que assistiram sentados às palavras de Donald Trump em Riade, Emirs ou Sheiks, estarão certamente na primeira linha dos que financiam canais no Youtube para que Imãs disseminem os seus odiosos discursos que alimentam jovens sem esperança a se tornarem mártires, numa luta inominável...

Para as sociedades Ocidentais cada vez mais aprisionadas ao medo, não chega a cada atentado dizermos que teremos de superar este receio, este terror que começa a se instalar a cada evento, em cada festival por essa Europa fora, é necessário também que sintamos que do outro lado aqueles que supostamente discordam destes cobardes radicais, dizem basta...

Tomam, também eles, medidas para os deter.

Assim é absolutamente necessário que o Islão, dito não radical, decida qual o caminho a seguir:

O da inoperância conivente que tarda em se fazer ouvir ou um Islão que se juntará à luta contra aqueles que aterrorizam em nome da sua Religião...

Urge que escolham um caminho!

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

11.03.17

 

Quero explodir;

Resgatar a minha razão,

Não me importo de partir,

Em nome da minha religião...

 

Vou explodir, com esse inimigo;

Seja homem, mulher ou criança,

Quero o mundo, sem abrigo,

Sem direitos ou esperança...

 

Só acredito neste caminho;

Sem discutir ou tolerar,

E mesmo que fique sozinho,

Não me importo de matar...

 

Porque só eu conheço Deus;

O que quer, o seu desígnio,

Esse Deus que é só meu,

Meu destino, meu fascínio...

 

Vou explodir, vou sorrir,

Infiéis a implodir,

Libertar-me sem temer,

De em Teu nome morrer...

 

E assim chegou a hora;

De fazer cumprir a Tua vontade,

Fazer cumprir agora,

Em Teu nome!

 

 

 

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