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Caneca de Letras

08.01.20

 

O Irão resolveu começar a sua retaliação à morte do General Soleimani, atacando uma base militar no Iraque onde se encontram soldados Americanos.

A base de Ain Al-Assad serviu de alvo a uma vingança prometida pela liderança Iraniana, dando seguimento a uma escalada bélica iniciada pelo erro Americano aquando da morte de Soleimani.

Se deste ataque resultarem mortos Americanos estará desenhado o cenário de catástrofe resultante desta "estúpida" brincadeira.

Sejam rockets ou mísseis balísticos todo este cenário nos leva a crer que o Médio Oriente e o Mundo estão agora presos em suspense às mãos irresponsáveis de um e de outro lado.

Enquanto escrevo este artigo vou recebendo informação...

Possíveis baixas Americanas em uma base, aviões Americanos levantando de uma base na Arábia Saudita, naquilo que poderemos chamar de uma ofensiva em larga escala.

Parece que podemos estar a reviver a primeira noite da invasão ao Iraque nos anos 90...

Nuno Rogeiro, sempre ele, alertando, avisando, noticiando...

Parece que Donald Trump deixará o seu legado na História...

Infelizmente, um legado da mesma dimensão da sua reconhecida e boçal estupidez.

Mais uma noite negra em pleno Golfo que certamente atingirá o Mundo.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

04.01.20

 

Um "idiota" na Casa Branca...

A morte de Qasem Soleimani, comandante da Guarda Revolucionária do Irão, assim como da Elite Pretoriana dessa mesma Guarda, reveste este momento de especial complexidade.

Donald Trump estará feliz, entretido com o Twitter, com o feito pueril que culminou com este assassinato, pincelando o mundo com a perplexidade e o medo resultantes deste acto.

Esta medida, carregada de estupidez, traduz o populismo bacoco que tanto se desenha em cada atitude deste Presidente, um sujeito impreparado, ignorante e perigoso.

Como é possível que os Estados Unidos tenham embarcado nesta desventurada aventura que culmina num acto infame e irresponsável capaz de entregar o mundo, essencialmente o Médio Oriente, numa batalha sem tréguas...

Basta olhar para o preço do crude, antes deste atentado e após o mesmo, para percebermos até onde nos poderão levar as repercussões de um gesto irreflectido.

Trump abriu uma caixa de pandora...

Donald Trump poderá buscar uma desesperada salvação após os seus índices de impopularidade, após o Impeachement, após as desmedidas trapalhadas que levaram a um chorrilho de demissões junto daqueles que outrora o acompanhavam...

No entanto, o que resultará deste acto serão as premissas para uma tempestade perfeita.

O Irão não se compartimenta nas fronteiras terrestres Iranianas, somam-se ao império Iraniano o Hezbollah no Líbano, o Hamas ou a Jihad Islâmica na Palestina, os Xiitas no Iémen ou no Iraque, sem esquecer o apoio incondicional da Rússia.

Será justificado questionar o que falaram em Lisboa Pompeu e Netanyahu?

Será que aqui foi urdido e combinado parte deste plano?

Trump atirou o mundo, para um "suspense" indescritível, para um rebuliço inimaginável com esta sua decisão...

Mas o que esperar quando se elege um troglodita para governar os nossos destinos?

Enfim...

Será que nada aprendemos com a História?

Se calhar não...

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

24.06.19

 

Obrigado Donald...

Tantas vezes escrevi demonstrando o que me separa de Mr. Trump, no entanto, não posso deixar de escrever para o elogiar.

A decisão de não levar em frente o ataque preparado contra o Irão é uma decisão que saúdo, salientando esse seu lado "Humano" que desconhecia, desconfiando que também o meu caro se tenha surpreendido.

150 pessoas bastaram para o fazer recuar, mesmo contra a opinião de alguns dos seus conselheiros, evitando assim esse estimado número de Assassinatos.

Muito bem, caro Donald!

O caríssimo Presidente Trump adiantou ainda que tem amigos Iranianos e que existe por lá gente boa, uma constatação que se aceita e até se pode compreender...

Talvez podendo estender essa afirmação e fé a mais alguns pontos do globo.

Mas enfim...

Muitos desconfiam da história, desta narrativa para explicar este recuo Americano, no entanto, para mim isso é irrelevante.

Trump recuou e fez bem...

E cá estou para o elogiar.

Mas não se habitue meu Caro pois já tenho aqui uma ou outra linha preparada para escarnecer de si.

Por enquanto...

Well Done, Mr. President!

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

26.06.18

 

Carlos Queiroz portou-se neste jogo contra Portugal, na Rússia, como no divã do seu psicanalista, expiando em gestos e por palavras, todas as frustrações e fantasmas que dentro de si devem habitar.

O seu comportamento no banco de suplentes, raiando em alguns momentos o estilo rufia, provocando e gesticulando alucinadamente, revelou o quão importante era este jogo, para o Senhor professor...

Este jogo contra a Nação Lusitana e principalmente contra Cristiano Ronaldo.

O ressabianço, palavra que me parece encaixar no perfil do dito Senhor, fica claro na conferência de imprensa após o jogo, onde se deleitou caracterizando as tremendas injustiças sofridas pelo "seu" Irão...

Cristiano deveria ter visto vermelho, disse uma vez, duas vezes, três vezes...

Infinitas vezes.

O cotovelo de Ronaldo, o cotovelo de Cristiano, o cotovelo...

Os pénaltis que ficaram por marcar contra Portugal e o que dirão dele neste nosso País.

Tantas e tantas frases, todas elas impregnadas de raiva e ódio, de alguém que sente não ter sido feita justiça ao seu mérito e passado.

Infelizmente para Carlos Queiroz, a sua comunicação sempre atraiçoou os seus desejos, o seu trajecto ficou sempre aquém dos sonhos que almejava.

No entanto, nem Ronaldo, nem o País têm culpa disso, por muito que isto possa custar ao treinador do Irão.

E no meio de tamanha agitação, de palavras amarguradas, de provocações, como aquela de ir falar com João Moutinho, antes de este entrar...

No meio dessas pequenas artimanhas, fica a certeza de que o único cotovelo que realmente apareceu neste jogo do Campeonato do Mundo, foi o do Professor Queiroz...

Uma tremenda dor de cotovelo.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

02.02.18

 

Foi durante a minha pré-adolescência que tive pela primeira vez consciência, do que era viver no Irão...

Do que era ser Mulher, no regime dos Ayatollahs.

Nunca mais me esquecerei, da interpretação de Sally Field no filme Rapto em Teerão, num angustiante retrato de uma sociedade misógina e retrógrada.

Um filme baseado numa história verídica e que me deixou a pensar noite adentro, sobre a brutalidade daquele mundo que até então, desconhecia.

Hoje em Teerão, assim como em outras cidades Iranianas, Mulheres que anseiam ser livres, corajosamente desnudaram as suas cabeças, soltaram os seus cabelos e usaram os seus Hiyabs, como bandeira para o mundo, num grito libertador que me trouxe à memória as imagens de Sally Field, correndo por entre as ruas de Teerão, com a sua filha pela mão, fugindo daqueles que sendo família, eram os seus primeiros algozes.

Que coragem, a destas mulheres.

29 detidas foram as últimas noticias chegadas de Teerão, arriscando penas de prisão, sendo julgadas por ignorantes radicais, que continuam aprisionados a tempos ancestrais.

Será difícil contrariar a força deste regime, desta Teocracia fundamentalista, no entanto, nada é mais digno e desafiador, do que a expressão maior da liberdade.

E estas Mulheres procuram apenas serem livres de escolher, se usam ou não...

Um Véu.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

 

 

09.02.17

 

Os primeiros dias de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos vieram confirmar os receios de muitos e os anseios de alguns, acerca das suas promessas eleitorais e o seu comportamento pós eleições.

No entanto, quero aqui retirar a parte folclórica da personagem, a parte teatral dos gestos, do tom, da forma, que não considero de somenos importância, apenas não a considero principal questão.

A parte principal deste perigoso caminho está nas palavras, que por estes dias continuaram a trazer ao mundo várias realidades, reconfortantes e assustadoras...

Reconfortantes pela maneira como dentro e fora dos Estados Unidos se tem respondido à política delineada por este grupo de lunáticos que rege os destinos daquele país, desde anónimos a famosos, de jovens e velhos, empresas pequenas ou grandes grupos empresariais ( Google, Amazon, Apple, entre outras), de homens e mulheres, de todos os quadrantes políticos.

Assustadora, pela forma como esta mesma política, nos poderá guiar para uma armadilha sem precedentes, acabando por legitimar aqueles contra quem, tanto combatemos, nos últimos anos.

As palavras do Ayatolla Ali Khamenei, seguem precisamente nesta direcção, de fazer crer aos seus seguidores e aos moderados de todo o mundo muçulmano, que a radicalização do discurso deste novo Presidente Americano, é na verdade, o pensamento intrínseco que sempre guiou os Estados Unidos da América e por conseguinte, todo o ocidente.

É por isto, que é relevante dizer não!

Estas palavras encontram, na realidade eco, nas atitudes irrefletidas de Donald Trump e da sua Administração, carregada de cólera, que não desiste de criar este ambiente de perseguição constante dentro e fora de "muros".

Este perigo de legitimarmos aquilo que mais contestamos nestes radicais, o ódio profundo por aqueles que nos são diferentes, deixará pouca margem de manobra para um dia voltarmos atrás, nesta batalha auto-destrutiva.

Assim hoje, mais do que nunca, aqueles que se levantam para defender o legado Americano, fazem-no em nome de todos nós, ocidentais, e desse passado que importa recordar, é feito de erros, mas também de virtudes inapagáveis, na construção de sociedades plurais e mais fortes.

Calar ou consentir perante os desmandos da Administração Trump, é por isso a legitimação de um discurso de ódio, segregador, e que se transformará numa gigantesca armadilha, que reforçará o discurso das organizações terroristas e seus aliados...

Por isso importa recordar, insistentemente, por esse mundo fora, que a América não se vergará diante daqueles que a querem radicalizar e com isso radicalizar, ainda mais, o mundo.

Citando Churchill:

" A atitude é uma coisa pequena que faz uma grande diferença".

E será essa atitude, essa resistência, que resgatará a América destes dias cinzentos que a assolam.

 

 

Filipe Vaz Correia

 

 

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